Hoje pus-me a ler, no site do Expresso, os comentários às notícias sobre o maquinista do comboio que descarrilou em Santiago de Compostela.
Quando ainda nem certezas existem sobre o que aconteceu, atiram-se pedras ao homem, sem dó nem piedade. Chega-se a compará-lo a psicopatas (Deus meu!). E que lhe devia acontecer isto e aquilo porque, vejam lá, este ser imperfeito errou.
Eu sei que nenhuma das 79 pessoas que morreram eram meus familiares nem amigos (e nem quero imaginar o sofrimento das famílias) mas, muito sinceramente, independentemente do castigo que a justiça venha a atribuir àquele homem, tenho certeza que não há castigo pior para um ser humano (ou pelo menos para um que tenha coração) do que carregar o peso, a culpa da morte de alguém (quanto mais de 79 "alguéns"). Só por aí, acho que aqueles seres perfeitos e implacáveis que desejam a maior das punições para o maquinista já podem respirar de alívio.