terça-feira, 1 de outubro de 2019

Diário de uma mãe de primeira viagem #3 - Os primeiros dias em casa

[Aviso prévio à navegação: como podem imaginar, tendo um recém nascido em casa tenho vivido praticamente em exclusivo para ele, pelo que será muito provavelmente o meu único assunto por aqui nas próximas semanas. Para além disso, como o blogue é uma espécie de diário, faço muita questão de descrever esta jornada por aqui, para lê-la e recordá-la no futuro. 
A quem este tema não interessar, é voltar daqui a umas semanas, que o assunto bebé deixará de ter exclusividade por aqui. Para já é o que temos ;) ].



Chegámos a casa na tarde de segunda-feira, dois dias depois do nascimento do Gustavo. Ao final do dia chegou a minha mãe para passar uns dias connosco (desvantagens de ter a família a viver longe...os avós tiveram que esperar uns dias para conhecer o neto tão desejado). Durante o tempo que a (santa da) minha mãe esteve connosco, não mexemos uma palha em termos de tarefas domésticas. Cozinhou para nós, deixou-nos a casa num brinco, e ainda ficou por duas vezes com o Gu para nós sairmos. Sim, o meu filho tinha 4 dias de vida e eu consegui separar-me dele (foi só uma hora, na verdade), embora tenha sido só para ir ao supermercado mesmo ao lado de casa e estivesse sempre atenta ao telemóvel para o caso de ele ter um ataque inesperado de fome. Daí a 3 dias voltámos a sair só os dois, desta vez para ir ao centro comercial comprar umas coisas que me faziam mesmo falta. E mais uma vez deixei o meu filho bem alimentadinho e fui descansada da vida, porque a minha mãe estava com ele. Sei que nem todas as recém mães conseguem este "desprendimento" de se separar do filho - por menos tempo que seja - e eu sempre achei que se confiasse plenamente na pessoa que ficasse a cuidar dele conseguiria (na verdade, confio desta forma praticamente só no pai da criança e na minha mãe), e a verdade é que consegui sem ficar minimamente angustiada.
Mas passando à atividade dentro de casa. No mesmo dia em que saí da maternidade tive a famosa subida (ou descida) do leite e isso, aliado a uma má pega do meu filhote aqui no seu sustento resultaram nuns dias mesmo muito difíceis. Sentia-me a ficar doente, tinha muitas dores (e calores e fraqueza) e mesmo seguindo as técnicas que me tinham ensinado a coisa não foi nada nada fácil. Ateéque dois dias depois tive uma consulta de amamentação nos Lusíadas - custa 25€ e não tem acordo com nenhum seguro de saúde (tive com a enfermeira Sara Póvoa que super recomendo, apetecia-me trazê-la para casa e enchê-la de beijinhos). Para além de me ter ensinado técnicas e posições para melhorar a pega do bebé, disse-me que eu estava à beira de ter uma inflamação e mandou-me tomar brufen. A partir desse dia as coisas melhoraram um pouco, e no final da semana começaram a ficar bastante melhores.
Vou ser muito honesta (e dizer algo que provavelmente muitas sentem mas não dizem): o sofrimento físico em que me encontrava naqueles dias, aliado à privação do sono (o Gu mamava e estava a ganhar peso, mas levava eternidades no processo porque ainda não estava a pegar bem) não me permitiram desfrutar da parte boa da maternidade naqueles dias. No dia em que cheguei ao hospital para o teste do pezinho (e em que depois me apareceu aquela enfermeira santa à frente), enquanto esperava pela nossa vez, corriam-me lágrimas pelo rosto. A enfermeira, que nunca me tinha visto mais gorda, olhou para mim e comentou "Está com um ar tão cansado". Quando lhe agradeci muito no final da consulta ela agarrou-me e deu-me um abraço. Uma profissional 10 estrelas, mesmo.
Foi por volta da altura em que o Gu fez uma semana de vida que a amamentação começou a estabilizar e, com isso, as nossas noites melhoraram (passámos a conseguir dormir entre 5 a 7 horas por noite, apesar de com várias interrupções pelo meio), o meu humor também, e aí sim consegui começar a desfrutar mais do meu bebé. 

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