segunda-feira, 5 de novembro de 2018

A nossa aventura pelo Nepal - parte 4 (Trekking e nascer do sol em Poon Hill)

O nosso terceiro dia de trekking começou antes das 5h da manhã. Ainda era de noite quando saímos do nosso alojamento para uma hora de caminho até Poon Hill.
Poon Hill fica a 3210 metros de altitude e está rodeado de montanhas, a mais alta com mais de 8000 metros (Annapurna I).
A grande maioria dos trekkings naquela zona passam por aqui e fazem aquilo que nós fizemos: assistir ao nascer do sol em Poon Hill. Pelo que quando lá chegámos estavam algumas centenas de pessoas (ainda para mais, outubro é o mês mais concorrido).
O caminho até lá é sempre a subir e dura pouco menos de uma hora, mas como não tínhamos a mochila e estava bastante frio, fez-se bem. Chegámos antes do sol nascer e tivemos muita sorte: praticamente não havia nuvens naquele dia (depois do trauma que trouxémos de Machu Picchu, foi mais do que merecido). Estava tanto frio que fiquei com dores nas mãos depois de alguns minutos a fotografar.


Comprei uma manta em Ghorepani para sobreviver a este momento (que agora está no nosso sofá).


























Não há fotografias que consigam fazer jus àquilo que nós vimos. As montanhas cobertas de neve a toda a volta, o sol a aparecer aos poucos e a tornar todo aquele cenário ainda mais mágico, foi das experiências mais bonitas da minha vida. Foi mesmo, mesmo especial.



























Depois daquele espetáculo maravilhoso, voltámos ao alojamento para tomar o pequeno-almoço e pôr a mochila às costas para mais um dia de caminho. E que dia mágico. Foi o dia das paisagens mais bonitas, mas foi também o dia em que disse mais palavrões interiormente pela dureza das subidas (estava convencida que tínhamos chegado ao ponto mais alto e que a partir dali seria plano ou a descer, não estava preparada psicologicamente para aquilo).



























































Parámos para almoçar em Tadapani, depois das últimas subidas do percurso, em que eu tive literalmente vontade de matar o nosso guia. Depois de ele me ter dito que o mais difícil já tinha passado, aparece-nos um percurso monstro de escadas e mais escadas para subir.  E o raio do homem sempre com um ar fresco e fofo o que "só" me triplicava a vontade de o matar...agora tem piada mas na altura foi só mesmo por não ter energia suficiente para tal que não cometi homicídio :p.


Dentro da área protegida do Annapurna não vendem água engarrafada por questões ambientais (mas vendem coca-cola e afins...vá-se lá perceber). A única forma de bebermos água é encher as nossas garrafas com aquilo que eles chamam de "água purificada", que está à venda nos restaurantes e afins. Depois de mil e uma recomendações sobre cuidados a ter com a alimentação, eu estava reticente, mas consumi essa água (que remédio...) e correu bem.
E a meio da tarde chegámos a Ghandruk, para a nossa última noite na montanha.



























A imagem que vêem abaixo é muito frequente na montanha. Vê-se muitos jovens carregadíssimos a subir a montanha (alguns são porters e carregam a mochila dos turistas - que é coisa que me faz alguma confusão, confesso, apesar de ser (mal) remunerado -, outros, como este, carregam alimentos ou outros bens necessários para as aldeias a meio da montanha, inacessíveis por estrada (que são várias). 
Os guias de montanha começam todos as suas carreiras a trabalhar enquanto porters e só depois podem conseguir a licença para ser guias (depois de provas físicas bastante rigorosas). Não admira que o nosso guia - com um aspeto todo franzino - fosse um Speedy Gonzalez com um ar sempre fresco e fofo.


Acordar em Ghandruk com este cenário:


Na manhã do quarto dia era altura de nos despedirmos da montanha. Depois de uma hora de caminhada fizemos uma viagem (surreal, para não variar) de jipe, mais de uma hora em terra batida até chegarmos à estrada e, por fim, de volta a Pokhara.
Foram quatro dias tão duros quanto maravilhosos e inesquecíveis. Dos mais inesquecíveis que já vivi.

Primeira parte do trekking aqui.

2 comentários:

  1. Bem, brutal.
    Grandes fotos e realmente nunca conseguem mostrar nem metade da beleza.. mas ficamos com uma ideia =)

    Beijocas

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  2. Beleza de post e imagens!
    =)
    Bjinhos e noite quentinha
    Por aqui com, Beleza rompendo o céu

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