segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #13 - Regresso ao trabalho (por um mês)

No dia 11 de fevereiro chegaram os fim os meus 150 dias de licença, pelo que "troquei" com o pai da criança durante um mês: fui trabalhar, e ele ficou em casa com o Gustavo.
Depois de ter passado por uns dias especialmente complicados em janeiro, em que ainda não conseguíamos adormecer o Gustavo deitado durante o dia e ele, já com 8kg, dava muita luta no colo depois de adormecer (cólicas...what else?), achei ingenuamente que iria quase sentir-me de férias quando regressasse ao trabalho. O que até poderia ser verdade a nível de esforço físico diário...não fosse a privação de sono.
Na verdade o sono do Gustavo não mudou quase nada (continuou a acordar em regra três vezes por noite), mas nos primeiros dias eu tive muito mais dificuldade em adormecer do que o habitual (só pela preocupação de ter que dormir para estar minimamente bem para conseguir raciocinar no trabalho) - e acreditem que fazer esse esforço 3 vezes por noite é dose. E com isso, depois do almoço apoderava-se de mim uma dor de cabeça que por regra não sinto quando fico em casa. Já para não falar da hora em que atingia o pico do cansaço - a meio da tarde, quando saía do trabalho - em que estava tão de rastos que sentia um mal estar no corpo todo, chegando a ter uma sensação de que vou vomitar, tal era o meu estado. Mas lá chegava a casa, matava saudades do meu filhote, e a indisposição melhorava ligeiramente. Isto aconteceu durante a primeira semana e meia, até que depois de um pico de insónias consegui voltar a readormecer melhor e voltei a sentir-me muito melhor durante o dia.
Pessoas que não têm filhos: pode não parecer, mas não quero, de todo, assustar-vos com esta descrição. Estou apenas a relatar a minha experiência com a máxima honestidade (e porque a quero recordar no futuro). Mas o facto de o meu filho dormir mal (e continuar com cólicas aos 5 meses!) não quer dizer que os vossos filhos venham a dormir mal também. Há todo o tipo de bebés e experiências, e nunca se sabe o que nos vai calhar "na rifa". Só espero que tenham mais sorte do que eu neste aspeto ;).
Mas passando a parte do sono, como foi regressar ao trabalho e deixar a criança entregue ao pai? Ora, o único inconveniente foi mesmo o querer manter a amamentação exclusiva, e então não só ter que extrair leite no trabalho à hora de almoço (é maravilhoso...só que não!) como ainda ter que stressar um pouco com horários de sair e chegar a casa para conseguir que o Gustavo beba apenas um biberão enquanto eu estou fora de casa. Mas depois de nos primeiros dois dias ter corrido tudo super bem nesse aspeto, consegui relaxar um pouco.
Talvez se o meu filho estivesse na creche, e não em casa com o pai, eu estaria preocupada e pensaria mais vezes nele durante o dia. Mas o facto de o saber tão bem entregue deixa-me tão relaxada que, sendo muito honesta, não me custa passar estas horas longe do meu filho. E não penso nele a toda a hora. E chego a casa com uma saudade boa e saudável que me faz aproveitar ainda melhor o tempo com ele.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sobre o meu aniversário (e a nossa escapadela de fim-de-semana)

Nesta fase da minha vida, a única coisa que desejei com muita força receber neste meu aniversário foi uma noite de sono razoável (já que tudo o resto eu já tinha). Não aconteceu: a noite foi má, daquelas dignas de deixar a pessoa com um peso na cabeça o dia todo. A juntar à festa esteve um dia miserável (choveu o dia todo) e não deu para sair de casa com o meu filhote para um passeio. Mas estive com as pessoas mais importantes da minha vida e fui ao ginásio.
A noite seguinte ao meu aniversário foi bem melhor, e sábado ao início da tarde estávamos de partida para uma escapadela de fim de semana em família. O lugar escolhido foi a Casa do Mundo, no Calhariz (pertinho de Santarém). E que bem escolhido foi! Os anfitriões (ela brasileira, ele holandês) são dos mais atenciosos e simpáticos que já conheci (sabem aquelas pessoas que nasceram mesmo para receber pessoas? e que têm o alojamento com todos os detalhes pensados ao mais pequeno pormenor? são eles.). Para além da decoração da casa (e do estúdio onde ficámos os três) ser lindíssima (para os meus padrões, claro), a zona envolvente é espetacular (está rodeada de natureza e inspira uma paz enorme). E o bónus? Um pequeno almoço maravilhoso, do mais variado que possam imaginar.






Retirando a nossa viagem à Madeira no Natal, esta foi a primeira vez que saímos de Lisboa com o nosso amorzinho para um fim de semana fora, e correu muito bem. Fez as viagens de carro igual a ele próprio (dorme 30 minutos e acorda), e esteve super bem disposto e atento a tudo o que viu. 
Sou uma adepta de rotinas com o nosso bebé, principalmente a nível de sono, e sinto que sempre que elas não acontecem acabamos por pagar a fatura (torna-se mais difícil adormecê-lo e não dorme tão bem). Mas caramba, é verdade que a chegada de um bebé nos vira a vida do avesso, mas temos que nos esforçar por continuar a vivê-la. Mesmo que o preço a pagar por isso sejam umas horas (ou um dia seguinte) mais complicadas para voltar à "programação habitual". E este fim de semana maravilhoso que tivemos valeu todo o esforço.