Com a mudança a aproximar-se, começámos a pesquisar apartamentos no Porto. Mentira, foi só ele quem começou a procurar, já que eu conheço tão bem o Porto que não sei para que lado me virar para iniciar tal pesquisa (e ele, a bem dizer, conhece pouco mais do que eu). E o entusiasmo no momento também não é o maior, para ser honesta.
Gostávamos de ter bons acessos para o trabalho (ainda não perdi a esperança de conseguir ir a pé), num T3 novo ou renovado (moderno, portanto) e, se não fosse pedir muito, adorava ter uma varandinha para ler sentada numa espreguiçadeira enquanto apanho sol (também não dizíamos que não a um lugar de garagem). Ah, e já agora, uma renda que não nos levasse metade do ordenado também dava jeito. O problema é que os resultados com que nos deparamos depois de inserir estes critérios não são propriamente abundantes.
Aproveitando o facto de irmos de fim-de-semana a Braga visitar a família do senhor namorado, e de estar um dia lindo para ir dar um passeio ao Porto (not), agendámos a visita de três apartamentos no sábado e fizemo-nos à estrada.
Começámos por ver um que já estava reservado (e, ao final do dia, arrendado). Seguimos para outro muito catita que até segurança tinha, até que a agente nos veio com uma conversa do género "Ah e tal, aquilo que vocês estão a ver ali em frente é o bairro do Aleixo [se tivesse ficado calada enganava-nos bem] mas garanto-vos que não há assaltos aqui, é super seguro". Neeext! O terceiro que vimos, para ser perfeito, faltava-lhe a tal da varanda para as minhas leituras ao sol e lugar de garagem.
Resumindo e concluindo, nenhum reuniu todas as condições que idealizámos, apesar de termos gostado dos três. Mas de cada vez que entrava no carro e olhava à minha volta sentia-me tão, mas tão perdida. Houve um momento em que olhei para o meu namorado, de lágrimas nos olhos, e lhe disse, meio a rir, meio a chorar: "Tenho a sensação que procurar apartamento no Porto ou no Taiwan seria quase a mesma coisa. Sinto-me completamente perdida aqui, não conheço nada!".
Mas consigo perfeitamente imaginar-me daqui a uns meses, de preferência confortavelmente sentada na tal espreguiçadeira ao sol, na varanda (mas se tiver que ser no sofá também pode, pronto) a comentar a conversa deste fim-de-semana com o senhor meu namorado, e a rirmos dela, felizes da vida =).