Chegámos a casa depois da
passagem de ano completamente de rastos de tanto cansaço. Isso, aliado ao facto de em Berlim ser uma hora a mais que em Portugal, fez com que acordássemos quase à hora de almoço no dia 1. Fiquei mesmo chateada quando me apercebi que estávamos a quatro horas de ser noite e não tínhamos aproveitado nada (costumo confiar no senhor meu namorado, que é pessoa para acordar com as galinhas 360 dias por ano, mas desta vez correu mal). Aproveitámos que no dia seguinte as previsões meteorológicas não eram nada animadoras (estiveram -7ºC no sábado) para andar a passear pela rua.
Passagem obrigatória nas famosas portas de Brandemburgo.
Tínhamos intenção de almoçar neste mercado amoroso, na Gerdarmenmarkt Platz, mas quando lá chegámos descobrimos que já estava a ser desmontado. Com um fim-de-semana prolongado pela frente, e na 6a feira andavam a desmontar tudo o que é alusivo ao Natal (enfim...).
Em alternativa, voltámos ao mercado onde tínhamos estado na véspera à noite e lá fomos provar a bela da salsicha alemã (tudo servido com zero simpatia, sem luvas, e com as mesmas mãos que logo a seguir tocaram no dinheiro, pois claro).
Vestígio do muro de Berlim, na Potsdamer Platz.
O muro passava aqui.
Memorial aos judeus mortos na Europa.
Reichstag (Parlamento alemão).
E o que é que eu captei nesta foto (para além do pinheiro)? Um pedido de casamento, ao vivo e a cores. Não sei até que ponto acharia romântico ser pedida em casamento em frente ao parlamento alemão, mas foi uma cena engraçada de assistir.
Vestígios do Natal.
O segundo (e último) dia de passeio, com um frio de rachar, temperaturas cada vez mais frias e um ventinho mega desagradável a ajudar a festa deu-nos o pretexto ideal para dedicarmos aos museus. Passámos a manhã no museu judeu, e a tarde no museu Neues (este último tem exposições sobre a pré-história e antigo Egito, fundamentalmente).
Passagem pela Catedral de Berlim (Berliner Dom), o edifício mais bonito de todos os que vi.
Museu judeu
Não posso dizer que não gostei da cidade. Mas também não houve nada em especial que me tenha deslumbrado.
O facto de ter uma história recente tão pesada (o massacre aos judeus, as pessoas que foram mortas há poucas décadas por terem tentado atravessar o muro) aliado à pouca simpatia dos berlinenses (em quatro dias consegui assistir a três cenas de verdadeira falta de educação, uma delas inclusive com uma hospedeira, no aeroporto, que gritou, literalmente, para um casal de passageiros) e às temperaturas pouco simpáticas que apanhámos (no domingo, quando andámos entre transportes a caminho do aeroporto, apanhámos -11ºC) fazem com que não vá guardar as memórias desta viagem com um carinho especial.
Para além disso, achei a cidade cinzenta, descaracterizada, austera. Há muito tempo que não fazia uma viagem onde tivesse tirado tão poucas fotos, e não foi só o frio o culpado disso. É mesmo o facto de nada me ter deixado de boca aberta.
E ainda outro aspeto, para o qual eu já ia preparada, mas a que dou muito valor, e onde Berlim (e a Alemanha em geral, ao que sei) falha: a gastronomia. Retirando as salsichas e a cerveja (duas coisas das quais eu nem sou particularmente fã), a gastronomia alemã é muito fraquinha.
Então e coisas boas de Berlim?
Depois de curado o desgosto de a comida típica praticamente não existir e de nos conformarmos que vamos ter que nos contentar com comida chinesa, turca, italiana e afins, consegue-se comer bem e barato (fomos duas vezes a um restaurante italiano em que pagámos menos de 25€ para os dois, no turco e no chinês pagámos pouco mais de 10€ por uma refeição para os dois).
Os museus não são tão baratos mas também não são especialmente caros (consegue-se um bilhete de 24€ para um combinado na ilha dos museus. o museu judeu custou 12€ a entrada.
E o metro também é relativamente acessível (e vai até ao aeroporto, o que torna estas viagens bastante acessíveis): uma viagem custa 2,40€, e consegue-se comprar um bilhete válido por 24h a 7,50€.