Porque eu gosto deles mais velhos. Porque eu não quero um gajo que só coma porcarias e não se preocupe com a saúde. Porque eu não consigo tolerar tabaco. Porque se ter que falar com eles na minha língua já dá o trabalho que dá, o que fará numa língua estrangeira. Porque eu não gosto deles magricelas e com um rabo que tenha 1/4 do tamanho do meu. Porque os espanhóis são demasiado pimba. Porque Deus me livre e guarde de gajos que tenham a ingestão de cerveja como hobbie principal. Porque sexo sem amor não é para mim. Porque eu detesto que escrevam nos Facebooks e afins como adolescentes, cheio de abreviaturas e erros propositados (ou pelo menos com o que eu espero que sejam propositados, já que me custa a crer que eu saiba escrever espanhol melhor do que um nativo). Porque ainda há (muito) mais, mas parece-me melhor ficar por aqui.
Hoje faz anos alguém que me mostrou que o mundo real é muito diferente do que eu idealizei em tempos. E que, mesmo sendo mais novo que eu (são só dois meses, pronto), só comendo porcarias, fumando, sendo espanhol (mas quase nada pimba - também não se pode ter os defeitos todos, certo?), magricela (e tendo, efectivamente, um rabo muito mais pequeno que o meu - não que isso seja difícil de acontecer, mas adiante), bebendo cerveja como hobbie principal e escrevendo no Facebook com erros e abreviaturas, ainda consegue a proeza de provocar em mim um sentimento de saudade. Mas muito pequenino, claro.
