[A três dias do regresso a casa]
Depois dos primeiros dias em que senti na pele (e principalmente no cérebro) os efeitos da privação de sono (motivada principalmente por insónias, porque quanto ao restante cenário habitual de 3 a 4 despertares noturnos já me "habituei" de certa forma), começou a correr tudo melhor. Voltei a sentir-me minimamente bem durante o dia, e a conseguir raciocinar decentemente no trabalho. Na verdade, deixei de me sentir muito cansada (como me sentia quase todos os dias em que estava em casa de licença) para sentir-me "só" cansada. E agora que vou voltar para casa e sei que o Gu (que já pesa quase 9kg) ainda precisa de muito colo para adormecer durante o dia... confesso que não fico aos pulos de contente com a ideia do regresso.
Depois dos primeiros dias em que senti na pele (e principalmente no cérebro) os efeitos da privação de sono (motivada principalmente por insónias, porque quanto ao restante cenário habitual de 3 a 4 despertares noturnos já me "habituei" de certa forma), começou a correr tudo melhor. Voltei a sentir-me minimamente bem durante o dia, e a conseguir raciocinar decentemente no trabalho. Na verdade, deixei de me sentir muito cansada (como me sentia quase todos os dias em que estava em casa de licença) para sentir-me "só" cansada. E agora que vou voltar para casa e sei que o Gu (que já pesa quase 9kg) ainda precisa de muito colo para adormecer durante o dia... confesso que não fico aos pulos de contente com a ideia do regresso.
Tal como nos primeiros dias, não morri de saudades do meu filho, nem passei os dias a pensar nele. E era muito boa a sensação de chegar a casa cheia de vontade de passar tempo de qualidade com ele, depois de umas horas separados. Não sei qual será a sensação de ir trabalhar e deixar o nosso filhote na creche: para já só sei o que é deixá-lo com o pai. E essa realidade deixou-me (como deixa sempre, independentemente de se vou trabalhar ou fazer outra coisa qualquer) completamente tranquila e descansada. A única coisa que pedia ao pai para fazer todos os dias era informar-me dos sonos e de quando o Gu bebia o biberão. Desde que ele fizesse isso eu não o "chateava" com mais perguntas. Nos primeiros dias confesso que estava sempre a olhar para o telemóvel principalmente à hora do biberão, mas depois até em relação a esse assunto consegui relaxar. Felizmente até hoje o Gustavo nunca rejeitou um biberão (usámos sempre o tetina calma da Medela).
A única parte verdadeiramente chata associada ao trabalho foi mesmo o ter que extrair leite à hora de almoço: para além de ser um tédio, de não ser a atividade mais confortável do mundo e de retirar algum tempo, sentia-me sempre uma espécie de criminosa por estar a fazê-lo com receio de aparecer alguém, apesar de ter sempre quem me ajudasse a assegurar que não apareciam "intrusos" (a casa de banho não era opção por falta de condições).
O balanço deste mês foi claramente positivo. Foi bom sair da "bolha" em que tenho vivido nos últimos meses, voltar a fazer coisas não relacionadas com a maternidade, arranjar-me todos os dias e vestir roupa "decente" (apesar de continuar a não poder vestir os meus ricos vestidos sem botões por causa de ter que tirar leite) e matar saudades de alguns colegas.
Sempre achei, mesmo antes de ter filhos, que não seria pessoa de me sentir 100% realizada a ser "só" mãe. E agora que sou mãe - e passados aqueles tempos iniciais em que só conseguia efetivamente viver em exclusivo para o meu bebé - confirmo isso. Acho que até me tenho "safado" bem neste que é, sem dúvida, o papel mais difícil que já desempenhei na vida, mas faz-me bem sentir-me útil também "noutras frentes".
A única parte verdadeiramente chata associada ao trabalho foi mesmo o ter que extrair leite à hora de almoço: para além de ser um tédio, de não ser a atividade mais confortável do mundo e de retirar algum tempo, sentia-me sempre uma espécie de criminosa por estar a fazê-lo com receio de aparecer alguém, apesar de ter sempre quem me ajudasse a assegurar que não apareciam "intrusos" (a casa de banho não era opção por falta de condições).
O balanço deste mês foi claramente positivo. Foi bom sair da "bolha" em que tenho vivido nos últimos meses, voltar a fazer coisas não relacionadas com a maternidade, arranjar-me todos os dias e vestir roupa "decente" (apesar de continuar a não poder vestir os meus ricos vestidos sem botões por causa de ter que tirar leite) e matar saudades de alguns colegas.
Sempre achei, mesmo antes de ter filhos, que não seria pessoa de me sentir 100% realizada a ser "só" mãe. E agora que sou mãe - e passados aqueles tempos iniciais em que só conseguia efetivamente viver em exclusivo para o meu bebé - confirmo isso. Acho que até me tenho "safado" bem neste que é, sem dúvida, o papel mais difícil que já desempenhei na vida, mas faz-me bem sentir-me útil também "noutras frentes".
"Sempre achei, mesmo antes de ter filhos, que não seria pessoa de me sentir 100% realizada a ser "só" mãe."
ResponderEliminarObrigada por este laivo de normalidade. 90% do que lemos e ouvimos faz-nos pensar que se não vivemos apenas para e em função dos filhos, não somos boas mães.
Que a tua experiência, com o teu equilíbrio, continue a correr bem :)
Depois podes partilhar como foi a tua opção na licença? Obrigada!
Posso sim 😊. O Gustavo só vai para a creche em setembro (com um ano, mas depois faço um post sobre isso 😊. Beijinho
EliminarOlha, a minha fica na creche e também não passo o dia a pensar nela. Nos primeiros tempos foi mais difícil, mas ela adaptou-se bem e agora adora, tanto que nunca quer vir para casa ao fim do dia, quer que eu fique lá a brincar com ela. Por isso, agora até tenho um dia em que estou de folga do trabalho e ela vai para a creche na mesma, para eu poder ter um bocado de tempo para mim... e não é por isso que gosto menos dela, mas tenho de gostar de mim também!
ResponderEliminarEu acho que é muito saudável continuarmos a ter momentos nossos e acima de tudo conseguirmos desfrutar deles sem nos sentirmos mal por isso.
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