De volta a casa

Abro a porta. Respiro fundo. Passeio o olhar pela casa...

Estou de volta. Desta vez para ficar. Uma sensação estranha invade-me. Não está cá ninguém para me receber. Os mini francesinhos não vão aparecer lá em cima no vão da escada a olhar para mim enquanto subo. Nem estão a brincar no quarto ao lado. A mãe deles não me vai perguntar se está tudo bem nem por onde é que andei desta vez.

A internet não está lenta como de costume. A água já não sabe mal. Não há o barulho característico de uma casa habitada por crianças. Só eu e o silêncio.

E ponho a tocar aquela que foi a banda sonora da minha estadia em França. A música que tantas vezes a minha família dançou na sala lá de casa. A música que tantas vezes eu dancei com o meu amor pequenino nos braços. A música que se calhar eu ia achar uma parolice do pior em qualquer outra circunstância mas que tem um significado tão especial por ser a banda sonora dos momentos que vivemos juntos.

E penso na sorte que tive em conhecer aquelas quatro pessoas. Em ter vivido tudo o que vivi. 

E, mesmo com um nó na garganta, sorrio. Porque tive muita sorte. E tenho todos os motivos do mundo e mais algum para ser feliz. Muito feliz.