quinta-feira, 30 de junho de 2011

E aos poucos começa a chegar o fim


Hoje foi o último dia do curso de francês. Ou seja, acabou um dos meus momentos preferidos da semana.
É incrível como gosto de ter aulas de línguas estrangeiras, como não sinto o tempo a passar quando lá estou. Nunca, em aula alguma de Direito na minha vida, me diverti como nas aulas de preparação para o First em Novembro, nos cursos de Espanhol no Cervantes e no curso de Francês língua estrangeira aqui em França.

E neste momento posso dizer orgulhosamente que, segundo o meu professor, o meu nível de francês é C1 (sendo que acima dele só há o C2, para quem é praticamente bilingue). Notícia que me deixou com um sorriso de orelha a orelha o resto do dia.

Parecia uma criança cheia de vontade de chegar a casa para mostrar o meu teste final e dar a novidade à minha família.

Quem diria


Olhei para ele, perdido numa estante aqui de casa e pensei que, quem sabe, poderia ser um bom aliado para ocupar a minha mesa de cabeceira e ajudar em noites de insónia.
Alguns dias depois dou por mim completamente viciada e com dificuldade em parar de ler de cada vez que lhe pego.

Depois de, há dois meses, ter desistido de um outro livro, também em francês, com 1/6 do tamanho porque de cada vez que lhe pegava ficava com uma dor de cabeça quando ainda ia na terceira página, é caso para festejar.

Ontem foi o dia




Em que finalmente provei os macarons mais famosos (e melhores) de sempre.
Não são propriamente baratos mas valem cada cêntimo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Das coisas que sabem melhor quando se está longe

Bolacha Maria

Que em Portugal até nem como com muita frenquência mas comprei para trazer para cá e garanto-vos que aqui sabe melhor. Sabe a casa.

O psicológico é lixado.

Do dramatismo português


Tenho horror à expressão tirar anos de vida. Detesto quando alguém diz que uma determinada situação "tira anos de vida", porque levo-a mesmo à letra e ponho-me a reflectir no assunto (e da maneira que sou stressadinha, se a expressão tiver algum fundo de verdade eu já devo estar com um pé para a cova aos 24 anos de idade).

Prefiro a versão francesa, decididamente. A partir da minha passagem por França, tudo o que me desgastar passou a tirar-me apenas segundos de vida, à la française. E ai de quem me contrarie.

Ao menos assim não perco, efectivamente, anos de vida, a reflectir no raio da expressão.

Português vs francês #6


Tenho a dizer que esta deixou-me um tanto ou quanto escandalizada.

O português quando quer dizer que determinada coisa é bastante fácil de fazer diz que a faz com uma perna às costas ou que é canja. O francês diz que é dedo no nariz (doigt dans le nez).

Depois queixem-se de terem fama de ser sujos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Tenho dito


Metade da minha depressão no que toca a assuntos de foro sentimental é culpa do Oceano Pacífico da RFM.

Não conseguem arranjar nada mais deprimente do que Tina Turner, Bryan Adams, Roxette e afins?

Se podia desligar ou optar por outra emissora? Podia, mas isso era se eu fosse uma pessoa normal. Além do que já são muitos meses nisto. Sinto-me uma traidora de estar agora a mudar, depois de já termos construído uma história juntas. Afinal de contas estamos a falar da única por aqui que nunca, em circunstância alguma, me negou falar em português. É de valor.

As aventuras de Gelatina Poppins #6

Não vou conseguir levar todas as minhas coisas de uma vez de volta para Lisboa, sob pena de ir à falência com o preço de cada kg extra de bagagem (mas não é grave porque pretendo voltar em breve para visitá-los). Estava então eu a perguntar ao mini francesinho se ele era capaz de tomar conta do peluche que as Marias me ofereceram, se eu o deixasse cá.
Depois de ter respondido prontamente que sim ele faz uma cara como quem diz "Espera lá..." e perguntou-me se eu tinha algum outro doudou em Lisboa.

Apresento-vos a visada, baptizada pelos meus meninos de Lisa (ler com sotaque francês).

Eu disse logo que sim, pois claro (não quis estar a explicar que o único que tenho me foi oferecido pelo meu ex e que convém continuar guardado algures lá por casa. preferi deixá-lo desfrutar da infância sem preocupações durante mais uns anos).
Ele respirou de alívio e disse "Ah, felizmente!" (sim, porque caso contrário teríamos um grave problema em mãos. tudo menos dormir sem doudou, isso é que não).

Passar ou não passar de ano: eis a questão

Em conversa com a mãe cá de casa sobre o final do ano lectivo ela perguntou-me se em Portugal os alunos chumbavam (redoubler). Eu fiquei tão surpresa com a pergunta que lhe disse qualquer coisa do género "Ah, eu pensava que sabia o significado de redoubler mas pela tua pergunta acho que afinal não sei". Mas não. Ela estava mesmo a perguntar se em Portugal é possível os alunos chumbarem. E, ainda a medo, respondi. "...Claro que sim (?)". E foi aí que ela me explicou que, em França, as coisas não funcionam como em Portugal.


Nalguns casos são os pais que decidem se o filho chumba ou não e há mesmo escolas em que não há chumbos. Diz que é o Estado que tem que suportar os custos da educação e sai muito caro e é injusto (para os que se esforçam) estar a financiar mais um ano para aqueles que não se esforçaram. Além do que, na maioria dos casos, os alunos que chumbam não demonstram grandes melhoras no ano seguinte. Pelo que toca de passá-los a todos, mesmo que não pesquem patavina da matéria e tenham tido só negativas. Cheguei ao curso de francês e percebi que em Inglaterra se passa exactamente a mesma coisa.

Eu confesso que nunca tinha visto a coisa desse prisma e fez-me reflectir no assunto. Mas, para mim, se há assunto no qual o Estado deve gastar dinheiro é, com certeza, na educação. Isso de passar os alunos todos só para poupar uns trocos ao Estado...não me convence.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Eu, esquisitinha, me confesso



Acho que não conseguia apaixonar-me por um homem que não saiba distinguir o "à" do "há".

Sim, eu sei: até o dia blá blá blá. Deixem lá, estou caidinha por um que não tem esse "defeito" mas tem outros bem mais preocupantes.

Vá-se lá perceber este povo

(ainda na praia de Thonon)

Quando mostrei esta foto cá em casa em busca de uma explicação, disseram-me que acham que é por uma questão de higiene, para evitar que as pessoas se sentem com os calções em todo o lado e depois vão com eles para a piscina, obrigando-os a usar outro tipo de fato de banho.
E agora é a parte em que vocês me perguntam "E então como é que andavam os homens lá na praia?" E em que eu respondo que juro que me esqueci de reparar. E não, não estou armada em solteirona traumatizada e de relações cortadas com a espécie masculina, até porque é só mesmo o coração que precisa de férias, não a vista.
Mas esta justificação, vinda de um povo que tem a higiene que não tem nas padarias dá-me alguma vontade de rir, confesso.

E para além do calção de praia, a língua inglesa também não é o vosso forte pois não (thank's for your comprehention??)?

Samedi à la plage

São os barcos à vela, as janelas com flores e as bandeiras: já perdi a conta a quantas
 centenas de fotos já lhes tirei. E desta vez havia cores para todos os gostos.

Cá está a prova: as nossas pernocas a congelar no Lago Léman
(que me lembre, a minha estreia em água doce)

Outra estreia na vida de Gelatina Maria: praia com relva em vez de calhau ou areia.

Ai se a minha rica mãezinha sonhasse que andámos vai não vai  para entrar no carro de estranhos depois de termos perdido o último comboio para casa e quando a alternativa era pagar entre 50€ e 100€ por um táxi (o que acabámos mesmo por fazer). Mas verdade seja dita, ri até me doer a barriga à pala da meia hora de tentativas falhadas (graças a Deus e a todos os santinhos) da minha amiga (sim, que eu até posso estar a ficar desavergonhada mas ainda tenho os meus limites).

domingo, 26 de junho de 2011

Constatação pós mais um dia quase perfeito passado por estes lados


Para além de tudo o que tenho crescido, de tudo o que tenho aprendido e de tudo o que tenho conhecido, esta experiência deixou-me mais rica por duas razões muito especiais: ganhei uma segunda família e uma nova grande amiga.
Cinco pessoas que têm ajudado muito a que tudo isto esteja a ser inesquecível.

sábado, 25 de junho de 2011

Olha-me pra esta armada em mete nojo


Era só para dizer que enquanto eu praticamente morria de hipotermia de cada vez que saía de casa por aqui em Janeiro e Fevereiro ao mesmo tempo que em Lisboa e companhia estavam com temperaturas bastante mais suportáveis, agora vou passear com uns amenos 20 e tal graus (e finalmente com sol!) enquanto vocês por aí derretem. Parece-me justo.
Até loguinho, sim?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Gelatina Maria, a desajeitada

Consegui entornar o copo inteiro da garrafa de Vinho do Porto que a Maria tinha trazido para a minha família francesa provar (e que eles estavam a guardar há três meses para uma data especial. boa Gelatina!).
Adoooro esta imagem. É fofa que dói.

Tenho que lhes trazer um Vinho Madeira para compensar.

Não me saltem já para cima, pessoal do Norte, que eu de vinhos percebo pouco ou nada e não aprecio nem um nem outro. Mas sim, claro que eles aqui estão proibidos de dizer que o vinho do Porto é o melhor de Portugal (mesmo sem conhecer ainda o da Madeira. isso não interessa nada).

A fazer impreterivelmente antes de me ir embora


Há cinco meses a viver em França e ainda não provei os macarons da La Durée. Imperdoável.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Enquanto uns estão a gozar o feriado e outros o São João

Eu tive direito à pior birra de sempre, sozinha em casa com os miúdos.
Irra que a miúda tem força nas cordas vocais para dar e vender. Ainda tenho a cantoria a fazer eco na minha cabeça.


Menos mal que até o irmão percebeu a gravidade da coisa e decidiu não se juntar à festa (sim, porque às vezes quando me chateio com um deles têm a brilhante ideia de se juntarem os dois contra mim para se "vingarem" com armadilhas). Porque com dose dupla daquela a que tive direito não tinha sobrevivido a esta noite, ça c'est sûr.

Do São João. E de ti.


E nesta noite é-me (ainda mais) impossível não pensar em ti, e nas voltas que a minha vida deu desde o São João de 2007, altura em que eu teria dito, com toda a certeza, que nunca na vida me apaixonaria por ti.

E agora o que eu não dava para estar aí contigo esta noite...

Os inquilinos que vieram substituir as cerejas e os morangos no jardim cá de casa

Foi preciso tê-las cá em casa para perceber que mirabelles são ameixas.
Adoro o nome, acho tão mimoso.

Framboises.

Groseilles.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Convenhamos que também não estou a ter a vida facilitada

No mesmo dia em que te tinha escrito uma carta de despedida (que provavelmente nunca ia ser enviada mas temos que começar por algum lado e o primeiro passo estava dado) descubro que, por coincidência, escolhemos os mesmos dias para ir de férias para o mesmo lugar. E esta, hã?


Escusado será dizer que (apesar de neste momento te estar com um pó do caraças. sim, que eu gosto pouco que desconfiem da minha palavra) voltámos ao estado de ouvir passarinhos a cantar por todo o lado, de achar que a vida é (ainda mais) bela e que tudo o que me dizem a partir de então (quer se trate da ementa do almoço de amanhã ou da hora a que tenho que acordar os miúdos) tem uma piada desgraçada e só me dá vontade de rir e andar pela casa aos pulinhos. Mas nada disto invalida a vontade que tenho de te bater neste momento. Que fique bem claro.

Dos planos para Julho

Primeiras duas semanas ainda por território franco-suíço.
E depois parece que se vão repetir estes cenários:

As quatro Marias juntas pelo norte de Portugal.

E as duas Marias algures pelos Açores.

E assim acho que não vai haver depressão que me apanhe pelo facto de acabar aquela que está a ser, sem dúvida, a aventura da minha vida.

Sabem-na toda, é o que é


Os meus dois mini francesinhos descobriram que quando lhes estou a dar uma descasca conseguem amansar aqui a fera se me fizerem olhinhos seguidos de um abraço.

Da última vez que o mini francesinho se socorreu dessa estratégia (muito baixa, diga-se de passagem) não consegui evitar um sorriso e perguntei-lhe porque é que ele me fazia aquilo. "Parce que je t'aime." foi a resposta dele.

E pronto, adiei o resto da descasca para uma próxima vez.

terça-feira, 21 de junho de 2011

As compras dos passeios com as Marias






Isto tudo comprado dois a dois não parecia tanto, juro.
(nota-se muito que os ímans são a minha perdição nas viagens?)

Marcadores de livros.


Não, eu não percebo isso tudo de francês. Mas tenho um Verão inteiro
para tentar (e pronto, confesso, não resisti a estas capas tão fofas).

E isto é para levar para casa (ou pelo menos
vou tentar fazer um esforço por isso).

Sabias que...?


Ter uma amiga russa já me trouxe alguns conhecimentos extra, um dos quais relacionado com o dia de hoje.
É verdade que nunca tinha reflectido no assunto (se o tivesse feito já teria percebido que não fazia muito sentido a forma como eu pensava), mas achava que esta coisa da mudança de estação acontecia na mesma altura em todo o mundo, apenas se diferenciando na estação em questão (para uns países seria Primavera, para outros Verão e por aí adiante em função da localização geográfica).
Mas não. Na Russia o Verão já chegou dia 1 de Junho. Quanto aos restantes países não faço ideia mas imagino que afinal a coisa se distribua pelo ano em várias datas, em vez das quatro que eu (e pelo menos alguns de vocês, imagino. ou era só mesmo eu a única ignorante?) conhecia.

Já agora um bom Verão para todos vocês. Quanto ao meu tenho certeza de uma coisa: muito dificilmente será pior que o de 2010.

Do solstício de Verão


As minhas preces não foram ouvidas.

E assim completámos a entrada nas quatro estações desde que tudo isto (seja lá o que isto for) começou.

E eu às vezes já começo a ter as minhas dúvidas de que isto um dia me vá passar. Estou tão cansada de sofrer (e de manter a merda de uma esperança estúpida que não me deixa viver) por ti. Tão cansada.

Do jogo de ontem: a solução

Sinceramente tenho que vos dizer que estou desiludida com a vossa falta de visão futurista.
Então não se estava mesmo a ver que se trata de um....


Amplificador de som :p? Perceberam a ideia? Falam pelo buraquinho e voilá.

Já disse ao pai que como ele faz 40 anos para o ano que vem (estamos sempre a brincar com esta data) o miúdo já está a precaver a chegada dos problemas de audição.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Jesus mi abana


Que acabei de ver o primeiro francês capaz de me tirar do celibato. Numa cena tão cliché quanto eu a chegar da minha corrida (para não variar) e ele a chegar a casa de mota e a tirar o capacete no exacto momento em que nos cruzamos (juro que aconteceu exactamente assim).

Oh homem mais lindo (e ainda por cima educado, com um bonsoir tão sexy). Aliás, demasiado lindo para meu gosto (normalmente dão demasiados problemas).

Vamos fazer um jogo?

Ontem celebrou-se o dia do pai em França. Chegam os mini francesinhos a casa e a mãe diz-lhes para fazerem um desenho para oferecer ao pai. O mini francesinho insurge-se e diz "Nada disso. Tenho uma ideia muito melhor que um desenho". E lá segue para a sua "oficina".
O resultado final está aqui, 100% feito por ele.
Vamos ver se alguém consegue adivinhar até onde vai a imaginação desta criança.

Esta é a parte de fora do "instrumento".

E esta a parte de dentro.

Então? Não me digam que não salta logo à vista :p.

Terão a resposta no final do dia na caixa de comentários.

Os tomates do homem cá de casa


A mãe cá de casa perguntou ao marido o que é que se passava com os tomates dele que não cresciam (referindo-se aos que ele plantou no jardim). Ao que parece por terras francesas quando se fala em tomates quer-se mesmo e apenas falar de tomates.

Eu não consegui conter o riso e expliquei que em Portugal ela não poderia dizer tal coisa com aquela naturalidade. Agora ela não consegue mais perguntar ao marido pelos tomates dele quando eu estou por perto sem desatarmos todos a rir.

Graças à mente suja dos tugas, esta família nunca mais vai olhar para os seus tomates da mesma forma :p.

domingo, 19 de junho de 2011

Mudam-se os tempos, permanecem as verdades


Pelo que pude perceber no passeio do mini francesinho, a frase "O meu pai é mais forte que o teu" nas discussões entre as crianças ainda continua na moda, tantos anos depois.

Do passeio do mini francesinho e restante comitiva

Cinco horas de estrada no total para ficarmos apenas metade desse tempo no destino efectivo do passeio (Labyrhinte Aventure na Suíça. o maior da Europa pelo que consta). 30ºC. Fiquei encarregue de um grupo de três crianças, uma das quais de cada vez que eu parava para respirar desaparecia-me da vista (já disse que era um labirinto?só assim para facilitar um bocadinho a coisa). O objectivo no labirinto era encontrar os 10 castelos suíços lá escondidos (uma mísera fotos dos mesmos, nem uma miniatura se dignaram a fazer), metade dos quais ficou por encontrar porque a determinada altura eu e os miúdos já estavam fartos e queriam era brincar.


No caminho de volta vim acompanhada do maior pestinha da turma, que veio parar ao pé de mim numa espécie de castigo depois de ter feito asneira (sim, que a menina aqui pode não ser francesa mas percebeu bem que a ideia das professoras era descartarem-se do miúdo). Depois que tive a brilhante ideia de lhe perguntar como se chamava nunca mais se calou (e já não bastava falar francês ainda era sopinha de massa para me complicar mais a vida).

Voltei do passeio sem traumas, é verdade, mas com a certeza de que passar o dia rodeada de um bando de miúdos não é propriamente o trabalho dos meus sonhos.