E eis que chegámos à minha parte favorita da viagem: o ponto de partida do nosso trekking (caminhada) nos Himalaias. Mas não sem uma viagem memorável (de tão má) para lá chegar.
Na manhã do 5º dia da nossa estadia no Nepal, apanhámos um autocarro em Chitwan para ir até Pokhara. A distância entre as duas cidades não chega a 100km. A viagem durou 6h15m. Não me enganei: foram seis horas. Tínhamos sido avisados que duraria à volta de 5 horas (e uma pessoa já se perguntava "Mas como, se são 90 e tal km?"...oh santa ingenuidade!).
Ora e como é que se consegue a proeza de demorar seis horas para fazer 90km? Eu explico. As estradas por todo o Nepal estão em péssimo estado (estão a arranjar a canalização toda, tanto quanto percebi também devido ao terramoto de 2015) e basicamente temos uns centímetros de estrada boa a meio, rodeados de estrada de terra batida à volta (que é onde temos que andar sempre que temos carros a circular na faixa oposta). Depois, não fosse a viagem já longa o suficiente, há uma paragem de 45 minutos num lugar ranhoso para almoçar. Mais: desde que entrámos no autocarro e até sairmos da cidade, ele parou umas 10 vezes para recolher pessoas (?), outra para comprar água para dar às pessoas (??), outra para ir à oficina buscar um pneu (?!) e outra ainda para o cobrador de bilhetes ir comprar bolachas - estávamos na estrada há uns 20 minutos (???). Não é de uma pessoa ficar maluca?
Chegámos a Pokhara já passava da hora de almoço. É uma cidade pequena com pouco para ver, mas é amorosa, com um lago rodeado de montanhas. Nesse dia demos uma volta e aproveitámos para fazer algumas compras para a caminhada. No dia em que regressámos da caminhada fizemos um passeio de barco pelo lago.
A primeira foto abaixo é da vista do hotel onde ficámos em Pokhara.
E na manhã do 6º dia, às 9h, tínhamos o nosso guia à nossa espera no hotel para nos levar rumo à nossa aventura pela montanha (contratámos o pacote inteiro pela internet, ainda em Portugal, a uma agência nepalesa. Não terá sido a opção mais barata mas não tivemos que nos preocupar com nada relacionado com aqueles 4 dias - alojamento, refeições, autorizações para entrar nas zonas protegidas, etc). Ponho-me a pensar naqueles dias e - acreditem - sinto o meu coração a bater mais rápido, tamanho é o entusiasmo que as lembranças me trazem. Teve quase tanto de duro como de maravilhoso mas foi, sem dúvida, das melhores experiências da minha vida.
Começámos por fazer uma viagem de duas horas de carro (mais uma vez, para uma distância curta) até ao ponto de partida do trekking, em Nayapul.
Andámos uma hora em terreno plano e parámos para almoçar num dos vários restaurantes que existem pelo caminho.
Depois do almoço a coisa complicou: esperavam-nos mais de 3200 degraus até Ulleri, onde iríamos passar a primeira noite. Estava sol e calor, e com uma mochila às costas (que depois de algum tempo começa a pesar) subir tanto degrau não foi tarefa nada fácil. Ainda para mais com um guia que parecia o Rambo e que estava sempre pronto a acelerar (e uma pessoa lá tinha que demonstrar fraqueza de vez em quando e pôr um travão ao moço).
Cá estão os primeiros de muiiiitos degraus:
Passámos por algumas pontes suspensas durante a caminhada.
E a meio da tarde chegámos à aldeia de Ulleri. É impressionante como conseguem construir estas aldeias a meio do nada, com várias estalagens com todas as condições (quartos com casa de banho privativa, restaurante) sem acesso por estrada. São pessoas e burros que transportam tudo o que chega a estas aldeias.
Esta era a vista do alojamento onde ficámos na primeira noite:
Na manhã do segundo dia, retomámos caminho.
As casinhas que se vê nas fotos abaixo são a aldeia onde dormimos na primeira noite.
E ao início da tarde chegámos à aldeia onde passámos a segunda noite: Ghorepani (imagens abaixo), a 2874m de altitude. O imenso calor que sentimos na véspera deu lugar ao frio.
(continua)
Opá o que eu me ri com a descrição das 6hrs de viagem lol =P
ResponderEliminarÉ que realmente ninguém merece =P
Mas olha que tens aí belas fotos. Valeu a pena =D
Beijocas
Ansiosa pelo próximo post.
ResponderEliminarAs fotos estão giras, bjinhos