quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #11 - Balanço de 4 meses de maternidade (o melhor e o pior)

No dia 14 de janeiro o Gustavo fez quatro meses. Este tempo passou tão rápido, apesar de certos dias parecerem intermináveis e todos iguais... Se acho que vou ter saudades destes quatro meses? Ora bem: vou certamente ter saudades do meu bebé pequenino (aliás, já as tenho...), mas da dureza da rotina dos primeiros meses, das cólicas e de acordar várias vezes por noite...hmmm, duvido muito.
As primeiras cinco semanas de vida do Gu correram muito bem: as cólicas ainda não tinham chegado em força, e ele dormia mais tempo tanto de noite como de dia, e nem precisava que o ajudássemos a adormecer. E nós, pais, conseguíamos ir "respirando". Depois dessa fase tudo mudou e adeus vida além Gustavo. Consome-nos praticamente todos os minutos, dia após dia, este ratinho.
O melhor de toda a experiência é mesmo o cliché tão verdadeiro de sentir este amor maior que tudo (que acaba por ser, ao mesmo tempo, também o pior, porque a ideia de lhe poder acontecer alguma coisa de mal, de não o conseguir proteger de todos os males do mundo, é assustadora). Vê-lo evoluir a cada semana, sorrir para nós (e agora começou também a dar gargalhadas), "palrar", são sensações que não dá mesmo para descrever de tão boas que são. Parece que o coração quer explodir.
Já o pior - passados os primeiros dez dias de maternidade em que a adaptação à amamentação foi terrível - tem sido mesmo as cólicas do Gustavo e os sonos (de noite porque acorda, em média, 3 vezes, apesar de adormecer de forma relativamente fácil desde os dois meses; e de dia porque só adormece ao colo (e está um texuguinho de 7kg, não é fácil) e, pior que isso, nem sempre conseguimos pousá-lo sem que ele acorde e quando não acorda, os sonos duram no máximo 45 minutos (é um relógio, este meu filho).

[A foto - maravilhosa - foi tirada pela Sofia da Lovetography - quando o Gustavo tinha 14 dias de vida.]



Em relação à amamentação, tenho imensa satisfação no facto de o meu filho, com quatro meses, continuar em amamentação exclusiva mas só porque sei que é a melhor opção para ele a nível de saúde porque, sendo muito sincera, não sou aquela mulher que ama amamentar (é limitativo a vários níveis, e acima de tudo é uma "prisão" porque não podemos estar longe da cria mais de 2 horas seguidas).
Tem sido uma experiência super enriquecedora e gratificante, e sinto-me mesmo sortuda por ter um bebé saudável e feliz. Mas tem sido também muito duro: mas também acho, genuinamente, que isso se deve muito ao facto de nós praticamente não termos família por perto - o que não será a realidade da maior parte das pessoas (mas também há realidades mais difíceis, tipo mães/pais solteiros, que têm toda a minha admiração e respeito). Porque há dias em que tudo o que apetece é uma hora ou duas simplesmente para respirar ou não fazer nada e pura e simplesmente não dá, porque só estamos os dois (às vezes até tarefas domésticas me apetece fazer para "espairecer" e nem isso consigo). Vamos ao ginásio à vez, saídas (para jantar ou o que quer que seja) ao final do dia não dá porque altera toda a rotina de sono do início da noite do Gustavo, ir almoçar fora a qualquer lugar sem pensar se é viável levar um bebé, ou com hora marcada, também é muito difícil (não faço uma reserva no The Fork desde que fui mãe). E qualquer um destes cenários seria possível se tivéssemos um familiar por perto que se disponibilizasse para ficar com o Gu por um par de horas. Não tendo, o cansaço psicológico de viver praticamente 24 sobre 24 horas para ele faz-se sentir.
Mas tudo se faz. Haja muito amor e paciência. E a recompensa - de estar a criar um ser humaninho adorável que só apetece espremer de tanto amor - não podia ser melhor.

4 comentários:

  1. Olá Gelatina,
    Nunca tinha comentado mas decidi fazê-lo agora para dizer que tenho um bebé com apenas menos 1 dia e por aqui estamos igual no que se refere à amamentação em exclusivo (e respetivas limitações), ginásio "alternado", sono interrompido e sestas a adormecer ao colo (quando não é ao colo + a mamar...). Também é bom sentir que não estamos sós :)
    Um beijinho,
    Tânia

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  2. Acredito que não seja fácil mas tudo se faz =)

    A foto ficou muito gira.

    Beijocas

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  3. Sobre a maternidade, lembro-me de nos primeiros tempos ter lido/ouvido algo que é uma grande verdade: na maternidade, os dias são longos e os anos são curtos. É uma grande verdade. O primeiro ano de um bebé tem tanto de maravilhoso quanto de terrivelmente desafiante. Mas passa tão depressa. E por mais que, neste momento, esta fase do sono esteja a custar imenso, vai passar e vai melhorar. Aproveita o teu Gustavo bebé e tudo de delicioso que esta fase tem. Quando piscares os olhos já está ele a correr pela casa e a ir de mochila para a escolinha. E nessa altura já nem te vais lembrar das noites difíceis. Beijinhos. Luciana

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  4. Sei bem o que isso é: não ter ninguém por perto. A primeira vez que fui jantar fora com o meu marido sozinhos (e isto não é para desanimar!) tinha o meu mais velho 2 anos (hoje tem 12)! Deixámo-lo com os meus pais (que vivem no centro do país) é fomos passar uma noite fora...foi tão bom! E ele nem perguntou por nós nem nada! Força, muita coragem...tudo se faz e mesmo se por vezes parece tudo que vai desabar, olhamos para eles e vemos que vale a pena!Beijinhos Elsa

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