Foram cinco dias (mas podiam ter sido trinta que eu não me chateava nada) em que não fiz mais do que de praia, comer, caminhar, comer, praia, correr, comer, praia e por aí adiante. No momento em que me põem uma pulseira na mão de "tudo incluído" e me põem doces literalmente à frente do nariz de manhã, ao almoço, à tarde e à noite, é a desgraça total.
Durante o ano sou uma pessoa bastante saudável e regrada (abro as exceções ao fim de semana), e acima de tudo faço muito desporto para compensar a minha gulodice. Mas a minha fraqueza são os doces. Sempre foi. E durante estes cinco dias o controlo foi pouco ou nenhum. Ele eram panquecas ao pequeno almoço, sobremesa ao almoço e jantar, bolas de berlim ao lanche, enfim, a verdadeira desgraça.
Ora, depois deste cenário demoníaco, mal pusemos um pé no barco de regresso para a Madeira eu virei-me para a minha trupe e informei-os: "Família, estou oficialmente de dieta".
Pois muito bem, esta manhã fui com senhor namorado à padaria buscar pão e ele chega-me ao carro com quê? Croissants. Bla bla bla que estavam ali quentinhos a olhar para ele e não resistiu. Fraco. Regressados a casa, o que é que presenciamos? Sodôna mãe na cozinha com as mãos na massa, já que achou por bem fazer uma mousse de chocolate com frutos silvestres e amêndoa (e eu que não gosto nada de chocolate, nadinha de nada). Vamos almoçar a casa dos avós e nem quero pensar em tudo o que vai haver ali mesmo à mão de semear.
Eu juro-vos que não sei como é que não sou obesa. Ou melhor, sei. É porque só cá fico duas semanas. E amanhã a estas horas já estarei por terras alfacinhas, no supermercado a escolher frutas e legumes, e já cheia de saudades da comidinha desta gente que só me desencaminha (e que eu passo a vida a reclamar mas gosto pouco, gosto).
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