terça-feira, 7 de abril de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #17 - Começámos o BLW (as respostas que encontrámos para as nossas principais dúvidas)

Depois do primeiro post introdutório sobre o tema, neste post vou dizer como encontrei resposta às principais dúvidas que tive antes de começar o BLW, com base nos primeiros dias da nossa experiência.

Amamentar antes ou depois?
Quanto a esta questão, comecei por tentar amamentar antes de fazer o BLW, conforme aliás nos tinham recomendado no whorkshop que fizemos. Isto porque nas primeiras vezes, como o bebé não vai propriamente comer grande coisa, não convém estar com fome ou sono, de forma a estar bem disposto para desfrutar da experiência. 
Não correu bem, porque com tanto reflexo de gag, vomitou a (pouca) comida e o leite que tinha no estômago. 
Depois de duas experiências com vómitos à mistura, decidi então amamentar primeiro e dar a comida mais ou menos uma hora depois: também não correu bem, porque basicamente desta forma ele passava o dia a comer, e o meu filhote quando passa o dia a comer...acha que é para fazer igual durante a noite, pelo que tivemos que mudar de estratégia. 
Ao final de 3 ou 4 dias, comecei a dar a comida pouco depois de ele acordar da sesta, para não esperar muito nem ficar com muita fome. E mal dá sinais de que já não quer comer mais (é bastante claro nos sinais: deixa de se interessar pela comida e de levá-la à boca) ou começa a ficar mal disposto/frustrado, dou-lhe maminha logo de seguida. E assim temos feito, mantendo mais ou menos os intervalos de aproximadamente 4 horas entre refeições durante o dia.

E fazemos o BLW em que refeição?
Como nos primeiros tempos o bebé não faz uma verdadeira refeição, pouco importa se é almoço ou jantar, se é de manhã ou à tarde, ou se fazemos ambos.
Por aqui, não me fez sentido alterar a rotina de adormecer ao final do dia para o sono da noite, que é sempre precedida de maminha.
Quanto à primeira refeição do dia, varia sempre muito o intervalo de tempo desde que o Gustavo mamou pela última vez (as nossas noites são sempre uma incógnita, mas o cenário mais comum atualmente consiste em mamar 3 vezes durante a noite, e acordar por volta das 8h e pouco da manhã). Para não ter que estar a preparar nada à pressa mal ele acorda eventualmente já cheio de fome, também excluímos a primeira refeição.
Sobraram duas: a da hora de almoço e a do lanche, sendo que temos tentado dar-lhe sempre qualquer coisa nestas duas refeições (seguidas sempre de maminha, conforme disse anteriormente).

E que alimentos dar? E quantos de cada vez? E quando voltamos a repeti-los?
Neste assunto, peguei no guia de recomendações que a nossa pediatra nos deu sobre a introdução alimentar tradicional e tentei adaptar ao BLW. Mas não segui tudo à risca: dei logo fruta nos primeiros dias (as recomendações pelo método  tradicional sugeriam dar fruta depois de uma primeira semana só de sopas e uma segunda semana em que juntaríamos papas). 
Aliás, o alimento de estreia por aqui foi mesmo fruta (banana).
De resto, tenho tentado não dar mais de um alimento novo por dia (mas às vezes acontece dar dois) e em relação a repeti-los ou não, acaba por depender um pouco do que é que temos no frigorífico, para ser sincera. E tento também dar só fruta e vegetais da época (já incumpri a regra: ou por desconhecimento, ou porque estava sem imaginação e apetecia-me experimentar qualquer coisa em específico).
Em relação às possíveis reações alérgicas associadas a darmos vários alimentos novos ao mesmo tempo, daquilo que li a doutrina mais recente defende que até convém dar os alimentos com maior potencial alergénio relativamente cedo aos bebés, já que eles têm uma janela imunológica mais ou menos entre os 6 e os 9 meses, altura essa em que, tendo contacto com esses alimentos, terão menos propabilidades de desenvolver reações alérgicas aos mesmos.
Até agora, se me perguntassem qual o top 3 dos alimentos que achei mais fáceis dar ao Gustavo nesta fase de motricidade em que se encontra, a minha resposta seria: brócolos, acabate (com parte da casca senão escorrega-lhes da mão) e kiwi (também com casca).

O reflexo de vómito (ou gag reflex)
O reflexo de vómito pode ser assustador (pelo menos para mim), mas é uma defesa do bebé. Do bebé e de todo o ser humano. Mas, ao contrário deles, que têm o ponto que desencadeia esse reflexo mais para a frente na língua - o que faz com que aconteça com mais frequência, os adultos têm-no quase na garganta (este ponto vai "retrocedendo" na língua à medida que os bebés vão crescendo).
Há que saber distinguir o reflexo de vómito do engasgamento, e deixar o bebé desenrascar-se sozinho quando tiver "apenas" reflexo de vómito (digo apenas com aspas porque não é nada fácil - pelo menos para mim - ver o bebé fazê-lo sem saltar para cima dele e tentar tirar-lhe o que tiver na boca, mas não é suposto fazê-lo, de todo).
Na verdade, apercebi-me que mesmo estando informada sobre o assunto, eu não estava preparada para isto. Eu sabia que iria acontecer, que é normal, mas todas as vezes que o Gustavo tinha (e tem) esse reflexo (nas primeiras vezes de BLW era sensivelmente a toda a hora) o meu coração congelava por uns segundos e eu tinha mini avcs. Passadas duas semanas continua a acontecer: com menos frequência mas acontece (o reflexo de vómito, e os meus mini avcs).

Os alimentos que demos nos primeiros dias, e a reação a eles (da mãe e do filho ;)) ficam para um novo post que sairá em breve (já que, mais uma vez, este post ficou maior do que era suposto).

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