Já perdi a conta a quantas vezes me despedi, na varanda do meu apartamento em Lisboa, com um sorriso e um acenar de mão. Um ritual que costumo cumprir quando se trata de alguém importante que vou deixar de ver durante uns tempos.
Quando vejo o carro a afastar-se, sigo-o com o olhar até a minha vista não conseguir mais alcançá-lo, e enquanto o faço digo só para mim mesma, baixinho, um "amo-te".
Ontem, enquanto te via partir, dei por mim a cumprir exactamente o mesmo ritual. Ontem, enquanto te via partir, e sem estar à espera, o meu coração falou mais alto que o cérebro e proferiu a palavra. Ontem, enquanto te via partir (e depois de já o ter tentado negar tantas vezes a mim própria), descobri que te amo.
E hoje nem o facto de estar em França, onde tenho sido tão feliz, me tira este amargo o peito.