terça-feira, 19 de abril de 2011

Há quatro meses atrás

Foste buscar-me à estação, passaste-me a mão pela cabeça e disseste que eu estava muito gira, tentando pôr um ar de naturalidade nas tuas palavras. 
Acabaste a noite olhando embevecido para mim, não como se eu fosse "muito gira" mas antes a mulher mais bonita à face da Terra, como se eu fosse perfeita. Abraçaste-me com uma intensidade deliciosa. Fizeste-me sentir uma autêntica princesa.
Por um dia apenas, por umas horas, mostraste-me que tudo aquilo com que eu sempre sonhei existe efectivamente.


Quatro meses depois, a lembrança desse dia faz-me chorar. Mas não a trocava por nada deste mundo.
Chamem-me estúpida, ridícula, cega, o que for. Eu sei o que vi no teu olhar, eu sei o que senti, eu sei o que tu sentiste, e sei que a combinação de tudo isso não é comum.
Se vai ficar mesmo por aqui eu não sei. Mas sei que o pouco que vivi e o muito que senti contigo não acontecem todos os dias ao virar de qualquer esquina.

No calendário passaram quatro meses. No meu coração mantém-se tudo igual.