domingo, 5 de abril de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #16 - Começámos o BLW (o que é, fontes de informação, principais dúvidas que tivemos, utensílios úteis)

[Nota prévia: vou estruturar o post de forma diferente do habitual para facilitar a leitura. Mas aviso já que este post serve apenas para partilhar a minha (pouca) experiência. Não pretende ensinar nada a ninguém (apenas partilhar algumas dicas que, a posteriori, me parecem úteis para os primeiros dias) porque eu, apesar de ter estudado bastante o assunto, continuo uma leiga na matéria, e a cometer - com certeza - erros, e a aprender diariamente com eles. Informem-se em fontes fidedignas. O BLW é muito giro (pelo menos depois dos primeiros dias...), mas tem que ser praticado com segurança e informação - muita!.]

O que é
Para quem não sabe, o Baby Led Weaning (BLW) consiste em introduzir o bebé no mundo da diversificação alimentar não através das tradicionais sopas e papas, mas dando-lhe autonomia: é ele que comanda o desmame (é esta a tradução do termo, basicamente), sendo-lhe dados alimentos com cortes e cozeduras adequados à idade e fase de motricidade em que se encontra. A chave deste "método" é não pormos nada na boca do bebé: seja comida ou até talheres, deve ser o bebé, sozinho, a levá-los à boca se, como e quando quiser. E nunca o obrigarmos a comer, seja o que for.
Contrariamente à introdução alimentar através de líquidos, no BLW tem que se esperar, no mínimo, pelos seis meses de vida do bebé, porque é, em regra, a altura em que ele cumprirá 3 requisitos essenciais para fazê-lo de forma segura: conseguir sentar-se (mesmo que com algum apoio), levar objetos (intencionalmente) à boca e perder o reflexo de extrusão.

[Em relação ao aconselhamento da pediatra, a última consulta que tivemos foi aos 4 meses (sendo que estivemos a leite materno exclusivo até aos 6). Na altura perguntámos qual era a opinião dela sobre o BLW e ela disse que não se opunha, desde que fizéssemos um curso (que fizemos). E como não voltámos a ter consulta entretanto (foi cancelada devido à pandemia), tivemos que tomar decisões por nós quando achámos que o Gustavo já demonstrava os sinais de prontidão para iniciar o BLW.]

Fontes de informação
- Comprei o livro "Os bebés sabem comer sozinhos" da Gill Ripley (é enfermeira no Reino Unido e é a pessoa que introduziu este conceito): honestamente, retirando as páginas introdutórias, que têm informação interessante, é mais um livro de receitas que outra coisa, e receitas (aptas a toda a família, não são exclusivas para os bebés) que não me entusiasmam muito (não são, na sua maioria, coincidentes com o tipo de alimentação que temos cá em casa).
- Comprei os Ebooks da Leonor Cício, autora do blogue "Na cadeira da papa" (são 3: um sobre legumes, outro de frutas, e um sobre cereais, e entre informação nutricional variada, explica como se deve dar cada alimento aos bebés, em função da fase de motricidade em que se encontram). Podem ver aqui. Recomendo muito.
- Fizemos um curso de BLW (de 3 horas) no Centro Pré e Pós Parto. Também recomendo muito. Só me arrependi amargamente de não ter ido sozinha, em vez de em família, porque a concentração com o bebé connosco foi pouca e acabámos por não aproveitar bem.
- Vi vários vídeos no Youtube (inclusive a manobra de salvamento do bebé em caso de engasgamento, é muito importante - com ou sem BLW). 
- Páginas de Instagram que sigo e gosto: mundoblw, soymamanutricionista, blw_practicando e happyrecipesblw.
- O blogue "Na cadeira da papa" tem vários posts muito interessantes sobre BLW. Vejam-nos aqui, se tiverem interesse.


O nosso filhote todo entusiasmado a comer brócolos.

Principais dúvidas que tivemos
Perguntas que me ocorreram quando decidimos começar: dou maminha primeiro ou depois de lhe dar a comida? (porque nas primeiras vezes o BLW serve só para os bebés explorarem a comida, pouco ou nada comem efetivamente). 
E faço em que "refeição"? 
E dou um alimento de cada vez? Dois? Três? 
E quando volto a repetir alimentos? 
E quantas "refeições" de BLW dou inicialmente?
Bom...a conclusão a que cheguei depois de muito pesquisar foi que não há respostas para nada disto. Há alimentos e cortes proibidos - porque propiciam o risco de engasgamento -, e há cortes e cozeduras adequados em função de cada fase da motricidade dos bebés. Quanto ao resto...não há propriamente "regras". A resposta está em ir usando a nossa sensibilidade/intuição para perceber quais serão as melhores opções. E ir adaptando, corrigindo e melhorando ao longo dos dias. 
[Por exemplo, em relação a amamentar antes ou depois, no curso foi-nos sugerido amamentar primeiro, mas na nossa experiência concreta não correu bem - mas num segundo post contarei a nossa experiência].

Utensílios úteis
Três coisas que usamos e recomendo muito (comprei tudo no site Tartaruguita, mas há de haver noutros sítios também): um babete impermeável género "camisola", que protege o bebé todo, um tabuleiro de plástico que se põe à volta da cadeirinha (comprei os dois juntos - foi este o pack, chama-se tidy tot) - assim a sujidade fica lá toda, praticamente não chega nada ao chão, e é muito fácil de lavar -, e umas colheres "numnum" - onde conseguimos "colar" comida pastosa, e que depois o bebé, sozinho, leva à boca, sem que a comida caia da colher.
Ainda em relação ao babete, na verdade dá jeito ter dois, pelo menos os que não são 100% plástico (é o caso dos nossos) porque se quiserem usar duas vezes por dia dificilmente conseguirão que já esteja seco quando voltarem a precisar dele. Nós comprámos um do Ikea (o que aparece na foto).

E como o post ficou gigante só com a introdução ao tema, vou deixar o relato dos primeiros dias da nossa experiência para um próximo post.

1 comentário:

  1. Muito interessante, não conhecia o termo! Não vou colocar em prática porque as minhas filhas já têm 9 e 4 anos e não conto ter mais filhotes mas é sempre bom estarmos informados!

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