terça-feira, 11 de agosto de 2020

Viajar em tempos de Covid (e com um bebé)

Sobre isto de viajar em tempos de Covid, e em particular para a Madeira, cá vai o relato da minha experiência.
Fizemos (os adultos, já que as crianças até 12 anos estão dispensadas) o teste do Covid num laboratório em Lisboa (nas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade Nova), dois dias antes da viagem (previamente agendado através da submissão de um formulário online). 
[O Governo da RAM tem parceria com alguns laboratórios e se fizermos o teste num desses laboratórios não pagamos. Também podemos fazer o teste, igualmente de forma gratuita, à chegada à Madeira, no aeroporto, e aí é suposto - digo suposto, porque que eu saiba não há controlo - esperarmos até 12 horas no hotel/casa, enquanto não tivermos o resultado do teste).
Viajámos pela Easyjet, num avião completamente cheio. Toda a gente tinha máscara (obrigatória), à exceção das crianças (não sei até que idade), sendo que tivemos uma criança sentada atrás de nós que não parou de tossir a viagem toda. Para além disso, obviamente o Gustavo, como bebé de 10 meses que é, tocou em tudo o que estava ao alcance dele, inclusive com a boca (pois claro), pelo que o teste negativo que levávamos de Lisboa, à chegada à Madeira, pouca segurança me dava. 
Na Madeira ficámos em casa dos meus pais, pelo que tivemos os mesmos cuidados que teríamos em casa em Lisboa (não dei beijinhos aos meus avós nem me aproximei muito deles, e só deus sabe o que isso me custou).
Já no Porto Santo ficámos num hotel (Vila Baleira) e devo dizer que me senti bastante segura na maior parte do tempo (ou pelo menos não menos segura de que me sinto na minha vida normal, em Lisboa). Nos espaços comuns (à exceção das zonas exteriores) tínhamos que usar máscara, havia álcool desinfetante  à disposição dos hóspedes em várias zonas do hotel, e os elevadores tinham lotação máxima de 2 pessoas, ou então de uma família. Os restaurantes deixaram de ser self service, havendo funcionários a servir os hóspedes mediante aquilo que estes pedem (para mim podia ser sempre assim, já que há pessoas que, com ou sem Covid, são muito porquinhas).
Nunca fomos à piscina, só fomos à praia (mesmo sem Covid já é o que costumamos fazer, já que nenhum de nós é apreciador de piscinas, pelo menos quando também tem o mar à disposição) e lá havia espaço de sobra para todos.







Em relação à experiência de passar 4 dias num hotel com um bebé de 10 meses, como ele apesar de comer sólidos ainda não deve comer sal, levei comida cozinhada (as doses já prontas em tupperwares) para quase todas as refeições principais (e deixei-as no frigorífico do quarto) e improvisei no último dia com ovo cozido e pão. De resto comeu fruta e salada (sem tempero) como todos nós. O pequeno almoço e almoço comia no restaurante do hotel, ao mesmo tempo que nós; já o jantar, como ele come mais cedo, comia no quarto (aí a logística para não sujar tudo era mais complicada, mas fez-se). 
A sesta da manhã era feita na praia, a da tarde era com o pai, no quarto. No grande maioria do tempo que ele passava acordado, os avós maravilhosos ocupavam-se dele. Tentámos que ele se deitasse mais tarde para podermos ir todos jantar juntos (já que o jantar era à hora a que o Gu costuma ir para a cama), mas ele chegava ao final o dia verdadeiramente exausto (normal, com tanta novidade) pelo que isso não foi possível. Sei que para muita gente isto é impensável, mas quando se tem um bebé que não dorme em qualquer canto nem de qualquer maneira (em bom português, vamos a caminho de 11 meses de um verdadeiro inferno quando o assunto é sono da cria), damos por nós a nos sacrificarmos e a fazer o que antes nos poderia parecer impensável, como ir jantar à vez, mesmo estando de férias num hotel (menos mal que nenhum de nós jantava sozinho, porque estávamos com os meus pais). Mas não foi por isso que foi menos bom - é tudo uma questão de expetativas (e de tê-las bastante baixas, no caso).
Atendendo a toda a conjuntura atual de pandemia, nunca pensei que fosse possível passar dias tão felizes como os que passei. Não podia ter pedido mais nada. Foi mesmo, mesmo bom.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

As nossas férias na Madeira

É sempre bom ir à Madeira, mas depois de um cenário de pandemia que nos impediu de estarm com os meus pais durante 4 meses, e estando nós sozinhos em Lisboa (sem família) com um bebé, estas férias tiveram um sabor ainda mais especial.
Continuámos com noites de porcaria (uma fase de uns 5 despertares por noite), mas só o facto de termos quem brincasse com o Gu durante o dia, ou ficasse com ele para irmos tomar um pequeno-almoço a dois, aliado ao facto de não termos que fazer tarefas domésticas, fez com que eu conseguisse, ao fim de muitos meses, chegar às 20h sem me sentir completamente morta.
Para além desta parte logística, foi maravilhoso ver a alegria de toda a família a brincar com o Gustavo (incluindo a dele), e a felicidade dele a explorar lugares, experiências e comidas novas (fartou-se de comer maracujás da horta do avô e comeu atum pela primeira vez). 
Foi mesmo perfeito.


Gu a realizar um sonho do avô: conhecer a horta do avô