segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Rússia: 6 dias, 3 cidades e 1 casamento - Suzdal

Apesar de terem mais n aspetos com que se preocupar relacionados com o casamento, a Alex e o marido deram-se ao trabalho não só de tratar de toda a logística das viagens de todos os parentes do lado dele (francês) como ainda organizaram um roteiro turístico de 10 dias para os convidados que incluiu visitas em Moscovo antes do casamento, e Suzdal e São Petersburgo depois, tudo isto na companhia dos próprios noivos (inclusive na véspera do casamento!) e de guias turísticos. 
Nós já tínhamos comprado os nossos bilhetes de avião quando recebemos o programa completo das visitas, daí não termos conseguido estar com o grupo na maior parte da viagem.
Em Suzdal (cidade onde ocorreu o casamento), a maior parte dos convidados (nós inclusive) ficou alojada em Guest Houses, reservadas e oferecidas pelos noivos (que não descuraram um único detalhe para nos fazer sentir bem).
Depois de instalados, ao final da tarde de sábado, aproveitámos o que restava da luz do dia para conhecer um pouco da cidade, que é muito amorosa.

Suzdal está cheia de igrejas, cada uma mais bonita que a outra.


O kremlin de Suzdal. Tão bonito.



Pode não parecer, mas este edifício de madeira também é uma igreja.

Pôr do sol fabuloso, e mais uma igreja.


O passeio acabou num dos restaurantes típicos da cidade, onde qualquer tentativa de falar inglês não passou disso mesmo, de tentativa (como aliás em qualquer outra parte de Suzdal). Naquela cidade só conseguimos falar inglês mesmo no casamento com alguns convidados (senhor namorado delirava de entusiasmo de cada vez que apanhava alguém que não falasse apenas russo ou francês), e a nossa grande sorte foi que todos os taxis (vários) que tivemos que apanhar (e que custavam uma autêntica pechincha) foram pedidos pela Alex ou pela organizadora do casamento, senão teria sido completamente impossível andarmos neles (a começar pelo facto de não fazermos ideia como se lê o nome dos sítios no alfabeto russo, passando pelo facto de, se o fizermos em inglês eles não pescarem nada, não sei mesmo como teria sido).
Para jantar deram-nos um menu em inglês (isto depois de termos sido ignorados por 3 empregados, enquanto esperávamos de pé na entrada do restaurante para sermos atendidos - e não, não valia a pena dar meia volta e ir embora, porque seria tudo mais do mesmo) e lá apontámos no menu aquilo que queríamos comer.


No meio de uma oferta de basicamente carne e de pratos maioritariamente de fritos, optei por este prato bastante típico: crepes com caviar.
Calhou de eu pedir a sobremesa  a uma pessoa diferente daquela a quem tínhamos pedido os pratos. Essa pessoa, por aquilo que percebi depois, achou que nós tínhamos ousado sentar-nos no restaurante para comer um mísero crepe, e então olhou para mim e encolheu os ombros, como quem diz "Ok, queres um crepe? Bom para ti!". Fofinho! Quando mais tarde lhe pedimos a conta (com gestos, obviamente) e esta continha apenas a descrição do crepe percebemos o motivo da má disposição do senhor (que, obviamente, não justifica a atitude, mas adiante) e, mais uma vez através de gestos, tentámos de várias formas dizer-lhe que tínhamos comido mais do que aquilo, e que a conta estava errada.
Não contei este episódio à Alex, para não fazê-la sentir-se mal, já que estávamos na terra dela e ela recomendou o restaurante, o que me leva a pensar que, quando uma pessoa fala russo até deve ser bem tratada, ao ponto de ela não fazer ideia que tal poderia acontecer.
Já fiz algumas viagens, mas falando eu inglês e francês e desenrascando o espanhol, até hoje nunca me tinha deparado com esta barreira de forma tão acentuada, e digo-vos, esta parte foi mesmo muito frustrante e cansativa.

7 comentários:

  1. Realmente, deve ser feito frustrante... Mas deve ter valido a pena o passeio! (=

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  2. Por acaso esse é a minha grande questão: em termos de língua se eles falam muito o inglês. Sentiste as mesmas dificuldades em moscovo? e S. Petersburgo?

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    1. Dina, em Moscovo nem nas bilheteiras do Kremlin falavam inglês. Só mesmo no hotel. Moscovo é uma cidade fabulosa, linda, mas não é nada amiga dos turistas, nada. Em São Petersburgo sente-se menos isso, e os franceses que viajaram comigo também acharam o mesmo (mas como passei muito tempo com a minha amiga em São Peterburgo acabei por não ter tanta noção desse aspeto).

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    2. Sabes, assusta-me bastante viajar com uma criança em países em que possa ter dificuldade de expressão. Mas é só com o inglês? ou tb com o francês?

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    3. Dina, se o inglês te vale de pouco por lá, o francês então esquece, não te vale de nada =(.
      Em relação ao outro comentário que fizeste relativamente a viajar por agências de viagem, eu também penso como tu. Há viagens que se fazem perfeitamente bem sozinhos, mas há algumas em que a sensação de segurança e conforto de ter uma agência por trás compensam. Por curiosidade fui ver os pacotes da Abreu para a Rússia e até não devem ficar muito mais caros do que nós gastámos lá numa semana (uns 200€ talvez).

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  3. Bem excelente, a tua amiga pensou mesmo em tudo =D

    Tirando isso de não se conseguirem entender que é de facto um entrave enorme, tens aí umas belas fotos =)

    Beijocas

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  4. Eu ficava louca se isso me acontecesse!!! Detesto não conseguir comunicar!

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