terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Viena - Parte 2

Parte 1 aqui.
Pois é, daqui a nada já faz um ano que fui a Viena e ainda não acabei o relato da viagem. Cheguei a ponderar já nem fazer o post, mas isto é o meu "livro de memórias" e tenho que registar estas, que foram marcantes. Não só pela cidade em si - que gostei muito, já agora - mas principalmente por aquilo que esta viagem representou para mim.
Eu estava numa fase de indecisões e incertezas, andava angustiada, e estes dias fora da zona de conforto (porque fui em trabalho) mas também fora da minha vida do dia-a-dia, longe das minhas rotinas, fizeram despertar qualquer coisa dentro de mim, deu-se ali um clique e, com ele, comecei a recuperar a  minha paz interior e defini na minha cabeça alguns cenários, até então tão "enevoados". Às vezes tudo o que precisamos é distância da nossa vida para vê-la com mais clareza.
Mas voltemos a Viena propriamente dita. Depois de um fim-de-semana de passeios, a segunda-feira era o último dia livre que nos restava. Passeámos pela rua e visitámos o Palácio Hofburg e o Museu da Princesa Sissi (fica tudo no mesmo complexo, fizemos a visita guiada, que custa 16,90€, e foi muito interessante, apesar de ter ganho um ligeiro odiozinho de estimação pela Sissi depois da visita).


Karlskische (Igreja de São Carlos)

Edifício da Secessão

Rathaus (Câmara Municipal)

Quando estávamos em frente ao Rathaus aconteceu um episódio muito peculiar. Começámos por pedir a um rapaz que andava por lá para nos tirar uma fotografia às três, tarefa que ele cumpriu com um toque muito profissional. Depois de nos ter devolvido a câmara, olhou para mim (ele tinha um aspeto estranho e um olhar intimidante) e perguntou-me se me podia tirar uma fotografia. Que era fotógrafo profissional na Noruega e tinha um projeto de tirar fotografias a pessoas que encontrava na rua, e que o meu rosto era "especial". Ora, é difícil uma pessoa - ainda para mais com uma auto-estima como a minha - ficar indiferente a estas palavras, mas daí a, voluntariamente, deixar um estranho lhe tirar fotos para fazer sabe deus o quê com elas vai alguma distância.
Eu hesitei durante algum tempo, pedi opinião às minhas amigas (que não a deram, as amigas da onça) e lá me decidi arriscar a vir um dia a encontrar a minha cara algures num site pornográfico nórdico.
Estava uma tarde chuvosa, ele pediu-me para agarrar no guarda-chuva da minha amiga, que era colorido (ao que ela, muito comicamente, lhe disse "My umbrella, her face...right" e lá me tirou uma série de fotos (e eu mega constrangida!). Disse-me que se eu lhe desse o meu email me podia enviar a foto, e assim foi. Daí a uns dias lá estava ela no meu email, assim como um link com outros trabalhos dele (e de facto há lá muita cara para além da minha, em poses zero pornográficas. até ver acho que posso dormir descansada). Quanto à foto propriamente dita, foi a primeira vez que me vi "trabalhada" e devo dizer que não gostei nem um bocadinho. Para além de estar com o cabelo terrível (estava a chover e não é preciso dizer mais nada) não me reconheci naquela foto, parecia que era de porcelana, sei lá. Depois de ver aquilo posso dizer-vos que sou mais gira sem photoshop do que com pelo que - se dúvidas existissem - não terei passado ao lado de uma grande carreira de modelo fotográfica).


Também subimos ao topo da Catedral de Santo Estevão para ver a vista (não me recordo do preço, mas acho que era à volta de 5€). Não estava um dia espetacular, mas valeu a pena.
No último dia, a caminho do aeroporto, ainda fomos visitar a Opera Estatal de Viena (mais uma vez não me recordo exatamente do preço, acho que foram 11€ - nota mental: nunca mais deixar passar meses para fazer os posts das viagens quando tens uma memória de caca). Também recomendo a visita, o edifício é espetacular e explicação durante a visita é interessante.
Quanto à parte do trabalho, que foi entre terça e quinta, para não variar foi muito difícil mas foi bom voltar a provar a mim mesma que consigo fazer apresentações em público (e que até correm bem!), e a parte do convívio com colegas doutros países também foi muito gira (quem diria que pode haver gente tão interessante a trabalhar com assuntos tão chatos, hã?).

4 comentários:

  1. :) Adoro Viena. Tem graça que eu senti o contrário em relação à Sissi. Nunca é fácil sair do padrão, mas numa época daquelas e com a liberdade que (não) era dada às mulheres é incrível como algumas conseguiam sair fora do caixa, mesmo que isso signifique fazer coisas não muito bonitas...

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    1. Tens razão, e nesse aspeto também acho que é de louvar. Mas aquela vaidade extrema e obsessão com a imagem e o peso que eu desconhecia impressionaram-me pela negativa.

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  2. Mesmo que "venha tarde", dá sempre jeito ler estas coisas.
    Vêm carregadas de dicas.

    Beijocas

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  3. Uau!!!
    A arquitetura é impressionante!!! 😍😍😍

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