O ano da minha vida

Fui au pair em França. Ganhei uma família francesa e uma grande amiga russa. Vivi a 6km do centro de Genève. Conheci cidades lindas. Vi nevar. Dormi num chalet. Andei de trenó. Comi raclette, tartiflette, macarons e crème marron. Tive tanto frio que só me apetecia chorar.

Consegui um lugar dos 350 disponíveis para 7000 candidatos para um trabalho que começo já Segunda-feira em Lisboa.

Enquanto esperava ser chamada para esse trabalho, servi bolos e cafés no centro de Londres. Trabalhei com gente dos quatro cantos do mundo. Conheci os dois espanholitos de mi corazon - também no trabalho - de quem vou ter umas saudades danadas. Fui a três musicais. Vi o Tom Cruise a 2 metros de distância. Passei o Natal em Londres com as minhas Marias e longe de 99% da minha família e diverti-me tanto.

Fui tão, tão, mas tão feliz (e um bocadinho infeliz, também, às vezes, mas nada de especial).

2011 não foi só um ano. 2011 foi, sem sombra de dúvida, o ano da minha vida. Aquele em que não tive nada do que pedi há exactamente um ano atrás. Tive muito mais. E melhor. Muito melhor.

Das paixões impossíveis

Esta coisa maravilhosa está na loja de roupa mais espectacular de Londres (a All Saints Spitalfields) ligada por um alarme especial e nem tem etiqueta a dizer o preço (uns míseros £795).

London - Day 75

Ice rink (não andámos porque só havia lugares para daí a duas horas)

As duas Marias aos berros (ok, eu aos berros. a Maria portou-se bem)

Os homens optaram por este (deumalivre!)

Winter Wonderland @ Hyde Park

Adorei. Sentimo-nos dentro de um filme de Natal ali dentro. Só faltou mesmo a neve para ficar perfeito (aposto que começa a nevar já para a semana quando eu já cá não estiver).

Assim até eu gosto de sair à noite

Encontrar os amigos no pub às 19h30m para uma pint (ou duas ou três... ) e ir para casa à 1h da manhã. Tudo isto sem me sentir um ET. Maravilha.

Isto é que é um país com horários nocturnos feitos a pensar em gente como eu.

Merda, merda, merda!

Tenho que me ir embora daqui a quatro dias e não me apetece mesmo mesmo meeeeesmo nada. Porra.

Isto de criar laços com as pessoas é muito bonito e tal mas na hora de ir embora é uma bela duma treta, é o que é!

Boxing day (ou o pior dia de sempre em Londres)

Foi triste, muito triste, descobrir que este dia, de natalício, não tem nada: resume-se a um bando de gente maluca (ok, eu também me enfiei em duas mas só porque estavam no meu caminho e havia lugar para respirar) que se enfia nas lojas para aproveitar os saldos especiais que fazem nesta data.

A juntar a isto houve greve do metro, o que fez com que eu tivesse demorado duas horas a chegar ao trabalho e três para voltar para casa. E, cereja no topo do bolo (só assim para uma pessoa sentir que custou a chegar ao trabalho mas ao menos valeu a pena), fui convidada a sair mais cedo do que era suposto porque a clientela era tanta que não precisavam de tantos empregados lá no restaurante (estava tudo enfiado nas lojas, queriam lá saber de comer!).

Não fosse o facto de ter ido ver o Chicago (o musical) - bem bom, por sinal - e dizia que tinha sido um dia completamente para esquecer.

Marias' Christmas @ London

Cheers, primo!

Esta prenda, dada pela Maria às outras duas Marias, ganhou o prémio

da melhor de todas: um álbum personalizado com as melhores fotos

 da nossa aventura por terras londrinas. Absolutamente lindo.

As prendas lindas a que eu recebi.

Nunca na vida pensei que alguma vez passaria a noite de Natal com as minhas Marias. E muito menos pensei que, a acontecer, fosse ser tão divertido. Foi mesmo a noite de Natal mais divertida da minha vida (e aquela com a maior dose de álcool também. cheira-me que há aqui uma correlação qualquer entre as duas, não sei porquê).

Ninguém diria que acabei de chegar do trabalho para estar para aqui a escrever isto

Estou tão feliz.
É Natal, estou em Londres com pessoas que amo e a vida corre-me bem.

Feliz Natal, minha gente. Amem e comam muito. Façam por ser felizes que é para isso que aqui estamos.

Raio das Marias que me lêem o blogue

E eu aqui que não me aguento com vontade de vos mostrar as prendas que comprei para elas.

Este ano

Não há as duas árvores de Natal lá de casa decoradas pela mãe; há o pinheiro microscópico que comprámos na Poundland (£0.25 a cada um).

Não há o pai e a mãe e os manos; há as Marias, o primo e restante comitiva.

Não há 20ºC; há friozinho bom.

Não há noite do mercado hoje no Funchal; vai haver trabalho até às 23h30.

Não há abanananços em casa a fazer bolos na véspera de Natal; vai haver trabalhinho até às 18h.

Não vai haver bacalhau e porco na casa da avó, mas vai haver comidinha feita por ela que eu trouxe comigo (ah pois é!).

E não é que mesmo assim até estou a ficar bastante entusiasmada?

Uma questão de orgulho

As três horas de experiência que tive no trabalho, há dois meses atrás, foram um inferno. Sentia-me completamente perdida, as minhas colegas não foram especialmente simpáticas comigo...enfim, foi um verdadeiro pesadelo.

O dia seguinte ainda conseguiu ser pior: o ter que acordar às 5h20 para fazer o turno da manhã (esta parte continua a ser má), o ter que estar quase 9 horas lá dentro (em vez das 3 da véspera). O estar roxa de fome às 11h da manhã e não ter coragem para pedir para ir almoçar... Só me apetecia chorar (e não, não é força de expressão).

Nesse dia tive certeza que não ia aguentar muito tempo ali... Mas evitei fazer essa confissão ao mundo (inclusive até aqui no blogue me contive), principalmente por uma questão de orgulho.

 Porque entre estar num emprego que detestava ou ter as pessoas a comentar que eu era uma menina mimada que nunca tinha precisado de trabalhar na vida e que de repente tinha tentado ir brincar aos adultos para Londres mas logo nos primeiros dias tinha desistido...era demasiada humilhação.

E foi esse o principal combustível que me alimentou naqueles primeiros dias: o orgulho. Cada dia pensava: vamos lá tentar só mais este. E depois mais este. E outro. E, quando dei por mim, aquilo passou de mau a mais ou menos mau, de mais ou menos mau a suportável, e de suportável a (na maior parte dos dias) bastante agradável até.

Mais uma lição de vida a reter, essa é que é essa.

Christmas shopping @ London

Terça deixei a Madeira e a minha família de lágrima no canto do olho, para o nosso primeiro Natal separados.

Ontem fiz compras de Natal no centro de Londres com um sorriso na cara. Porque dificilmente volto a ter uma oportunidades destas tão cedo.

O frio que se faz sentir nas ruas, os grupos a cantar christmas carols à entrada dos metros, as feiras de Natal...tem alturas em que me sinto dentro de um filme, no meio de tanta magia.

E a meio das compras para as Marias e restante comitiva achei que também merecia um miminho e comprei, finalmente, um adereço, piroso fofo que só ele, para as minhas Hunter.

Eu sou aquela pessoa que até gosta de uma boa dose de deprimência (em músicas e livros)

Mas a versão do "Have yourself a merry little Christmas" do Michael Bolton (que ouvi no Oceano Pacífico da RFM...where else?) dá vontade que Janeiro chegue rápido para acabar com aquele sofrimento.

Back to London

Para aproveitar ao máximo os últimos 10 dias daquela que foi (está a ser) uma das melhores fases da minha vida.

Das coisas que me ultrapassam

Dietas no Natal (e não estou, obviamente, a incluir quem o faz por motivos de saúde).
Então esta não é uma época de paz, amor e alegria? Oh gente, sejam mas é felizes e deixem as deprimências para Janeiro.

Não é preciso nos tranformarmos em pequenas lontras - façam o que eu digo, não façam o que eu faço - mas daí a escolher esta altura do ano para fechar a boca...vai la vai!

7 anos disto

E a minha mãe continua a fazer-me sempre a conversa, dias antes de eu cá  vir passar uns dias, de que não preciso trazer muita roupa porque tenho o vestuário cheio.

Pois tenho... de coisas que eu gostava há coisa de 500 anos atrás (caso contrário não teriam ficado "esquecidas" aqui).

Precisar precisar, eu precisava era de umas pretas...

Mas a partir do momento em que me agarrei a estas não consegui mais largá-las.

E não é que acabei encontrando tudo o que queria comprar para mim?

Programinha natalício

Diz que hoje é dia de ir comprar prendas de Natal com a mãe (com prioridade para as minhas, que já volto para Londres amanhã). E eu quase que era capaz de apostar que não vou encontrar nada do que quero e voltar para casa de mãos a abanar.

Então esta está-me a viver em Londres e vai para a Madeira fazer compras de Natal? Mas está parva ou quê? 

Pois...é só porque ainda tenho bem presente a dor dos 160€ que paguei de excesso de peso no aeroporto quando me fui embora de terras franco-suíças. E não me apetecia lá muito repetir a dose. Por isso o que puder comprar cá e deixar para o pai levar para Lisboa quando lá for, lá vai ter que ser.

Aviso: post não apropriado a emigras londrinas carentes de comidinha de casa

A julgar pela quantidade de broas de Natal da avó que acabei de comer, acho que já estou jantada.

Eu avisei Marias, eu avisei ... (e acreditem que até me contive. na escrita do post, claro, não a comer)

1575kms (e uma noite passada no aeroporto) depois...

Sotaque madeirense. Máxima de 21ºC (já em Londres ontem nevou - tanto que eu nem dei por ela, mas diz que nevou e eu acredito). Cheirinho a Natal (ou pelo menos quando me tento abstrair do facto de que quase podia sair de casa de t-shirt). Sumo de laranja feito pelo papá. Franguinho da mamã para o almoço. Beijinhos e abraços deliciosos dos dois.

Tratamento de princesa, basicamente (que eu bem mereço, depois de três meses e meio sem vir a casa e de dez dias seguidos de trabalho. ah pois mereço.).

Percebes que o caso começa a ser preocupante

Quando te perguntam o que é que andaste a fumar porque passaste a manhã no trabalho a rir que nem uma tonta por tudo e por nada...e quando chegas a casa à tarde só te apetece é chorar.

Um ano a viver fora de Portugal e isto acontece-me a duas semanas de me ir embora. Acho que vou jogar hoje no Euromilhões, devo andar com sorte para esses lados...

London - Day 66

O dia em que fui ver o musical do Lion King com a Maria. Lindo, lindo, lindo. Adorámos.

E eu que ainda queria ir ver Os Miseráveis antes de me ir embora e diz que está esgotado até 4 de Janeiro... lá vou eu ter que voltar a Londres em breve, não tenho outro remédio.

Se calhar já ia sendo altura de começar a perceber que não resulta

Sempre que cozinho o dobro da quantidade que supostamente iria comer para poder guardar metade para uma próxima vez acabo comendo tudo.

Ok, principalmente quando isso acontece às 18h e o meu "almoço" foi papas de aveia e um croissant às 11h30 lá no trabalho...

Novidades laborais

O rapazinho deficiente (acho que é trissomia 21 que ele tem) anda a ganhar confiança e a me espetar com um beijo na cara e um abraço quando chega ao trabalho - e depois fica alternadamente parado a olhar para mim e a chamar "My Gelatina", ou a seguir-me tipo sombra, em vez de ir fazer o trabalho dele (mas não tenham pena do rapaz que ao que consta eu já sou qualquer coisa como a quarta ou quinta paixão dele lá no trabalho. a ter pena de alguém tenham mas é de mim que estou bem pior que ele). E cada vez que tenta ajudar por iniciativa dele só atrapalha (coitadinho). E os meus restantes colegas, queridos que só eles, ainda se põem a ajudar a festa e dar ideias ao rapaz (perguntam ao rapaz onde é que está a namorada dele - eu -, dizem para ele me convidar para ir ao cinema e outras genialidades do género).

O je ne sais quoi  do fancezito (é deste que vocês querem novidades, não é? pois, eu sei) continua por descobrir (mas parece-me que o facto de ele ter-se tornado automaticamente mais interessante desde que sei que me vou embora explica muito da confusão que vai aqui dentro).

Estou unha e carne com o mocito com quem tive que discutir - em inglês - no outro dia.

Só falo dos gajos porque a maioria das gajas ali não vale grande coisa (uma delas quase que me pôs a chorar no outro dia).

Ah, e as papas de aveia com frutos vermelhos e o croissant de amêndoas lá do estaminé são de revirar os olhos (oh pequeno-almocinho perfeito).

Andava a conter-me há demasiado tempo

E tantos que ainda ficaram lá na loja a chamar por mim...

London - Day 64

O meu colega estava a ler o jornal no intervalo do almoço e, por acaso, encontrou a notícia de que, pouco depois da hora de sairmos do trabalho e mesmo ali num cinema em Waterloo, ia haver a Premiere da Mission:Impossible.

Quando ele chegou ao pé de mim e me perguntou se eu queria ir ver o Tom Cruise em carne e osso primeiro achei que ele estava a gozar. Depois disse que sim, mas sempre a pensar que me parecia demasiado irreal para ir acontecer efectivamente.

Mas sim, Gelatina Maria da Silva esteve mesmo a menos de dois metros ali do Tom (e só não lhe deu um aperto de mão porque não teve a lata - nem o tamanho, que dá também dá jeito - para se chegar à frente, como fez o espanhol - que foi cortado da foto, porque não lhe pedi autorização para o pôr aqui).

Confesso que fiquei assim um bocadinho para o histérica (mesmo não tendo uma admiração especial pelo senhor). É que foi o mais perto que eu já estive, em toda a minha vida, de um famoso. E um famoso a sério.

Encontrei esta frase há uns dias no metro e gostei tanto

E tenho a dizer que até estou bastante satisfeita com os esforços que tenho feito nos últimos tempos.

E vocês?

London - Day 63

Fui correr ao parque com a Maria pela fresquinha. Fomos as duas comer a melhor pizza de sempre (no Franco Manca). Comprei, finalmente, bilhete para ir ver o musical do Rei Leão (ieiiii!). Fiz turno no trabalho com a melhor pessoa que conheci aqui em Londres (españolito de mi corazon, vou ter saudades tuas...). E aceitei trocar o turno de hoje, que ia fazer de tarde, e só dormir quatro horas para entrar às 7h (adivinhem quem é que também faz o turno da manhã e que pesou no facto de eu não me ter importado muito de trocar).

Gosto tanto, tanto da minha vida aqui...

Os efeitos de quase um ano a viver fora de Portugal

Tornei-me uma daquelas pessoas irritantes (ou que eu, pelo menos, sempre achei um bocado para o irritantes, há que confessar -não as pessoas mas o comentário em si) que "não vêem televisão".

Já o computador...tirem-mo só por um dia e eu já fico cheia de calafrios.

Ainda estou para ver quem é que me vai conseguir arrancar daqui quando eu tiver que regressar

Covent Garden

Regent Street

Borough Market

Borough Market

Chocolate festival @ Waterloo

É que nem arrastada pelos cabelos se acho que vai funcionar...