terça-feira, 15 de outubro de 2013

Doce ilusão

Eu não tenho balança em casa. E após o trauma de ter regressado de França em 2011 em modo hipopótamo, ganhei uma aversão de tal tamanho às ditas cujas que optei por fingir que elas não existem. E tão feliz que fui em todo esse tempo de ignorância (há mais de um ano que não me pesava). Até que me inscrevi num ginásio que tem uma balança. Uma pessoa entra pela zona de tortura dentro e ali está aquele pequeno demónio a olhar para nós. 



E eu andava a conseguir ignorá-la tão bem, até que hoje estava com duas colegas e toca de se irem pesar. Pesa-se uma, pesa-se a outra, e olham para mim. E eu, que sou a mais magra das três, não querendo passar a imagem de maníaca obcecada com este assunto (que não sou), benzi-me interiormente, e toca de subir a medo. E os meus olhos não queriam acreditar no que viram. O pequeno demónio mostrava o peso que eu tive durante anos, antes de ter vivido em França. Quarenta e nove quilos (ter em conta que eu meço 1,58m e as minhas mamas são assim meio para o inexistente).
Fui a correr esfregar aquilo na cara de senhor namorado, isto porque ele tenta constantemente - com sucesso - fazer-me sentir o pior ser humano à face da Terra por não ser dadora de sangue (eu tiro um mini frasco para fazer análises e quase que desmaio). Toma lá seu desgraçado: eu NÃO posso dar sangue. (não, não tenho orgulho nisto. ainda para mais porque nesta altura tenho um familiar próximo que se não fossem os dadores de sangue - e brevemente de medula, assim esperamos - já tinha ido desta para melhor).

E eu estaria para aqui toda contente da vida com os meus 49 kg  se acreditasse verdadeiramente neles. É que ninguém me tira da cabeça que tiraram, no mínimo, três kg àquela balança, para deixar todas as mulheres que frequentam o ginásio a pensar que finalmente encontraram o seu milagre anti gorduras e que vão ser fiéis àquele ginásio até ao fim dos seus dias.

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