segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Oh Domingo perfeito




Acordar na casa duma das Marias depois dum jantar fabuloso no melhor italiano de Lisboa que conhecemos (Come Prima). Pequeno almoço de rainhas com direito a pão quente e croissants. Almoço igualmente maravilhoso. Belém. Cinema (Discurso do Rei, adorámos. coração nas mãos o filme todo e banda sonora fantástica).
Felicidade. Tanta.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Portugal, j'arrive


Entretanto já se passaram cinco semanas desde que cá cheguei e (há pessoas com sorte) estou numa família de professores, pelo que há férias para todos nas próximas duas semanas.
E eu podia ir de férias com a minha família...podia. Mas desta vez apetece-me ver as minhas Marias e restante tribo. E comer muito atum. E ir ao cinema actualizar-me (posso ir aqui, mas dá jeito perceber as falas, já que por cá fazem questão de dobrar tudo). E jantar fora (falta companhia. nãaaao, não precisam ter pena de mim). E conduzir (mea culpa, que tenho mania que só sei conduzir carros automáticos). E comer sushi a um preço decente. E depois voltar e continuar a ser muito (muito) feliz aqui.

Até já, meu querido Portugal. Família francesa, já estou com saudades vossas.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Programa para o último fim de tarde antes de partir de férias

Depois de ir a um sítio especial comprar macarons para levar para as minhas pessoas, vou com uma colega do curso de francês beber um cocktail maravilhoso de tutti-frutti num bar que oferece aulas de iniciação de salsa porto-riquenha (Gelatina Maria continua a surpreender-se a si própria a cada dia que passa), a ver como é que aquilo se desenrola, para decidir se arriscamos ou não.


Vamos com medo, muito medo. 
Na única vez que saí à noite por aqui fui para lá e acabou com uma colega a dar uma estalada num dos franceses que não parava de dançar literalmente em cima de nós e não descolava por nada. Ah, e a receber a estalada de volta sem ninguém fazer nada. Estamos a rezar para o ambiente durante dia ser outro. E para os nossos eventuais parceiros de dança não serem os mesmos que lá estavam nesse dia. Desejem-me sorte que eu bem preciso.

Neve e bolinhos


Ontem tivemos a última aula de francês antes das férias de Inverno. E então houve bolos, bolachas, café e chá (cada um levou uma coisa), mesas todas juntas, jogos e muita converseta.
E se não fosse a neve a cair lá fora eu pensaria que tinha voltado à escola, há muitos anos atrás, quando fazíamos o mesmo para festejar a lição n.º 100. Mais alguém fazia o mesmo?

Um dia, se realizar o meu desejo de ser professora, vou fazer o mesmo. É que cai mesmo bem.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ieiiiiiii!

E, no fim de Fevereiro, quando já tinha perdido completamente a esperança, abri a janela esta manhã e deparei-me com este cenário.



E no caminho para a aula de francês foi assim:



Vá, não é muiiiita neve mas é melhor que nada. E queiram compreender a excitação desta estreante.

Ossos do ofício


E quando temos a infelicidade de fazer uma graçola qualquer que põe as crianças às gargalhadas e depois somos obrigadas a repeti-la 50 vezes até eles se fartarem?

É isso e ter que morrer cada vez que sou atingida pela pistola do cowboy.

Mas os abraços e beijinhos e demais momentos de ternura compensam.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dos autores das investidas de que sou alvo


Têm todos sempre o mesmo problema inultrapassável (não, não estou a dizer que tenho uma legião de fãs, que não tenho). Não são tu. É que tenho a sensação que se fosses tu a dizer as mesmíssimas coisas tinha um piadão desgraçado.
Mas tu levaste contigo a chave aqui do meu coraçãozinho. E a vontade e a paciência para essas coisas.

E acaba uma pessoa um namoro de 10 anos sem traumas para agora vires tu e me deixares neste estado. Há coisas que eu tenho dificuldade em perceber.

A reter


Nunca comprar nada em supermercados franceses situados ao pé da fronteira com a Suíça, sob pena de encontrar os mesmos produtos num supermercado da mesma (!) marca, a poucos kms de distância, a menos de metade do preço. O que ainda sabe melhor depois de termos aproveitado uma suposta promoção e trazer um stock jeitoso dumas bolachas do supermercado da fronteira para levar para Portugal para oferecer.

E assim se perde uma reputação construída em 5 semanas

Quando chego a casa com os miúdos vamos sempre lavar as mãos. Mas, tratando-se de duas crianças, nem sempre é fácil mantê-los quietos na casa de banho. Ora o miúdo foge para o quarto para ir buscar não sei o quê, ora se deitam no corredor um em cima do outro...e a minha medida extrema é trancar-me lá dentro com eles e ninguém sai enquanto as mãos não estiverem lavadas. Demasiado autoritário? Talvez. Mas às vezes temos que recorrer a estas medidas. Ou isso ou dou em maluca a correr pela casa atrás deles.

Mas até aqui tudo muito bem. O problema surgiu quando estava eu descontraída no meu quarto e ouço o miúdo dizer ao pai com a maior das naturalidades "Sabes, quando a Gelatina nos lava as mãos ela fecha a porta ali naquela coisa lá em cima (a fechadura)." (qual bruxa que come criancinhas ao pequeno almoço longe do olhar de tudo e todos). O safadinho só se esqueceu de explicar porquê.
E eu tive que continuar quieta no meu canto, a assistir à minha reputação a ir pelo cano do esgoto, sem poder fazer nada. Bonito serviço, meu menino.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As aventuras de Gelatina Poppins #3

Estava a pôr a mesa do pequeno-almoço e chega-me o mais pequeno, todo equipado com o seu fato de cowboy. A irmã pede uma pistola para brincar também. Eu armo-me em esperta e pergunto se eles sabem como é que se diz o feminino de cowboy. Lá explico e digo que a tradução é a junção de dois termos: vaca e rapariga (ok, não soou muito bem...).

Primeira pergunta que me fazem: e como é que se diz cowgirl em francês? "Pois, sabem, é que cowboy também não é francês." "Claro que é, então se nós dizemos assim em França...não percebes nada disto, tu." (e uma pessoa tem que ficar calada porque o facto é que eles me ensinam palavras em francês a toda a hora). Ok. Take 2: "Então e porquê o vaca se eles andam é de cavalo?" Pois, boa pergunta, mas não para responder em francês... "Depois perguntam isso ao papá, boa? É que agora temos que ir para a escola.".
E para a próxima fico mas é caladinha quando não tiver estudado bem a lição.

Um mês de Gelatina Poppins em França

Saí de Portugal completamente à beira de uma depressão que se arrastava já há uns meses, camuflada por momentos fugazes de alegria que, da mesma forma que vinham, desapareciam. Chorava todos os dias. Chorava a toda a hora, a bem dizer. Tinha altos e baixos mas, regra geral, via tudo negro. Sentia-me a pessoa mais infeliz do mundo. Acabei de ter um arrepio só de me lembrar da sensação.


Um mês depois de ter começado esta aventura sinto-me outra.
Escolhi a melhor terapia possível, sem dúvida. Vim parar à família certa e ao lugar certo na altura certa. Sou uma mulher de sorte. E novamente feliz.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Estou a sentir-me especial

Recebi um comentário muito simpático de alguém que escreveu "que seca de blogue" (escusam de ir procurá-lo, já foi apagado e eu passo já a explicar porquê). Vou ao blogue da dita cuja e descubro que anda a deixar o mesmo comentário em vários blogues, segundo ela, para "atear a blogosfera".
Porque é que o apaguei? Simples, como eu fui visitar o blogue em questão para ver se era assim tão melhor que o meu (que não é, lamento) vocês também iriam. E publicidade não vai ser aqui no estaminé. Temos pena, querida. E se repetir a dose é simples: activo a moderação de comentários e temos o assunto arrumado. Passar bem.

Quanto à atitude em questão nem me vou dignar a comentar, coitada. Mas não resisto a dizer que não só é uma seguidora minha como tem o meu blogue na lista do lado esquerdo do blogue dela. Há pessoas com mau gosto realmente.

Daqui a poucos dias há férias em Portugal

Mas não vou sozinha.







Levo comigo creme de castanhas (delicioso) e as melhores bolachas e macarons que encontrei até agora. Vou oferecer um mini cabaz franco-suíço a cada uma das pessoas importantes que me esperam em Lisboa. Ok, estraguei a surpresa, mas que é que querem? Estou pior que as crianças, não aguentei com tanto entusiasmo.

Confissões

Tarde de domingo, mesa cheia de gente, crepes e boa disposição para comemorar o 4.º aniversário do meu mini francesinho. Conversa puxa conversa, e correndo o risco me porem a dormir fora de casa, a coisa proporcionou-se e finalmente arrisquei a contar-lhes da fama que os franceses têm em Portugal. Sim, isso mesmo, de serem sujos e não se depilarem. Já agora disseram-me que quanto à depilação é recíproco, pensam o mesmo de nós (mas isso já eu sabia). 


E até ficava bonito dizer que há muito tempo que não me ria assim. Só que seria mentira, porque se há coisa que não tem faltado nos meus dias é muita gargalhada. Mas posso dizer que foi um momento digno de registo. E que estou muito feliz por ter corrido o risco de vir para um país com tal reputação. Porque, a meio de tantas famílias que vi durante as minhas pesquisas, não podia ter escolhido melhor. Mesmo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Samedi @ Lyon

Adoro estas ruelas.

Tartes Praline

Fiquei a saber que existem Biscuiteries. Coisa mais fofa.



Hotel de Ville


Uma francesa, uma portuguesa e uma italiana com pouco mais em comum do que a idade e alguns amigos. No dia em que se conhecem a primeira convida as outras duas a visitar a cidade onde vive. Mas convite à séria, com data marcada e tudo.
E, duas semanas depois, lá estava Gelatina Maria a partilhar um sofá, histórias e gargalhadas (como se nos conhecessemos há séculos) numa cidade encantadora. Tenho tido mesmo sorte com as pessoas com quem me tenho cruzado por aqui.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Como é que eu sei que o estado de estupidez ainda perdura


Porque continuo a achar-te lindo de morrer e a babar para as tuas fotos feita parva, quando antes não te achava nada de especial (raios!). Mas há-de chegar o dia em que tudo volta a ser como era dantes.
Até lá, vou vendo as tuas fotos todos os dias, sempre na esperança que chegue o tal, aquele em que me vais voltar a ser indiferente (só com esse objectivo, claro está). Tanta coerência junta. Eu sei.

E as saudades? Doem rapazinho, doem e não é pouco.

Adoro


O cliché tão francês de sair da Boulangerie (recuso-me a usar o nome português enquanto cá estiver, queiram perdoar-me a mania - também tenho direito às minhas) de baguete debaixo do braço, ainda quente, que já chega a casa quase pela metade (também gosto da variante paint ou chocolat, que mais dificilmente chega a casa). Principalmente de manhã, quando regresso a casa depois de levar os miúdos à escola.
E estas pequenas coisas fazem-me tão feliz.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ainda a gelatina (sim, a outra)


A avaliar pela disputa que houve entre os miúdos para partilhar a última taça que havia no frigorífico quer-me parecer que instituí um novo hábito alimentar cá em casa. Oh pra mim aos pulinhos de contente, que vou comer gelatina a toda a hora.
E se tudo correr conforme combinado, amanhã ao jantar há massa de atum à la Gelatina (eu, não a outra).
Modéstias à parte - até porque não é preciso grandes dotes para fazê-la - cheira-me que depois da noite de amanhã não me deixam mais voltar para Portugal.

Da gelatina (a outra)


Fui com a minha família francesa a um supermercado que tem um corredor português. Trouxemos bolos de arroz, atum (meu querido atum, que saudades!), sagres e etc para eles provarem. Chegamos ao fim do corredor e o que é que lá estava? Gelatina. E agora pasmem: eles nunca tinham provado! Prometi que a comia toda se não gostassem (grande sacrifício) e toca a trazê-la para casa.

Foi o máximo vê-los a olhar para ela como boi para palácio. Primeiro viraram a taça ao contrário, a medo, e disseram "Olha, não cai". Depois dizia o miúdo "Vê, é duro". Depois a miúda "Eu conheço este sabor...". Sim, era morango, é normal. E claro que adoraram (será que existe alguém que não goste?). Adultos e crianças. E eu, que já tinha saudades.

De como eu adoro as minhas tardes de folga

Banana, chocolate e castanha. E tive direito a um de maracujá de oferta da brasileira da
pastelaria que me atendeu, e que me deu 18 anos (só tenho mais 6, coisa pouca).


Ou de como dar utilidade às tentativas de tirar fotos automáticas que mesmo assim,
conseguem ficar desfocadas (e não apanhar nada do que era suposto).

E de como eu não consigo resistir de cada vez que entro numa chocolateria nova.
Trouxe praticamente um de cada para provar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Do mix linguístico de que são feitos os meus dias


Pensar (e praguejar entre dentes - às vezes também é preciso) em português. Falar a maior parte do dia em francês. Conversar no chat com uma colega do curso, em inglês. Receber um e-mail em espanhol duma nova conhecida que me vai receber no fim-de-semana em Lyon. Depois claro que sai um "oui" ou outro quando não é suposto. Isso e alguns bloqueios cerebrais que me impedem de dizer coisas aparentemente tão simples e que sei dizer há anos. 
Não é mole não, gentxi.

Pára tudo!


Quase um mês depois da minha chegada, eis que ele que apareceu e me fez acreditar no que já parecia impossível: que há homens giros em França. E mais, homens giros que nos vêm bater à porta de casa com encomendas (escusava era de chegar quando uma pessoa ainda está com os óculos de pitosga e com a marca da almofada na cara mas pronto, também não se pode ter tudo).

Maria, mãe, avó, tias e demais parentes próximos, podem começar a enviar-me encomendas diariamente. Não queremos que o carteiro aqui da zona se arrisque a ir para o desemprego, pois não?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

De pequenino é que se torce o pepino


Que é como quem diz francês que é francês já come queijo Roquefort aos 3 anos de idade como gente grande. Ah pois é. Este meu mini francesinho consegue supreender-me todos os dias.

Discussão matinal


A minha menina diz que o touro é o marido da vaca. Eu digo que não, que é o boi. E ela acabou de me mostrar um livro que diz que é o touro. Ai que caraças. E agora dizer-lhe que o livro está errado? Ou sou mesmo eu que não percebo nada disto e devia mas é estar calada e assumir o meu escasso conhecimento no que concerne ao mundo animal?

E no dia em que disse que queria distância de tudo o que é amor e afins


Recebi flores dos meus dois mini francesinhos, sem estar minimamente à espera. Coisas fofas. "Para me agradecer por tudo" segundo eles (tão simpáticos os pais não são :p?).
Toma lá Gelatina Maria para aprenderes a não meter tudo dentro do mesmo saco. Sim, porque há amores e amores. E o dos meus dois pequeninos é muito bem-vindo, sempre.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Das vantagens de estar num país onde (quase) ninguém nos conhece


Finalmente perdi a vergonha e as minhas orelhas de pêlo viram a luz do dia.

Distância


É o que eu quero em relação a Dias dos namorados, amor, lamechices e afins. É favor não ultrapassar o perímetro de segurança, se não for pedir muito. Se é para estar sempre a sofrer deixem-me ficar quieta no meu canto, sim?

Dimanche @ Yvoire

Quero morar numa casa destas.


Esta pode ser a minha rua.
Também não me importo de ter um lago a dez passos de distância.

E um hotel mimoso como este nas redondezas.

E já agora, também pode ser um destes todos os dias (e, milagre
dos milagres, o homem que o fez não lhe tocou com as mãos).

Mais um domingo perfeito com a minha nova família, de quem gosto cada vez mais.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Hoje aprendi a fazer iogurtes


Cá em casa fazem-se iogurtes. Que eu A-DO-RO comer com doce de cereja (também caseiro...hmmm maravilha). E hoje fui eu que os fiz.
Mais fácil impossível (1 litro de leite gordo, 1 iogurte natural e uma medida do copo de iogurte de leite em pó, mistura-se tudo e ficam 15 horas, em copos de vidro, na iogurteira. também dá para fazer no forno).
Estou rendida. Quando chegar a Portugal vou comprar uma iogurteira. Pelo que pesquisei na net os preços até são bastante acessíveis (há entre os 13 e os 40€).

Alguém já experimentou fazê-los/comê-los?

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Gelatina Maria, a atleta


Depois dos 35 minutos de caminho para o curso de francês, eis que Gelatina Maria deu à sola mais uma vez e decidiu ir a pé desta vez até Genève (não é forretice, é mesmo adorar andar a pé a juntar a um pequeno (pois pois, pequeno o tanas) peso na consciência por toda a porcaria que tenho mandado cá para dentro).
Uma hora de caminho feita com passo rápido. À volta de 6 km de distância. Voltei de eléctrico, até porque já era noite, mas há-de chegar o dia em que ganho coragem (e força!) e que faço ida e volta. Palavra de Gelatina Maria.

Eu até tenho uma bicicleta cá em casa para mim, mas não sei em que parte da estrada me meto quando não há via para velocípedes. Pronto, confesso, tenho medo. Sinto-me mais segura com os pés no chão.

Não, não e não!

Esta coisa de os empregados agarrarem no pão que vendem aos clientes com as mãos sem protecção e ainda receberem o dinheiro e darem o troco logo a seguir da mesma forma não me entra na cabeça. Já quando fui a Itália foi a mesma coisa. 
Podemos ter todos os defeitos do mundo em Portugal, a ASAE pode até abusar às vezes, mas ao menos podemos orgulhar-nos de ter higiene.