terça-feira, 20 de novembro de 2018

Mudança



Os últimos meses têm sido de verdadeira mudança para mim. Nada de muito exteriorizável (para além da grande limpeza que ando a fazer em casa) mas sim a nível interior, de mentalidade. [Pois é, tenho estado muito caladinha por aqui, mas esta minha cabecinha tem andado a fervilhar ultimamente]
Resolvi algumas das minhas principais preocupações mais sérias, o que me permitiu "desempoeirar" o cérebro (como diz a minha querida psicóloga) e com isso veio uma grande vontade de transpôr isso para a minha vida. E assim tem sido.
Depois de ter reduzido drasticamente a minha roupa, a vontade de comprar também reduziu e muito. Não só porque dá trabalho desfazermo-nos daquilo que não é essencial (e pesa muito na consciência termos que assumir perante nós próprias que temos n peças que comprámos e não sabemos bem porquê - porque ou nunca usámos, ou nunca gostámos especialmente delas) mas também - e cada vez mais - por uma questão de consciência social. 
Tenho lido e aprendido muito ultimamente sobre o estado em que o consumo desenfreado da civilização ocidental está a deixar o planeta, e sinto-me cada vez mais incomodada com isso. É assustador saber que (bem) mais de metade do plástico que consumimos, mesmo que o coloquemos no Ecoponto, não é reciclado e nunca vai desaparecer do planeta. É igualmente assustador pensar que aquele par de calças que uma pessoa comprou e nunca usou implicou o gasto de n litros de água e de mais uma série de recursos naturais. 
Não pretendo ser radical nem nada que se pareça. Mas sinto que o que tenho feito até agora é pouco. E sinto-me na obrigação - para comigo própria e para com o planeta - de fazer a minha parte e pensar duas vezes antes de comprar certas coisas que não são essenciais na minha vida.
Nos últimos quatro meses as minhas compras de roupa resumiram-se a um par de leggings de desporto (que não precisava, mas que adoro e pretendo usar muito). Black Friday? Gostava de aproveitar para comprar uma malha de caxemira vermelha que me durasse uma vida, mas é só. Se aproveitar, será para repôr o stock de alguma maquilhagem que está a acabar, ou para fazer uma encomenda da minha comidinha saudável. Há muito que não compro nem cozinho carne vermelha, mas gostava mesmo de deixar de consumir carne em casa (não querendo atirar as culpas para o senhor namorado, era bem mais fácil concretizar este desejo se ele também estivesse para aí virado. mas lá chegaremos...ou então ganharei eu coragem para fazê-lo sozinha).
Repito que não tenciono virar extremista e que vou continuar a cometer as minhas loucuras de vez em quando. Mas pretendo fazê-lo muito menos vezes do que antes. E, acima de tudo - e no que à roupa respeita - comprar (muito) menos e com mais qualidade. 
O planeta, a minha casa e a minha sanidade mental agradecem.

17 comentários:

  1. Acho que se a faz sentir melhor deve aos poucos tomar essas atitudes que em muito ajudam o nosso planeta. Acho que tudo depende da nossa vontade. Quando tomei a decisão de reduzir o consumo de carne e peixe, fi-lo de forma gradual, mas cheguei a um ponto que não me estava a sentir "concretizada" com aquela decisão até que resolvi eliminar de vez esses dois da minha alimentação. Se vou mudar o mundo? Não. Mas pelo menos estou em paz com a minha consciência. Vale o que vale para cada um!
    https://jusajublog.blogspot.com/

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    1. Para mim esse tipo de mudança tem que ser gradual. Porque não é só a mente que temos que "convencer", é o próprio organismo que tem que se habituar.
      Sei que estou no bom caminho, e pretendo continuar a fazê-lo ao meu ritmo =). Não só a nível de saúde como de preocupação ambiental.

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  2. Concordo plenamente com essa postura e tenho vindo a tentar adotar uma parecida nos últimos tempos mas ainda tenho um longo caminho a percorrer...no entanto, por cada passo que se dá é um passo que se fica mais perto! ;)
    Beijinho
    Cris

    www.lima-limao.pt

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    1. É isso, um passo de cada vez e estamos cada vez mais perto. E se todos fizermos um pouco há de se tornar muito, e havemos de nos influenciar uns aos outros a fazer cada vez mais =).

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  3. Estou a passar pela mesma fase. Tenho vistos imensos documentários (Cowspiracy, What a Health, Terráqueos, True Cost, Minimalistas...), acompanhado youtubers e blogers, lido artigos e notícias sobre a temática...
    Só posso dizer que a ignorância por vezes é uma bênção. Tudo isto tem despertado em mim uma (ainda mais) forte consciência ambiental. Eu também faço parte do problema e devo participar na sua solução.
    Assim, tenho tentado evitar o consumo de carne (objetivo é tornar-me vegetariana), comprar o estritamente necessário, destralhar, optar pelo local...
    Quais os conselhos que dás?
    Obrigada.

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    1. Também já vi alguns desses documentários (e vou anotar o nome dos que ainda não vi para fazê-lo).
      É tão verdade isso de que a ignorância por vezes é uma bênção. Quando tomamos consciência da dimensão do problema fica difícil não nos sentirmos mal diariamente, com os hábitos de vida que temos (alguns bastante difíceis de mudar, seja por hábito, seja por falta de alternativas viáveis).
      Ainda estou muito no início deste despertar de consciência para já ter grandes conselhos para dar.
      Para já as mudanças que tenho feito é o que descrevi no post: comer cada vez menos carne e comprar menos roupa e de forma mais consciente.
      A fruta e legumes que compro no supermercado, só uso os sacos de plástico se for coisas pequenas ou em grande quantidade, senão meto no carrinho sem saco. Praticamente não aceito sacos de plástico em loja nenhuma, arrumo as coisas na mala. Mas, como disse, sinto que ainda é muito pouco. Conselhos aí desse lado também são muito bem-vindos =).

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  4. Fico sempre um bocadinho mais esperançada no Mundo quando leio mais relatos de pessoas que estão a tornar-se mais conscientes acerca do que andamos a fazer ao nosso planeta!

    Eu não como carne há 18 anos (estou velha!). Não sou extremista. Como algum peixe, ovos e lacticínios, mas a maioria das minhas refeições são vegetarianas. Para mim, foi uma decisão que fazia todo o sentido na altura, e que actualmente vejo reforçada, com toda a informação que temos sobre o impacto que a forma como comemos está a ter no planeta. Não temos de virar todos vegetarianos a correr, mas é urgente que pensemos um bocadinho sobre o que andamos a fazer. Se cada um mudar um pouco que seja o seu comportamento, a diferença pode ser muita.

    Quanto ao consumismo, estou como tu. Sempre fui uma pessoa poupada e nunca gastei muito dinheiro em roupa (nem em nada), mas acabava por ir um bocadinho na febre das promoções (uau! vestidos a 5 euros? vamos a isso!...). E, actualmente, já olho para as coisas de outra forma: continuo poupada, mas deixei de comprar só porque é barato e um dia pode dar jeito. Não precisamos mesmo de tanta coisa!... E falo de roupa mas podia falar de outras coisas. Também na alimentação ando a tentar reduzir o desperdício e o número de embalagens: acabaram-se bolachas em pacotes individuais, por exemplo. São pequenas coisas que não custam nada e o planeta agradece!

    Não tenho mesmo paciência para extremismos, mas gosto de sentir que, a pouco e pouco, vamos mudando alguns comportamentos!

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    1. Precisamente: pechinchas que "podem dar jeito" são coisas das quais neste momento eu fujo. Essas peças que nos custam pouco no bolso, custaram muito ao ambiente para serem produzidas.

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  5. Acho que estás a proceder muito bem, especialmente por manteres uma mente aberta e uma postura equilibrada, sem extremismos ou radicalismos. Confesso que também estou a tentar fazer algumas alterações a esse nível.

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    1. Acho que na nossa geração estamos (quase) todos cada vez mais preocupados e conscientes (nos países desenvolvidos), e acho mesmo que as coisas vão mudar para mudar daqui para a frente. Já deviam ter mudado há mais tempo, mas pronto =(.

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  6. Eu roupa nunca fui de comprar muita. Por um lado, ainda bem. Nem tenho espaço para a colocar.
    Depois, em relação ao planeta, ando a tentar informar-me ao máximo e vou fazendo pequenas mudanças.
    Garrafas de água já não compro. Até ao meu marido lhe vou comprar uma daquelas da tupperware.
    Guardanapos no pão, não uso. Tenho uma caixa.

    Já vi champoos e pasta de dentes sólidos e ando com vontade de experimentar.
    Já viste a poupança em plástico?

    Beijocas

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    1. Os shampoos confesso que me faz alguma confusão. Mas nada como experimentar, é um facto. Também me faz imensa confusão olhar para a bancada lá da minha banheira e ver a quantidade de plástico que lá está =(.

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    2. Uso shampoo em barra da lush e já não quero outra coisa, além de ser muito prático para quem viaja, dura meses, e compra-se uma embalagem de metal para reutilizar. BTW na lush é possível pedir amostras para ver se gostamos ou não do produto, e ainda dura algumas semanas.

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  7. Por muito que aches pouco o que tens feito até agora, penso que é um começo e se toda a gente fizesse os mínimos o Planeta estava bem melhor do que hoje. Para mim, cada pequena ação tem um enorme impacto.
    Eu também estou mais consciente nas minhas compras, não compro tanto e tenho alterado hábitos como: compro escovas de dentes de bamboo, o meu desodorizante é de alumbre, não compro sacos de plástico, os pequenos da fruta reutilizo-os, sempre que posso compro localmente, não uso descartáveis, compro muito menos roupa, estou a tentar consumir cada vez menos carne, estou a tentar deixar folhas de alumínio (comprei uns panos na pegada verde que cumpre a mesma função). Futuramente quero deixar de usar cápsulas de café (quando tiver dinheiro de comprar uma máquina com café em grãos/pó), quero começar a usar o copo menstrual (uma poupança na carteira e no ambiente), consumir cada vez menos plásticos, etc, etc. Se também acho isto tudo pouco? Acho, mas também acho que melhor fazer alguma coisa do que fazer nada.

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    1. As próximas escovas que comprar também serão de bamboo. E também queria experimentar o desodorizante. Acostumaste-te bem?
      Os sacos da fruta, trago cada vez menos e reutilizo sempre várias vezes até.
      As cápsulas de café também consumo e isso anda a incomodar-me particularmente =(.

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  8. Como eu me identifico com esse modus operandi
    Cada vez compro menos roupa e calçado e compro o que é necessário
    Dou comigo a ver roupas da minha mãe antigas e a utiliza-las, até porque a moda é ciclica.
    O mais importante não é o que pomos à vista mas sim o que somos e sentimos dentro e que implicações essa verdadeira essencia tem nos nossos comportamentos diários e com os que nos rodeias....até porque o que realmente importa nesta nossa passagem são os momentos e o amor que recebemos e oferecemos :)
    Fundamentalismos já há muito que os evito, nem nunca fazer compras ou fazer compras desmesuradamente, tudo em consciencia e em equilibrio

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  9. Sou poupada desde que me lembro, detesto desperdício (também desde que me lembro). Mas neste momento já não é só uma questão de poupar no nosso bolso, é mesmo poupar esta "casa" em que todos vivemos e que está cada vez mais mal tratada =(.

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