quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Forks over knives


Às vezes já não sei se quero continuar a informar-me sobre os malefícios de certos géneros alimentares (quer a nível ambiental, quer a nível do impacto na saúde), se prefiro manter uma certa ignorância que me permita não viver em constante angústia. E, se por um lado não acredito cegamente em tudo o que leio e ouço (ou porque são estudos isolados, ou porque têm interesses económicos escondidos detrás de certas conclusões), por outro a verdade é que fico pelo menos a remoer sobre certos aspetos sem saber bem o que pensar e o que fazer à minha vida.
O último documentário que vi (no Netflix) chama-se Forks over knives e aborda a relação entre o consumo de proteína animal (principalmente a carne e derivados do leite) e vários tipos de doenças (cardiovasculares e oncológicas), na sequência de vários estudos e experiências feitas por médicos em pacientes seus (alguns dos quais mostram inclusive testemunhos de pessoas com doenças em estado avançado que foram revertidas através duma mudança de estilo de vida para uma alimentação sem qualquer tipo de proteína animal).
Há que ter em atenção que a maioria dos documentários existentes sobre estes temas (e sobre qualquer tema, na verdade) está focada na realidade norte-americana e não tanto na europeia o que, tratando-se de alimentação, faz uma grande diferença porque daquilo que uma pessoa vê e ouve sobre os EUA, qualquer dieta comparada com a que se pratica maioritariamente naquele país é mega saudável. E inclusive a proteína animal que se consome na dieta mediterrânica acaba por ser bastante mais saudável que a americana, porque comemos mais peixe e menos fast food (ou pelo menos a maioria de nós), e em menores quantidades.
Eu praticamente não como carne vermelha (só fora de casa e quando não tenho alternativa), e numa semana normal como carne no máximo 3 vezes (os nossos jantares são sempre "desenrasques" que raramente incluem carne, e aos almoços vamos variando entre carne branca e peixe) mas consumo imensos ovos e alguns iogurtes e queijo. E não consigo imaginar uma vida feliz sem qualquer um dos três (nem planeio fazê-lo, pelo menos para já).
Não é fácil tomar decisões no que ao consumo de certos produtos alimentares respeita quando estão constantemente a ser divulgadas conclusões contraditórias (o ovo é um belo exemplo, há uns anos era o demónio do colesterol, agora já se pode comer à vontade e até ajuda a evitar a diabetes), e os próprios profissionais de saúde têm opiniões distintas umas das outras relativamente a certos tipos de alimentos.
Na dúvida, vou continuar a informar-me (e baralhar-me) e ir fazendo o que a consciência me manda (e as análises que vou fazendo têm mostrado que, para já, estou no caminho certo).
Mas para quem, como eu, tem este tipo de preocupações, por vezes torna-se complicado viver rodeado de tanta informação.

8 comentários:

  1. Confesso que, apesar da curiosidade, me tenho mantido afastada deste tipo de documentários. Se calhar é aquele ditado do "longe da vista, longe do coração", o não querer abrir os olhos a certas realidades, mas acho que esse tipo de coisas confunde ainda mais os comuns mortais sem conhecimento científico comprovado nestes assuntos. Então evito baralhar-me mais. Vou tendo alguns cuidados (muito menos do que devia!) mas não adoto medidas extremas. Para já, vai funcionando, mas queria estar mais atenta a este assunto este ano.

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  2. Não é fácil, porque é como dizes, cada um depois tem a sua opinião.
    Eu sigo +/- o que a minha consciência me diz. Ando a tentar apostar mais em legumes.

    Beijocas

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  3. Acho que, como em tudo na vida, deve imperar o bom senso e o que fizer sentido para ti e para a tua vida. As informações vão evoluindo e mudando, pelo que acho sempre que ter uma alimentação variada e com o mínimo de processados possível, já é meio caminho andado :)

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  4. Concordo com a tua opinião, principalmente na parte em que a dieta europeia é diferente da norte americana. Quando dizem que não comer carne 1 dia por semana faz diferenca etc, e que comemos muita carne vermelha, pergunto-me sempre se não basearam a sua opinião em documentários/estudos/papers etc no qual os americanos são foco de análise. Eu não partilho ideiais vegans nem vegetarianos, nem ando numa onda de cortar na carne, porque analisando a minha semana, eu também não como carne todos os dias (e vermelha também só 2 a 3 vezes por mês), muito menos duas vezes por dia, e cá por casa também desenrascamos jantares que raramente são à base de carne. A ideia de consumir carne diariamente nunca esteve na minha realidade, e dos exemplos que tenho à minha volta também não.

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  5. Acho que até têm um termo foodbullying, ando como tu, sem saber já o que comer!!!

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  6. Prefiro o meu bom senso. Tenho uma colega que passa a vida a azucrinar o pessoal com isso... consegue arranjar defeitos em toda a comida. ahahah

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  7. Dieta equilibrada. Tudo pode fazer mal se for comido em excesso. De resto se houver bom senso tudo o resto é exagero. Em última análise quem seguir à risca todas essas teorias da conspiração alimentares vai quê... morrer cheio de saúde? :)

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  8. Não como carne e nem nenhum tipo de derivados e posso-te dizer que parece mais difícil do que realmente é.
    Um dia deixou de me fazer sentido comer vacas e porcos, depois não quis mais comer perus e galinhas.
    Fiquei com o peixe, os ovos e os derivados. Abandonei o bacon que comia com tudo e o presunto que recebia de presente nas visitas à aldeia (há quem receba prendas eu recebia presunto).
    Depois fui aos Açores e apaixonei-me pelo queijo de lá, mas quando olhei para as vacas percebi a mentira das vacas felizes e decidi que nunca mais ia comer nada com o leite da pobre coitada. Por isso foram-se embora o leite e derivados. De tudo o queijo foi o que mais me custou, há estudos que dizem que o queijo actua como uma droga no cérebro e acredito que deve ser qualquer coisa assim, porque a falta que senti dele no inicio era imensa.
    Depois vi uma reportagem sobre as galinhas e deixei de comer ovos, o sofrimento das galinhas é uma coisa que nem nos passa pela cabeça.
    Ainda como peixe, mas tipo uma vez por mês na pior das hipóteses.
    E dito assim parece muito dramático mas tem vantagens. Vou a caminho do 4 ano sem carne, as minhas dores de cabeça resumem-se a dias específicos do mês e mesmo ai são muito menos intensas, não fico doente há 4 anos (sem ser uma constipação uma vez por ano), as pontadas que sentia muitas vezes no peito e que nunca se descobriu a causa desapareceram e as minhas análises estão melhores do que nunca.
    Nunca passei fome em lado nenhum, nunca me arrependi da decisão e descobri "queijo" vegano maravilhoso para chamar de meu.
    Não sou de todo aquele tipo de pessoa que quer "converter" toda a gente a deixar de comer animais, mas aquilo que posso dizer por experiência própria é que não houve uma única coisa na minha saúde a sair prejudicada com a decisão. Basta que a pessoa saiba comer.
    Ah, e continuo a doar sangue.

    https://www.sonhamasrealiza.pt/

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