quarta-feira, 29 de março de 2017

Férias


Não me lembro de alguma vez ter preenchido o documento da marcação das férias no trabalho com tão pouco entusiasmo como este ano. Não me lembro também da última vez que o fiz sem ter nenhuma viagem em mente para o ano (as idas à Madeira não contam).
Já disse que estou farta de sentir que tenho a minha vida em suspenso, não já? E que preciso de paz e estabilidade na minha vida, também já disse, não disse?
Enquanto isso não acontece, estou aqui, estou a pensar aventurar-me pela primeira vez na vida numa viagem sozinha. Quem já foi viver para o estrangeiro para a casa de estranhos também há-de conseguir passar uma semana sozinha algures por esse mundo fora, certo? Parece-me bem que sim. Só está mesmo a faltar a coragem para pôr isso em prática.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Porquê?



Porque é que fazer a coisa certa é por vezes tão (mas tão) mais doloroso do que optar pelo caminho mais cobarde (e tão mais confortável a curto prazo)? 
Há dias em que a dor roça o limite do insuportável. Hoje é um desses dias.

Fim-de-semana

Depois de o último fim-de-semana ter sido passado em modo passeio em terras açorianas, este serviu principalmente para descansar e para pôr alguma ordem lá em casa (continuo com metade das minhas coisas em caixotes - algumas por falta de espaço em casa e outras porque não são necessárias para já - e isso está-me a dar cabo dos nervos).
O fim-de-semana começou com um pequeno-almoço tão bom nos Pastéis de Belém (ao que parece, chegar lá antes das 10h é a única maneira de não termos que esperar numa fila para conseguirmos uma mesa).


Ao almoço foi tempo de matar saudades de um belo sushi, na companhia de amigos, e ao final da tarde pus-me a fazer uma coisa que só me dá prazer ao fim-de-semana (não me perguntem porquê que também não sei) e da qual já tinha saudades: cozinhar. Fiz duas receitas novas de panquecas (uma de iogurte e limão, outra de chocolate e côco) que ficaram bem saborosas, e preparei uma lasanha de atum para o almoço de ontem.
Já ontem foi dia de ginásio, cinema (fomos ver o Moonlight) e mais arrumações. 


Depois de ter sido eleito o melhor filme do ano, a curiosidade para ver o Moonlight era muita. Sabia que não era uma história leve, mas não sabia que era tão pesada, tão forte, tão sombria. A história está bem contada, o desempenho do personagem principal é muito bom (em todas as partes da vida dele) mas não ficou no top dos meus filmes preferidos.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Piropos inspirados (e muita modéstia à mistura)



Aquele momento em que um homem de aspeto duvidoso se aproxima de ti e tu pensas "Será que é desta que me vão oferecer droga?" [é que já assisti n vezes a cenas do género à minha volta na Baixa mas a mim nunca me perguntaram, e eu até já me pus a pensar que devo ter um ar demasiado angelicar para acharem que nem vale a pena perderem tempo comigo, mas adiante] e te dizem:
- Se eu não fosse casado, partia-te toda.
Ninguém merece, a sério. Todo um potencial de homem desesperado para se render aos meus encantos e vai-se a ver e é casado e ainda por cima fiel, arruinando toda e qualquer hipótese de vivermos uma história de amor tórrido e escaldante. Esta minha vida é injustiça atrás de injustiça, é só o que vos digo.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Mais do mesmo


Estou constantemente a dizer a mim própria que não me posso queixar. Que tanto eu como as pessoas que amo temos saúde, que tenho um trabalho que apesar de não me dar grande prazer permite-me fazer, fora dele, as coisas que mais gosto, que tenho amigos e estou rodeada de pessoas que gostam de mim.
Mas a verdade é que nos últimos tempos ando a carregar um peso tão grande nos meus ombros (sendo que o que eu partilho dele aqui é para aí 10% desse peso) que há dias em que acho que vou explodir. 
Já me deixei de guardar para mim o que me atormenta e partilhei com quem "de direito", até já procurei ajuda de uma psicóloga, mas continuo sem saber o que é que realmente quero, e a (erradamente, muito erradamente) dar por mim a deixar isso nas mãos de outras pessoas. 
A minha vida continua a parecer tão longe de se resolver, e eu cada vez com menos forças para resistir até que isso aconteça. E não gosto de fazer papel de coitadinha, mas sinto mesmo não mereço estar a passar por isto. Ou então mereço, sei lá eu...

segunda-feira, 20 de março de 2017

Fim-de-semana de Marias

As minhas Marias são uma bênção na minha vida. Adoro aquelas duas de paixão e não imagino a minha vida sem elas (mesmo que uma delas viva lá nos confins dos Açores). Infelizmente não conseguimos estar as três juntas muitas vezes, mas quando isso acontece é sempre tão, tão bom.
No fim-de-semana que passou as Marias encontraram-se a "meio caminho" entre Lisboa e as Flores, e estivemos três dias em São Miguel, nos Açores, para pôr as saudades em dia e dar passeios bons.
Na sexta, ao jantar, fomos conhecer um restaurante do qual tínhamos as melhores referências. Já gostei mais de carne de vaca, mas a da Associação Agrícola é realmente muito tenra (só achei o molho demasiado salgado).


O sábado começou com uma visita à fábrica de chá Gorreana. Os campos de cultivo do chá são mesmo bonitos.




Daí seguimos para a Lagoa do fogo, que é tão bonita.



E depois de um peixinho delicioso comido com vista para o mar, fomos pôr-nos de molho no tanque de água termal no Parque Terra Nostra.


E ai de mim que fosse aos Açores sem comer lapas (no restaurante Cais 20, que não é propriamente barato mas tem comida muito boa).



Ontem visitámos um sítio que deve ser das paisagens mais bonitas do nosso Portugal:  o miradouro do Canário, que tem vista para várias lagoas (entre elas a das Sete Cidades). Que vista mais fabulosa, senhores (acho que não há foto que consiga mostrar o quanto aquilo é fantástico).


 E uma das vistas no caminho.


Foram dias mesmo bons.

quarta-feira, 15 de março de 2017

A vida, muito lentamente, a entrar no ritmo


Não me consigo sentir em casa em lado nenhum se não tiver a minha rotina de exercício físico definida. Nas primeiras duas semanas em Lisboa não estive inscrita em nenhum ginásio. O facto de não conseguir escolher um, aliado à situação de ter a minha vida completamente de pernas para o ar, fez com que tivesse decidido dar umas mini férias de ginásio a mim própria (apesar de não ter parado o exercício por completo, que isso é coisa que não dá para mim, muito menos na fase em que me encontro, em que bem preciso de endorfinas para me animar).
Entretanto lá me resignei que a melhor opção neste momento seria o Fitness Hut (na modalidade de poder ir a qualquer um dos ginásios da cadeia, já que o meu futuro nos próximos tempos é uma incógnita gigante), e no início da semana passada lá retomei as idas ao ginásio. 
Só tenho conseguido ir três vezes por semana, que não é de todo suficiente para mim, mas é melhor que nada [E voltar a acordar cheia de dores musculares depois de ter voltado a fazer, finalmente, um valente treino de pernas, é uma sensação para lá de boa (sim, este tipo de dor eu gosto de sentir)].
Há quem tenha os vícios mais variados. O meu, neste momento, é sem dúvida o desporto.


segunda-feira, 13 de março de 2017

Fim-de-semana

E está, finalmente, encerrado o capítulo "Porto" nas nossas vidas.
Na semana passada, quando vi os planos serem todos alterados e me apercebi que teria que voltar ao Porto este fim-de-semana, fiquei bastante incomodada. Mas entretanto a vida tratou de me compensar e de me dar razões para esta viagem ter valido a pena. Primeiro, porque sexta-feira foi o aniversário de uma das minhas nortenhas queridas do coração, que chegou à (assustadora) casa dos 30, e conseguimos dar um saltinho a casa dela para lhe dar um beijinho, cantar os parabéns e ainda comer uns petiscos deliciosos. 
O outro ponto alto do fim-de-semana foi matar saudades da sobrinha mais querida (sobrinha "emprestada", é sobrinha do senhor namorado) e despedir-me sabe deus por quanto tempo [mas não vamos falar de assuntos tristes agora].
No sábado fomos buscar a carrinha das mudanças a meio da manhã. A mãe do senhor namorado estava connosco, e a minha amiga (a que tinha feito anos na véspera e que tinha dado uma festa até às 4h da manhã) apareceu lá com o namorado para nos ajudar - gente mais querida, esta. É tão, tão bom sentir que estamos rodeados de pessoas genuinamente boas e que gostam de nós. O trabalho de encher a carrinha, que demorámos um dia e meio a fazer quando saímos de Lisboa, sem ajuda (era fim-de-semana de Páscoa) e sem elevador, demorou quatro horas desta vez.
Chegámos a Lisboa na noite de sábado, e em menos de uma hora enchemos a garagem lá de casa dos meus pais (e assim vai ficar até decidirmos o que vamos fazer à nossa vida).
Ontem passei o dia em arrumações, limpezas e afins (e ainda muitas e muitas horas me esperam até conseguir ter tudo em ordem), mas houve tempo para dar um saltinho ao Choupana Caffé para o meu pequeno-almoço preferido, e ao prego da Peixaria, para matar saudades do hambúrguer (tão bom) de salmão e choco.


quarta-feira, 8 de março de 2017

Para o que me haveria de dar quando estão 20ºC




Para entrar na Zara mais próxima (erro, grande erro) e apaixonar-me perdidamente por este sobretudo, que tem a cor perfeita. E que - raios o partam - custa uma pequena fortuna.

terça-feira, 7 de março de 2017

Vida em suspenso


Tenho vivido com a sensação que tenho a minha vida em suspenso, condicionada por mil e um "ses" (sendo que a grande maioria deles não está nas minhas mãos, o que me causa uma ansiedade gigantesca).
Tenho momentos péssimos, em que me sinto muito injustiçada e acho mesmo que não merecia nada disto que estou a viver, intercalados por outros em que tento focar-me nas (muitas) coisas boas que tenho e volto a sentir-me uma privilegiada, apesar de tudo o que estou a viver.
Apesar de toda a provisoriadade e indefinição que carateriza uma grande parte da minha vida neste momento, apesar dos mil caixotes que ainda faltam trazer para Lisboa (e de não sabermos o que vamos fazer com uma parte deles), e de não saber a localização exata de mais de metade dos meus pertences neste momento, estou a tentar assentar e dar alguma normalidade e rotina a esta minha nova vida.
Ontem já voltei ao ginásio depois do trabalho, e hoje lá irei outra vez, e assim deverei passar a grande maioria dos meus finais de tarde nos próximos tempos. E isso, a par das 7 horas de trabalho diárias nos dias de semana, é das poucas certezas que tenho para as próximas semanas.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Fim-de-semana


Era para ter sido o fim-de-semana em que íamos trazer toda a tralha do Porto para Lisboa. Pois...era.
Cheguei ao Porto na noite de sexta-feira, para uma casa que de casa já pouco tinha. Desde o serviço de televisão e internet que já estava desativado há uma semana, até ao cilindro que avariou também há uma semana, à mobília já parcialmente desmontada...o cenrário não era o mais acolhedor (e o homem, coitado, viveu-me sozinho nestas condições).
No sábado, depois de um pequeno-almoço tomado à beira-mar, andámos a desmontar móveis (ele) e encher mais caixotes (eu). Ao final da tarde, aproveitei o facto de não termos água quente em casa e fui fazer um 2 em 1: despedir-me da aula de zumba do meu rico Virgin e tomar um banho de água quente (já disse que adoro aquele ginásio e que já morro de saudades daquilo? Acho que já.). 
Depois disso houve jantar com as amigas nortenhas do coração, e senhores...foi tão bom! Desde a comida maravilhosa à companhia e à conversa, estava tudo perfeito. Confesso que me senti um pouco nostálgica durante o jantar, a pensar no quanto me vai custar estar longe delas, e de como será difícil manter a mesma relação próxima com 300 quilómetros a separar-nos na maior parte dos dias. Mas bom, não se pode ter tudo e assim terá de ser.
O dia de ontem era suposto ter sido dedicado a alugar uma carrinha (que já estava reservada há semanas) e enchê-la com todas as nossas coisas para trazê-las para Lisboa. Pois que o senhor namorado chegou à rent a car e a única carrinha que tinham disponível para nós era uma com metade do tamanho daquilo que tínhamos pedido (e que precisávamos). E eu nem queria acreditar quando me disseram que vamos ter que regressar ao Porto para a semana para, aí sim, alugar a carrinha certa e trazer as nossas coisas para Lisboa. Lá viemos para Lisboa de tarde no carro do senhor namorado, com algumas coisas que já aproveitámos para fazer, mas desolados com a ideia de esta saga afinal não ter ficado ainda por aqui.


[E não, desta vez não há fotos do fim-de-semana. E não prometo que haja no próximo também. Que esta vida de mudanças não é lá muito fotogénica.]

sexta-feira, 3 de março de 2017

Duas semanas se passaram


E é chegado o momento de apanhar o comboio que me vai levar rumo à despedida definitiva do Porto (e das minhas duas amigas queridas nortenhas que por lá deixei. snif). Às vezes tenho a sensação que já estou em Lisboa há meses, e não há duas semanas.
Esta última semana foi passada ainda sem grandes rotinas mas com momentos muito bons. Tive o aniversário de uma das minhas Marias queridas. Tive cá os meus pais durante quatro dias. E ainda tive o prazer de conhecer uma pessoa mesmo querida do mundo dos blogues, pessoa essa que não vou identificar só porque não lhe pedi autorização para tal. Ela não sabe, mas a primeira mensagem que me enviou, fê-lo num momento, no início da semana passada, em que eu estava mesmo triste (lavada em lágrimas para ser mas precisa), e sentir aquelas palavras de carinho num momento em que eu precisava tanto delas (mesmo que ela não soubesse disso), foi assim uma espécie de sinal de que a coisa entre nós só podia correr bem. E correu mesmo, tanto que já estivemos juntas duas vezes (e esperam que venham muitas mais).
Não sei o que me esperam as próximas semanas, muito provavelmente terão alguns momentos em que voltarei a sentir-me mais em baixo, mas rodeada das pessoas certas como tenho estado, vai tudo correr pelo melhor. Só pode correr tudo pelo melhor (seja esse melhor o que for).

quarta-feira, 1 de março de 2017

Dos primeiros dias por Lisboa

Tempos houve em que a rotina era coisa que não me atraía de todo, mas entretanto isso mudou. A rotina - quando estamos de bem com a vida e com aquilo que decidimos fazer com ela - traz com ela uma sensação de conforto bastante agradável. Pelo menos para mim. 
Tive uma rotina entre 2013 e 2016 que adorava. Criei outra nos últimos meses que também já era pautada por momentos que me faziam feliz.
Neste momento  (re)comecei uma vida ao mesmo tempo muito parecida à que tinha quando regressei a Lisboa (no início de 2012) para começar o trabalho onde continuo hoje [ porque têm sido dias passados em modo solteira, o trabalho é o mesmo e voltei a viver no mesmo apartamento] mas por outro lado tão diferente [porque as pessoas que fazem parte dela agora são outras (são poucas as que se mantêm), porque entretanto encontrei o amor e vivi com ele tanta coisa, porque há toda uma bagagem de pessoas e momentos que vivi nos entretantos que mudaram (e enriqueceram) a minha vida].

[Foto tirada ontem numa corrida de final de tarde]

Mas falava eu de rotina. Que é coisa que - retirando as sete horas diárias de trabalho - não tem abundado nos meus dias. Nem no ginásio ainda me inscrevi (acho que ainda não me curei do desgosto de abandonar o meu rico Virgin), o que me tem deixado tempo livre ao final do dia para aproveitar como bem me apetecer. 
Entre tratar de alguma burocracia inerente a mudanças, tenho aproveitado para estar com pessoas que me são muito queridas (duas em especial foram um apoio precioso nos dias em que eu estava mais em baixo) e tenho passado também algum tempo comigo própria  (que bem preciso também) perdida nesta cidade que tanto me preenche. Nos últimos dias tive ainda direito a um jantar surpresa de boas vindas da equipa de trabalho mais espetacular de todas (a minha) (fomos ao restaurante mexicano El Clandestino e foi mesmo mesmo bom). E também tive cá os meus pais por uns dias. 
Aproxima-se agora o dia de regressar ao Porto para trazer toda a minha vida de regresso para Lisboa e - a parte mais difícil - começar a tratar verdadeiramente de resolvê-la. Para começar a criar novas rotinas, sejam elas quais forem, que me tragam de volta a estabilidade emocional e paz de que tanto preciso.