quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020


















2020 foi, possivelmente, o ano mais estranho da vida de quase todos nós. Um ano cujo pano de fundo foi digno de um verdadeiro filme de ficção científica.
Sinto que foi um ano em que experienciei todo o tipo de emoção, boa e má, muitas vezes no mesmo dia.
Foi o ano em que me apaixonei perdidamente pelo meu filho (que nasceu em setembro de 2019 mas, agora em retrospetiva, tenho clara noção que precisei de uns tempos para deixar o modo piloto automático e "encarrilhar" neste comboio que é a parentalidade e, acima de tudo, começar a desfrutar da parte boa. Mas foi também um ano dominado por muitos momentos de desespero, entre muitas cólicas e um bebé que ainda hoje, com 15 meses, não dorme bem nem de dia nem de noite (e não é por falta de esforço nosso, acreditem).
Se os meses de licença de maternidade já são, por si só, tempos muito solitários para a maioria das mulheres (onde me incluo), juntem a isso uma pandemia e temos cocktail explosivo.
Foi o ano em que senti muita solidão (não só durante a licença como depois, em teletrabalho), mas ao mesmo tempo nunca tinha amado tanto na vida.
Foi um ano dominado pela saudade. Desde abril só estivemos duas vezes com a minha família (sendo que antes disso, e desde que o Gustavo nasceu, estávamos juntos uma vez por mês).
Foi o ano em que o Gustavo foi para a creche e, contrariamente ao que eu temia, foi uma lufada de ar fresco para nós três.
Foi o ano em que, pela primeira vez na vida, passei o Natal em Lisboa, a três.
Foi um ano estranho, muito, muito estranho, mas também muito iluminado pelo meu Gu. Foi um ano em que, aos poucos, fui renascendo e me redescobrindo para além da mãe que agora sou (e que às vezes, demasiadas vezes, parece que não há espaço para ser mais nada).
Foi um ano diferente a todos os níveis, mas seria ingrato da minha parte dizer que foi mau. Retirando a saudade (que foi muita), acompanhei o crescimento saudável e feliz do meu bebé, as pessoas mais importantes da minha vida tiveram saúde, cá em casa mantivemos o emprego e salário apesar da pandemia, e fui tia (de sangue) pela primeira vez. Não foi o melhor ano de sempre, mas foi, apesar de tudo, um ano muito feliz.
[Quanto às fotos, é verdade: praticamente não há fotos sozinha nem sem o Gu, o que é bastante representativo daquilo que foi o meu ano, assoberbado pelo meu Gucas querido.]

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Update e cenas várias




Podia dizer que é o tempo escasso que me impede de cá vir, mas a verdade não é bem essa. A verdade é que, graças à pandemia, a minha vida tem tido muito pouco de interessante (ou pelo menos com interesse digno de partilha por aqui).
Durante a semana continuo em teletrabalho e só saio de casa praticamente para ir ao supermercado, para almoçar fora em média uma vez por semana, e pouco mais. Durante o fim-de-semana, e mais uma vez graças à pandemia, os nossos passeios têm se limitado ao parque com Mr. Gu e pouco mais (porque passear de manhã não é a cena que nos dê mais jeito, por causa do horário da sesta do Gu, e passear de tarde há muito tempo que foi proibido em Lisboa...e uma pessoa escreve uma coisa destas e, mesmo passados tantos meses, ainda parece que é mentira).
Esta semana desmarquei a viagem que tinha comprado para ir à Madeira nos últimos dias do ano. Fi-lo com um nó imenso na garganta, mas em paz com a minha consciência. Temos um bebé que ia ser impossível "domar" no aeroporto, bem como perto dos meus avós e do meu sobrinho (bem, afinal há novidades dignas de partilha, fui tia (de sangue) pela primeira vez no dia em que o Gu fez 14 meses, e está a custar muito não ir conhecer o meu sobrinho tão cedo) e já que a minha família acaba por estar mais protegida do vírus por estar numa ilha pequena, prefiro não correr o risco de ser um de nós três a levar-lhes o "bicho" como "prenda" de natal.
Ainda não sabemos bem como será o nosso Natal, o segundo da minha vida longe da minha família (o primeiro e único até hoje foi maravilhoso, apesar da distância. há alguém aqui dos tempos em que vivi em Londres com as minhas Marias?), mas há de ser algures entre Lisboa e Braga.
E desse lado, ainda há alguém? Ou já só escrevo para mim mesma?

[A ver se me animo a vir fazer o "Gucas report", com as novidades dos últimos meses].


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #24 - Os primeiros dias de creche do Gu

No dia 7 de setembro, a uma semana de completar um ano de idade, o Gu estreou-se na creche.
A pandemia não nos deixou (aos pais) entrar na escola. Só pudemos lá estar na semana antes para uma reunião com a educadora do Gu, na sala deles (conversámos uma hora com a educadora e enquanto isso o Gu andou feliz da vida a explorar os cantos todos à sala, como se nós não estivéssemos ali).
O Gustavo é um menino que, até hoje, não estranha pessoas nem lugares a que não está acostumado e é super observador e curioso em relação a qualquer novidade. E tudo isto conjugado fez com que tivéssemos a grande (enorme) sorte de, até hoje, nunca o termos entregado à entrada da creche com ele a chorar. Nunca. 
Ele é recebido por várias pessoas diferentes (entre educadora e várias auxiliares lá da creche) e nunca rejeita o colo de ninguém. Aceita-o e ignora os pais como se fossemos invisíveis. O que para nós é espetacular (é mesmo, não estou a gozar. sempre que vejo meninos a chorar apetece-me chorar com eles, mesmo que não sejam meus filhos). Mas o nosso filho é uma pessoa muito coerente, e o entusiasmo que demonstra quando o deixamos na creche é o mesmo que demonstra quando o vamos buscar: nenhum, portanto. 
Até hoje, chorou apenas no primeiro dia, já muito depois de o termos deixado, e por regra está sempre em modo explorador e bem disposto. 


Quanto a um dos assuntos que eu mais temia: sonos. Fizemos uma adaptação gradual e Gustavo só ficou para a sesta ao final de 3 dias. Não conseguiram que ele ficasse deitado na caminha dele (acontece o mesmo cá em casa, mal é pousado acordado senta-se ou levanta-se) nem que adormecesse no colo. Puseram-no numa espreguiçadeira com um doudou e uma fraldinha e lá adormeceu e dormiu 50 minutos. Repetiu a proeza no dia seguinte. 
Entretanto, e porque ele continua a recusar deitar-se na cama, sugerimos à educadora que o deitassem depois de ele já ter adormecido (normalmente há ali uma meia hora de sono mega pesado em que se lhe pegarmos com jeitinho conseguimos mudá-lo de lugar sem que acorde) e assim têm feito: põe-no na cama quando já está adormecido, e já chegou a dormir 2 horas seguidas (praticamente nunca faz sestas de 2 horas em casa).
Quanto à alimentação, tem comido super bem (acontece o mesmo cá em casa).
Tenho muita pena que a pandemia nos tenha tirado a possibilidade de entrar na creche quando bem nos apetece para poder "apanhar" o Gu desprevenido e ver como é que ele é naquele ambiente, mas mesmo assim sinto-me bastante confortável em deixá-lo ali, porque sinto que são uma pequena família em que toda a gente (educadoras, auxiliares, diretora, funcionárias da cozinha) acarinha as crianças e isso tranquiliza-me imenso. Isso e o facto de o nosso bebé estar a dar-se lindamente por lá. 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

A nossa escapadela para comemorar o 1º aniversário do Gustavo

No contexto de pandemia que estamos a viver, e com a nossa a família longe de nós, decidimos que este ano, em vez de uma festa de aniversário, faria mais sentido irmos os três dar uma escapadela para comemorar o 1.º aniversário do Gustavo.
Escolhemos o Vale d'Azenha Hotel Rural & Residences, nos arredores de Alcobaça. O hotel é lindo, o staff é muito simpático, o restaurante do hotel é ótimo e sentimo-nos super seguros em termos de medidas de segurança (desinfetaram-nos a mala e tudo! por mim podia ser assim para sempre!).




Os pratos que pedimos no restaurante do hotel (chama-se "Golden"), onde jantámos no domingo. Estavam ambos maravilhosos (peito de pato com um gratinado fabuloso de couve flor, e risotto de camarão).







Não chegámos a desfrutar da piscina (para dizer a verdade, a minha veia de nojentinha assumida não é fã de piscinas e muito menos de enfiar o meu bebé dentro de uma) mas deu para uma bela sessão de fotos de aniversário do nosso principezinho, que vestiu uma camisa pela primeira vez na vida para comemorar a preceito (mas continua um espírito livre do tornozelo para baixo, porque ainda não anda e a sua mãe não tem paciência de lhe calçar sapatos).



Seguimos uma das recomendações que nos deram no Instagram e almoçámos no restaurante António Padeiro. Pedimos bacalhau com broa e farinheira para dois (que na verdade deu para 4, porque a dose era gigante e trouxemos os restos para casa). A comida era ótima e o staff super simpático, gostámos muito.







E ao final da tarde, já em Lisboa, fizemos videochamada com os avós e cantámos os parabéns ao nosso ratinho mais querido. Foi um dia muito feliz.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Fim-de-semana prolongado em Castelo Branco - Parte II

 [Podem ler sobre a primeira parte do fim-de-semana aqui.]

No sábado visitámos aquele que, para mim, foi o lugar mais bonito de todo o fim-de-semana: as Portas do Almourão. Que paisagem soberba! (As fotos não conseguem fazer jus ao quão imponente é esta vista)






E no domingo, antes de regressarmos a Lisboa, passámos por Vila Velha de Ródão.
Almoçámos no restaurante Vila Portuguesa (por sugestão do Instagram do blogue Let's Run Away, que sigo e gosto muito) e depois estivemos sentados na relva a apreciar a vista do rio: que paz que se sente naquele lugar.





Portas do Ródão

Como disse no primeiro post sobre o fim-de-semana, não gerimos o tempo da melhor forma para conseguir ver todos os lugares maravilhosos que merecem uma visita nesta zona, mas aproveitámos o melhor que pudemos e foi mesmo bom. Vimos paisagens soberbas e vivemos momentos muito felizes em família. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #23: Relato de uma noite normal cá em casa

[Um desabafo que fiz no Instagram e que decidi trazer aqui para o blogue, para me recordar daqui a uns anos quando voltar a ter noites decentes de sono]

20h30/21h30: O Gu adormece (no colo, connosco de pé, sempre).
Nos dias em que ele adormece mais cedo faço o esforço de ver uma série de 20 minutos com o homem. Invariavelmente morro de sono a meio da série.
22h (ou antes): Vou para a cama e pego num livro. Raramente leio mais de 4 páginas antes de cair para o lado.
Se a cria acordar antes da meia noite (acontece com frequência e é sempre um mau prenúncio da noite que está para vir) vai lá o pai tentar readormecê-lo (quando acorda depois dessa hora normalmente já só acalma na mama).
00h30/1h: Cria chora. Levanto-me para ir ao quarto dele dar mama. Adormece ao fim de poucos minutos e pouso-o no berço. Com receio que desperte daí a 10 minutos (houve uma altura em que estava perito nisto) fico a dormir no quarto dele.
3h: Novo choro. Entre readormecê-lo ao colo em pé ou na mama deitada, normalmente opto pela segunda (diz que se chama tentar sobreviver). Dou mama enquanto digo mal da minha vida; afinal de contas, já levo um ano desta merd@. Volto a deitá-lo no berço. O raio da criança esteve 10 minutos a dormir agarrado à minha mama, mas quando o pouso espevita. Dou-lhes uns abanicos e lá fica ele. 
Deito-me com uma fome de leão e fico a pensar se vale a pena ir comer (e ter que lavar dentes, ou então não) e arriscar-me a despertar ainda mais, ou se tento dormir mesmo com o estômago a gritar por comida.  Decido tentar dormir e lá consigo (e todas as noites em que isso acontece e não tenho insónias são noites abençoadas, independentemente do número de vezes que acordo).
6h45: Cria começa a chorar. Olho para o relógio e fico contente por ter dormido 3 horas seguidas em vez de 2. Levanto-me rapidamente para tentar dar mama antes que ele desperte completamente, para tentar que ainda durma mais qualquer coisa. Depois de mamar (raramente adormece na mama nesta altura) vem o pai tentar adormecê-lo. Depois de quase meia hora de tentativas em que a cria vai dormitando nos entretantos, desperta por completo às 7h30 (há os bebés que dormem a noite toda e há os que dormem 12 horas ao longo do sono noturno - e há os que fazem as duas coisas ao mesmo tempo; depois há o meu que dorme 10 horas com mil intervalos).
Aquela sensação de acordar rejuvenescida depois de uma noite de sono? Há mais de um ano que não sei o que isso é.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

14-09-2019: 366 dias do Gustavo nas nossas vidas [2.ª parte]



8º mês
Por volta do teu 8º mês de vida nasceram-te os dois primeiros dentes. 
E também por essa altura tiveste uma regressão brutal de sono: deixaste de adormecer deitado para o sono da noite, e dos 2 ou 3 despertares noturnos passámos para 4, 5, 6, 7, 8... houve ali umas 2 ou 3 semanas em que andámos à beira da loucura. Depois as coisas acalmaram passámos aos 3 a 5 despertares (até hoje, é o mais comum acontecer).
Nesta altura passaste a dormir no teu quarto (não sentimos influência no sono, nem para melhor nem para pior).
Começaste a dizer "dada" e "mama" sem qualquer intenção específica.


9º mês
A meio de junho a mãe retomou trabalho e o pai ficou de licença alargada, mas continuámos os três por casa.
Nessa altura voltámos a Braga (e fomos a Viana do Castelo) para uns dias com a família do pai. 
E passámos o nosso segundo fim de semana fora de casa (excecionando as visitas à família): fomos a Fátima e dormimos num sítio lindo.
Aprendeste a dar palminhas e a pôr-te sozinho na posição sentado.
No fim-de-semana antes de fazeres 10 meses disseste "água" intencionalmente, começaste a gatinhar, e puseste-te de pé (apoiado) pela primeira vez.

10º mês
Foi aos 10 meses que nos presenteaste com a primeira noite em que despertaste uma única vez, coisa que só voltou a acontecer um mês depois. Mas ah, que bem que soube!
No final de julho andaste de avião pela segunda vez: voltámos à Madeira e ainda fomos ao Porto Santo. Foram dias maravilhosos, filho! Inundaste a família de sorrisos (mas tens clara preferência pelas mulheres).
Por esta altura começaste a dar passos apoiado no sofá.

11º mês
Quando fizeste 11 meses começaste a subir sozinho as escadas cá de casa. Também começaste a imitar o som do cão e a apontar para a cabeça quando perguntamos por ela.
Fizeste a tua segunda noite com um despertar apenas (e continuamos a esperar ansiosamente que repitas a proeza).

12º mês
És um bebé super observador: quando vamos ao parque fartas-te de olhar para toda a gente, principalmente para bebés e crianças. Sorris para estranhos, principalmente se forem mulheres (aos homens não dás tanta confiança). Não estranhas nada nem ninguém.
Já identificas imensos nomes (bola, balão, água), já dizes adeus, e vê lá, aprendeste a chamar o pai antes de me chamares a mim porque eu te ensinei a fazê-lo (ninguém disse que a vida era justa...).
A uma semana de fazeres um ano "apanhei-te" a agarrar o copo de água que deixei ao pé de ti, distraída, e a beber direitinho como gente grande.
Também por esta altura fomos passear com os avós a Castelo Branco: vimos lugares lindos, filho.
A uma semana de fazeres um ano começaste a ir à creche (mas sobre isso vou fazer um post à parte).
E na véspera de fazeres um ano...apanhei-te feliz da vida sentado no tapete da sala de boca suja, com uma fralda aparentemente muito mal posta, e com um sorriso de orelha a orelha (como quem acaba de descobrir que é capaz de fabricar a própria comida) enquanto te lambuzavas todo...

És um menino saudável (até hoje as tuas doenças resumiram-se a três constipações, mas só agora entraste na creche...) e quero acreditar, pelos sorrisos com que nos brindas diariamente, muito feliz. És um docinho, observador, explorador de tudo o que te rodeia.
Deixas-nos de rastos todos os dias com essa tua pedalada inesgotável (e com o cansativo que é pôr-te a dormir ao colo até hoje...), mas fazes-nos imensamente felizes. Parabéns a nós por este ano incrível, meu amor. Mal posso esperar por tudo o que ainda está para vir.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

14-09-2019: 366 dias do Gustavo nas nossas vidas



Um ano de ti, meu amor. 

1º mês
Chegaste a este mundo de uma forma muito serena. Nas duas primeiras semanas de vida praticamente não te ouvimos chorar. Dormias tanto que eu e o pai tínhamos que pôr despertador a meio da noite para mamares ao fim de 4 ou 5 horas, e ficávamos a olhar para ti, a dormir na maior das serenidades, sem coragem de te acordar (entretanto já te vingaste (demasiado) bem de te termos feito esta barbaridade).
Lá para a tua terceira semana de vida foste (fomos) atormentados com o bicho das cólicas, que veio para ficar. Diziam-nos que iriam embora por volta dos 3 ou 4 meses, mas as tuas não só não passaram nessa altura como ainda pioraram, e só desapareceram lá para os 8 ou 9 meses.

2º mês
Ao final de cinco semanas, quando terminou a licença exclusiva de 25 dias úteis do pai e ele voltou ao trabalho, desaprendeste a dormir: as sestas de 2 ou 3 horas que fazias deixaram de acontecer, e deixaste de adormecer deitado. Se não te déssemos colo tu pura e simplesmente não adormecias, e se te pousássemos depois de adormeceres dormias, no máximo, 30 minutos. Passaste horas infinitas a dormir coladinho a mim: ou no (abençoado) sling, enquanto eu estava no computador ou a comer, ou ao colo enquanto eu lia ou via séries. E tanto que eu li nesses meses graças a isso, meu filho! Isto quando as cólicas permitiam, porque havia sestas em que tínhamos que subir e descer as escadas cá de casa mil vezes para te acalmar e tentar que não despertasses por completo.
No dia 8 de novembro brindaste-nos com o teu primeiro sorriso.

3º mês
Quando tinhas três meses fomos à Madeira passar o Natal. O teu avô veio de propósito da Madeira só para não fazermos a viagem os dois sozinhos (o pai for ter connosco mais tarde): pois é, filho, tens um super avó (e duas super avós). Fizeste as delícias de toda a família, mas em especial dos teus bisavós. Que natal especial nos deste a todos.

4º mês
Por volta de janeiro já nos brindavas com gargalhadas frequentes.
Também por esta altura o papá conseguiu a proeza de te ensinar a adormecer serenamente deitado no Next to me para o sono inicial da noite (era sempre o papá que te adormecia nesta altura, desde que nasceste).
Os avós da Madeira vinham visitar-te(nos) todos os meses, e o meu 33.º aniversário, no final de janeiro, não foi exceção. Nessa altura, passámos o primeiro fim-de-semana fora em modo passeio: fomos a Santarém e ficámos num alojamento espetacular.

5º mês
Em fevereiro a mãe foi trabalhar durante um mês e tu ficaste em casa com o pai. Eu tirava leite todos os dias no trabalho à hora de almoço para que tu o bebesses no dia seguinte, ao almoço. E com isto conseguimos manter a amamentação exclusiva até aos 6 meses. 
Também em fevereiro foste a Braga pela primeira vez, conhecer a terra do papá. E mostrar-nos que viagens longas de carro não fazem parte dos teus programas preferidos.

6º mês
Em março instalou-se uma pandemia no mundo e, na mesma altura em que eu voltei para casa para retomar a licença, o pai veio também, e ficou a trabalhar pertinho de nós. E que ajuda maravilhosa foi, meu amor. Tornou-se tudo mais fácil a partir daí.
Nessa altura, poucos dias depois de teres feito seis meses, deixaste a amamentação exclusiva e começaste a comer através do método Baby Led Weaning. Nos primeiros dias eu achava que ia ter um ataque cadíaco com medo que te engasgasses, mas rapidamente nos mostraste as tuas habilidades e nos provaste que podíamos confiar em ti. Em poucas semanas já comias refeições inteiras sozinho com a maior das destrezas.

7º mês
Aos sete meses começaste a aguentar-te bem sentado, sem apoio. E a estar cada vez mais engraçado e desperto para tudo à tua volta.

[Continua]

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #22 - Chegou ao fim a licença alargada do pai

E ao fim de praticamente um ano, acabou a licença alargada que eu e o pai do Gu tirámos (5 meses meus + 1 do pai iniciais, mais 3 meses de cada um de licença alargada).
Atendendo ao cenário de pandemia que se instalou no país em março e que nos deixou (a mim, ao pai e a meio mundo) em casa a trabalhar, posso dizer que a minha troca de papéis com o pai, em junho (em que eu voltei a trabalhar, e ele voltou a entrar de licença) acabou por não mudar muito a nossa rotina cá em casa: apenas passou a ser o pai que se ocupava mais do Gustavo quando ele estava acordado, enquanto eu trabalhava (ou tentava, que nem sempre é muito fácil).
Retirando as eternas cólicas que perturbaram as sestas do Gustavo até bem mais tarde do que aquilo que esperávamos, posso dizer que o pai acabou por ter uns três meses mais exigentes do que os meus, porque apanhou a fase em que o Gustavo começou a gatinhar, pelo que lá se foi o sossego de poder sentar-se tranquilo no sofá enquanto o Gu brincava quietinho. Sei que há bebés que pedem atenção o tempo todo e que não sabem brincar sozinhos: o Gustavo quando está mais cansado ou agitado pede muita atenção - como é normal em qualquer bebé, diria eu - mas também é um bebé que sabe entreter-se sozinho (como eu costumo dizer, com todo o terror que temos vivido em termos de sono desta criança, merecemos que ele seja um bebé relativamente fácil em tudo o resto :p).


Como já disse por aqui, a licença de um ano não foi propriamente uma opção nossa (ficam avisadas as pessoas que queiram planear bebés e que não queiram gozar licença alargada: numa visão muito pouco romântica mas realista da coisa, setembro é o pior mês do ano para os vossos bebés nascerem, porque o ano letivo - mesmo o dos bebés - começa em setembro, pelo que ou pagam meio ano sem meter os vossos filhos na creche para assegurar a vaga deles, ou têm alguém que vos fique com as crianças para vocês irem trabalhar, ou terão que fazer o mesmo que nós e esperar por setembro para mandar a cria para a creche).
Não vou mentir: é duro passar 24 horas sobre 24 horas fechados em casa (na maior parte do tempo) com um bebé. Mas a verdade é que o primeiro ano de vida deles deve ser provavelmente aquele em que a evolução é maior, e estar longe deles nesta fase implica arriscarmo-nos perder muitos marcos especiais, e isso também deve ser duro (como será se o meu rico filho decidir dar os primeiros passos na creche, e não à vista dos pais, mas adiante...).
Isto tudo para dizer que ao fim de um ano em casa com o nosso filhote e a poucos dias do primeiro aniversário dele, o balanço deste ano é mais do que positivo: foi o ano mais cansativo (esgotante, para ser mais precisa) da minha vida, mas sem sombra de dúvida também foi o mais rico e aquele em que mais cresci (não literalmente mas quase, porque sou bem capaz de ter perdido anos de vida nos últimos meses :p).

[Nos próximos dias conto-vos sobre a entrada do Gu para a creche e a adaptação dos primeiros dias - dele e da mãe dele :p].


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Leituras

 As leituras de 2020 começaram a um ritmo alucinante, tanto que atingi o meu objetivo (modesto num ano normal, desafiante para uma mãe de um bebé de meses) de 12 livros lidos em 2020 ainda nem o ano ia a meio.
Mas entretanto o meu rico filho deixou de precisar de colo durante as sestas (obrigada Deus!), e eu regressei ao trabalho, e o resultado da soma destes fatores foi que a partir de junho o meu ritmo de leitura diminuiu imenso (não leio em transportes públicos porque estou em teletrabalho pelo que voltei a ler só na cama, e deito-me tão exausta que mesmo indo para a cama às 22h leio uma média de...sei lá...4 páginas por noite).
Mas passando então ao último livro lido.


Fica comigo

Avaliação do Goodreads: 4,04/5
Minha avaliação: 4/5

"Fica comigo" é um romance que se passa na Nigéria, na década de 80 do século passado, e que nos apresenta um pouco da cultura daquele país. 
Tendo como pano de fundo o contexto político agitado daquela época, acompanhamos a história de vida de Yejide e Akin, um casal que não consegue ter filhos, numa cultura em que a infertilidade é vista como uma atestado de "inutilidade" às mulheres (independentemente da origem do problema poder estar no homem), já que aquilo que se espera delas é que constituam família e pouco mais. Aborda também o tema da poligamia e da maternidade, numa perspetiva muito crua e pesada (e dizer mais do que isto é entrar em spoilers).
Não é uma leitura leve, mas é mesmo muito interessante.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Fim-de-semana prolongado em Castelo Branco - Parte I

Na última semana de agosto tivemos a visita (maravilhosa) dos meus pais, que tiraram uns dias de férias para visitar o neto (e a filha e o genro, vá), e decidi tirar a sexta-feira de férias e fazer um fim-de-semana prolongado de passeio.
Fiz a pesquisa por alojamentos no final de junho, e devo dizer que não foi nada fácil encontrar um alojamento a um preço aceitável numa zona que tivesse pontos de interesse para visitar. Até que encontrei as Casas dos Carregais, fiz a reserva para duas noites e lá fomos nós na manhã de sexta-feira.
Confesso que não planeámos a viagem como deve ser e acabámos por nos arrepender, porque só perto do regresso nos apercebemos que não teríamos tempo para explorar todos os pontos de interesse e que não tínhamos dado prioridade ao que deveria ter sido prioritário (isso aliado ao facto de termos um bebé que não adora andar de carro, e qualquer passeio na zona implicava sempre no mínimo perto de meia hora para ir e outra meia hora para regressar). Mas adiante.
A caminho do alojamento almoçámos em Castelo Branco, no restaurante Cabra Preta, que recomendo (comida boa e medidas de segurança seguidas à risca), e a meio da tarde lá chegámos à aldeia onde passaríamos a noite: Carregais. É uma aldeia pequenita mas amorosa. Quanto ao alojamento, reservámos uma casa de xisto recuperada muito bonita e com todas as comodidades (só não ficámos fãs do pequeno-almoço, que achámos fraquinho - e que estava disponível já na casa, à exceção do pão, que nos traziam de véspera, ao final da tarde).




Na manhã de sábado fomos conhecer a praia fluvial da Cerejeira, que ficava a 5 km da nossa casa (um espaço muito giro, sem dúvida, mas preferíamos ter "gasto" mais tempo a explorar as redondezas de Vila Velha de Ródão).







E ao almoço fomos ao restaurante Ti'Augusta (com reserva feita previamente), na aldeia de xisto da Figueira. Recomendo muito, a comida era marvilhosa, assim como o atendimento e o espaço. 



[Continua...]