quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Diário de uma mãe de primeira viagem #5 - A terceira semana, as cólicas, e o meu regresso ao ginásio


Confesso que antes de ter filhos (e na vida em geral) enervam-me os discursos fatalistas (normalmente de pessoas frustradas, ou que acham que a sua experiência de vida é verdade universal) de pessoas que se riam na minha cara quando eu falava em manter um mínimo de vida extra bebé quando tivesse filhos. Ouvi de tudo: em relação a ler livros, ver séries, viajar. "Tu esquece lá isso". Como se a vida acabasse. E eu sempre me calei enquanto pensava "Veremos". E agora posso dizer - independentemente do que venha a acontecer no futuro- que pelo menos enquanto estivemos os dois em casa de licença houve tempo para fazer a lida da casa, para ele jogar, para eu ler, e para vermos alguns episódios das nossas séries. Nem sempre sem interrupções e nem sempre na altura em que tínhamos previsto inicialmente, mas lá fomos conseguindo sim. E isso, a par do sono, faz um bem tremendo à nossa sanidade mental.
Uma coisa em que mudei depois de ser mãe, no entanto, foi o não conseguir passar muito tempo em casa sem começar a "bater mal". Eu, que era aquela pessoa que não conseguia passar um dia inteiro fechada em casa (sou demasiado "hiperativa") passei a ficar às vezes dois dias seguidos, quase sem dar por ela. Normalmente ao 3.º dia obrigávamo-nos mesmo a sair, porque também nos faz bem, mesmo quando a preguiça da logística toda associada a sair com um bebé nos quer convencer que não precisamos assim tanto.
Na terceira semana deixámos de ter um bebé que praticamente não chorava, para um que, pobrezinho, começou a ter episódios de cólicas. A parte menos má disto é apenas a de que as cólicas raramente são durante a noite. Mas, noite ou dia, parte o coração ver o nosso pequenito a sofrer sem conseguirmos fazer grande coisa para ajudá-lo.
Um marco importante da minha vida de recém mãe foi o regresso ao ginásio. Como tive parto normal, tinha autorização para retomar (gradualmente e sem loucuras) a atividade física após duas semanas. Mas como estou a amamentar em exclusivo estava a custar-me sair de casa e dar-lhe biberão com leite materno (tinha pavor que lhe piorasse as cólicas por estarmos a dar biberão). Mas lá experimentámos uma vez o biberão, ele aceitou, e nessa noite, ao 23º dia de vida do Gustavo, eu fui ao ginásio fazer a minha tão adorada aula de Pilates. E voltar a fazer a aula sem adaptações para grávida foi tão, tão bom. Cheguei a casa para um bebé que ainda dormia, sem ter sido preciso usar o biberão que tinha ficado no frigorífico.

5 comentários:

  1. Infacol funciona muito bem em caso de cólicas :)
    Vende-se no Reino Unido. Em Portugal foi infelizmente descontinuado.

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  2. Ainda bem que está a correr tudo dentro do normal e que é esperado =)
    As cólicas, fazem parte. Mas é desesperante, sim.

    Beijocas

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  3. Também eu ouvia as histórias mais escabrosas sobre o que era a vida após a chegada de um bebé, mas também era como tu e pensava "veremos".
    Hoje, o meu bebé tem quase 4 meses e (espantem-se as almas mais fatalistas!) comecei o meu mestrado à 1 mês e tem corrido bem. Se é fácil? Não, não é. Exige uma tremenda organização, mas a vida não acaba nem fica em standby por ter chegado um novo membro à família.
    Um beijinho grande e tudo de bom para vocês!
    PS: Também tinha os mesmos receios que tu em dar biberon (mesmo sendo com leite materno), mas os da Medela são fantásticos. Carotes, mas valem cada cêntimo! E quanto às cólicas, fala com a tua médica sobre isso. Por aqui toma-se o Biogaia (é um suplemento alimentar) e aquelas 5 gotinhas por dia foram (e ainda são) M-I-L-A-G-R-O-S-A-S! :)

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    1. Uau, fazer um mestrado com um filhote pequeno é de muito valor, parabéns!
      Nós começamos com o Biogaia por ser probiótico precisamente, mas infelizmente não funcionou. Agora estamos no Infancalm (que eu não queria mesmo dar porque a composição daquilo não me agrada, mas entre isso e assistir ao sofrimento do meu filho, lá decidimos dar. veremos se resulta).
      Beijinhos e felicidades!

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    2. Acredita que o primeiro mês é o mais complicado. Novas rotinas, vocês a habituarem-se a ele, mas principalmente, ele a habituar-se a vocês, à nova casa e ao mundo em geral. Não deve ser nada fácil para eles que estiveram 9 meses no quentinho e de repente tudo muda. Mas vais ver que as coisas vão gradualmente melhorando! :)

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