sexta-feira, 29 de abril de 2016

E por falar em diferenças culturais


(E ainda no ginásio) sabes que alguma coisa está errada contigo quando estás numa fila, no início de uma aula, para ir buscar um step para ti, e o senhor que está à tua frente agarra num e, em vez de ir logo em direção ao lugar dele, estende o step na tua direção, e tu levas alguns segundos a perceber que ele está a fazer é oferecer-to, para depois então servir-se de um para ele (o senhor deve ter pensado que eu era parva, porque fiquei a olhar para ele durante uns segundos a pensar "o que raio se passa com o senhor que não me deixa passar?").
No outro dia, numa aula de Pump que decidi, a muito custo, ir fazer pela segunda vez na vida (é uma aula que eu deteeeeesto porque tenho zero força de braços) a senhora que estava à minha frente deve ter ficado assustado com a minha cara de esforço e foi buscar uns pesos mais leves que os que eu tinha, deu-mos e disse "É melhor fazer com estes, a coreografia que se segue é muito puxada".
E sabem que mais? Sou bem capaz de me habituar a este tipo de tratamento ;)!

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Diferenças culturais que têm saltado à vista desta "pseudo" lisboeta


É engraçado como vivemos num país tão pequeno e, no entanto, não é preciso andar muitos quilómetros para se notarem várias diferenças culturais (neste caso entre Lisboa e Porto).
Fugindo a algumas mais óbvias, uma delas é o facto de muitos desconhecidos tratarem por tu (e atenção que isto não me incomoda minimamente, é só diferente daquilo a que estava habituada em Lisboa - em que, nas raras vezes que tratam por tu, não costuma ser muito bom sinal, ao contrário do que acontece aqui em cima).
Outras diferenças que mais me saltaram à vista foi no ginásio (não sei se será a regra, mas é a experiência que tenho): tanto homens como mulheres têm menos pudores. Os homens porque é vê-los (gordos, magros, novos, velhos), a fazer aulas de Zumba e afins sem qualquer tipo de problema (em dois anos de ginásio em Lisboa acho que não vi mais de dois homens diferentes nas minhas aulas de dança). As mulheres, porque andam de forma muito mais relaxada completamente despidas nos balneários, enquanto que em Lisboa, embora tal também aconteça, é a exceção, e não a regra (da minha parte, confesso que não consigo fazê-lo, e duvido que alguma vez vá conseguir).
Não são coisas que me incomodam, de todo, mas são pormenores que, ao me chamarem atenção, me fazem aperceber do quão "lisboeta" me tornei nos últimos 11 anos.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Confissões


Ontem, cheguei ao trabalho depois de três dias maravilhosos em modo fim-de-semana, e pela primeira vez desde que cá estou chorei. Só conseguia imaginar o meu pessoal lá em Lisboa, na minha sala tão animada e cheia, a comentar o fim-de-semana, e eu longe, numa sala tão mais vazia, tão mais calma (demasiado calma), longe daquela agitação a que eu já estava tão habituada. E, mesmo acompanhada, senti-me sozinha. Tão sozinha. E enfiei-me na casa de banho e chorei. Afoguei as saudades em lágrimas, ainda longe de acreditar que um dia vou conseguir sentir-me neste trabalho como me sentia em Lisboa.


[Entretanto mandei mail a todas as pessoas "lisboetas" que me lembrei, inclusive a chefe, recebi palavras de carinho que me encheram a alma, e, melhor de tudo, marquei a próxima ida a Lisboa, já para a semana. E encarar mais um dia desta minha nova vida tornou-se logo tão mais fácil.]

terça-feira, 26 de abril de 2016

Primeiro fim-de-semana completo pelo Porto

Finalmente tive oportunidade de passar o fim-de-semana (inteiro) no Porto, ainda por cima com um dia extra do feriado, foi bom demais.

A sexta-feira começou logo em grande, com um passeio à beira-rio.

No sábado passeámos à beira mar, em Gaia.

E acabámos o dia em casa, com uma bela dose de sushi.

No domingo fomos ao Parque da Cidade e passeámos à beira mar, na zona de Matosinhos.

E lá fomos experimentar mais uma confeitaria (e mais um croissant maravilhoso, e uma fatia de tarte de brigadeiro bem potente).

Depois de ter experimentado uma aula de Step no sábado e outra de Body Pump no domingo, na segunda não resisti ao bom tempo e, mesmo sozinha (senhor namorado decidiu adoecer no fim-de-semana prolongado...), percorri todas as pontes pelo lado do Porto e, mais uma vez, fiquei maravilhada. Correr à beira rio, no Porto, é maravilhoso.

À tarde, e porque o calor já convidava, fomos conhecer a gelataria La Copa (por sugestão de uma querida leitora, que deve conhecer o meu lado mega guloso super discreto, e a quem agradeço esta (e as outras) sugestões, que são sempre bem-vindas principalmente agora que acabámos de chegar e nos sentimos um pouco perdidos na hora de ir passear ou comer fora).


Estou a adorar conhecer o Porto. Adoro conhecer sítios novos e numa cidade como esta é especialmente bom, porque é realmente linda (e a pastelaria...não vamos sequer falar na pastelaria que tem sido uma desgraça constante). 
Mas continuo a sentir-me uma turista. Alguém que não pertence aqui. Que está cá de passagem e tem o seu canto, a 300 quilómetros a sul, à sua espera. Mesmo que (supostamente) seja aqui que está a minha vida agora...

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Avaliação física

Sempre fiz desporto toda a minha vida mas, há que confessar, nunca tive grande jeito para a coisa. Pratiquei várias modalidades (ténis de campo, voleibol, e, um pouco mais a sério, ténis de mesa durante quase uma década) mas o entusiasmo nunca foi dos maiores. Quanto às aulas de educação física, eu era aquele género de aluna que tem boas notas em todas as disciplinas... menos nessa (e em educação visual e afins, esse é outro talento que não tenho nem nunca tive).
Entretanto, desde que passei uma temporada em França, em 2011 (e vi o meu corpo a aumentar exponencialmente de tamanho) que comecei a correr, e de há dois anos para cá vou também ao ginásio. E tanto a corrida como o ginásio, aos poucos, tornaram-se vícios. Atividades que eu faço não só porque fazem bem à saúde mas também porque me dão imenso prazer. E desde então tenho feito 4 a 5 treinos semanais, em média (com os mais variados tipos de treino).
Há muito tempo que não fazia uma avaliação física, e fi-lo ontem, no meu novo ginásio (e daqui para a frente farei todos os meses). Subi para a balança muito a medo (não pelo meu peso, mas pela percentagem de massa gorda, que sempre foi o meu ponto fraco), e fiquei agradavelmente surpreendida: 18,8% (quando, em tempos não tão longínquos quanto isso, em balanças que não sei se serão fiáveis a 100%, esses mesmos níveis ultrapassavam os 25%). 
Agora é continuar a insistir na parte da musculação (que é aquilo que não me dá prazer nenhum) em detrimento do cardio (isso sim, adoro) e tratar, acima de tudo, de aumentar a massa muscular. Vamos a isso!


quinta-feira, 21 de abril de 2016

Dramas domésticos #9 (ou a saga das almofadas)

Se a compatibilidade entre os membros de um casal se avaliasse pela concordância de gostos no que toca a decoração, a minha relação com o senhor meu namorado estaria mais do que condenada ao fracasso. Acertar numa peça de mobília ou de decoração que seja verdadeiramente apreciada pelos dois acontece mais ou menos com a frequência dos eclipses solares. Lá vamos fazendo uma cedência dum lado, outra do outro, ou ainda estaríamos a dormir e comer no chão (isto se tivéssemos acertado na composição do chão).
Depois de escolhido o novo mobiliário da nossa nova sala, ficou a faltar a parte mais gira (pelo menos para mim): decidir onde e como vamos fazer o nosso cantinho das fotos, e escolher umas almofadas coloridas para o sofá, para dar alegria à sala. Foram várias as horas que já perdi a pesquisar almofadas, e depois de muito veto da parte do senhor meu namorado, poderemos ter chegado às quatro felizes contempladas (a primeira é da Toranja, as outras três da La Redoute).





quarta-feira, 20 de abril de 2016

E agora coisas mesmo importantes



Habemos ginásio novo. O meu grande dilema colocava-se entre: um ginásio xpto, com mais aulas e horário mais alargado de funcionamento, com avaliação mensal incluída mas mais caro e com fidelização de um ano ou um ginásio de bairro, mais barato e mais calmo (mas em que me arriscava a fazer aulas com mais dois gatos pingados, e eu sou moça que gosta pouco de ter as atenções em cima de mim) sem fidelização, mas com menos aulas e fechado aos domingos e feriados (coisa que no me gusta). 
Depois de muito refletir (e bota muito nisso!) está escolhido: vou para o Virgin Active (e até já me estreei ontem com uma aula de Body Attack e gostei imenso).



[Agora sim, com o trio casa, trabalho e gym a andar, posso começar a (tentar) sentir que a minha vida está aqui. Embora o coração, esse, ainda faça grandes viagens para sul, n vezes ao dia.]

terça-feira, 19 de abril de 2016

Dramas da minha nova vida a norte do país


De cada vez que entro num café/pastelaria/confeitaria descubro um pão diferente a gritar "leva-me contigo", ou umas bolachinhas a piscar-me o olho, ou mais um croissant com grande aspeto a sorrir para mim, aos quais eu pura e simplesmente não consigo resistir. Não te decidas finalmente por um ginásio, Gelatina Maria, e é ver o teu corpinho a triplicar de tamanho em menos de três tempos (é hoje que me decido. tem que ser hoje!)


[a foto do post já tem mais de uma semana, mas hoje voltei a não resistir e trazer um pão diferente para casa - cujo nome já não  me recordo - para experimentar...]

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Diz que é dia de regressar

Esta minha estadia tão prolongada por Lisboa tão pouco tempo depois de me ter mudado para o Porto foi uma mera coincidência que não deverá voltar a acontecer em breve. Virei com alguma frequência, em trabalho, mas na maior parte das vezes não deverei ficar mais de um dia.
Esta semana teve muitas coisas boas: matei saudades de uma das minhas Marias, fui à corrida do Benfica, fui ao Peixe em Lisboa, fui à Scalabis Night Race e foi um espetáculo (é uma corrida à noite, em Santarém, que tem coisas como vinho no abastecimento ao 4º km, fogo de artifício no início e no fim da corrida, pampilhos - que é só dos meus doces preferidos de sempre - e tem, acima de tudo, um ambiente espetacular. está claramente no top 3 das minhas corridas favoritas), almocei com as minhas colegas/amigas, fui tomar uns copos ao final da tarde com amigos/colegas (e acho que me tornei oficialmente adulta porque quer me parecer que foi desta que me puseram a gostar de vinho) e ainda fui matar saudades das minhas corridas à beira rio.




Foi (praticamente) tudo muito bom, mas está na hora de voltar àquela que é agora a minha vida e, mais importante, aos braços do meu amor. Até já, Porto, vemo-nos ao fim do dia.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Nota mental para a posteridade


Não posso vir a Lisboa e ir trabalhar três dias seguidos. Um dia pode ser, dois no máximo, mas ao terceiro volta tudo à estaca zero, sinto-me como se nunca tivesse ido embora, e já só me apetece ligar ao homem e dizer que não espere por mim que já não volto. Mais uma ronda de despedidas...aguenta coração!


[ainda fico por Lisboa até segunda, mas vai ser em modo formação, longe do meu pessoal]


quarta-feira, 13 de abril de 2016

Memória de elefante, mas só para o que não interessa


Costumo dizer que o meu cérebro tem uma capacidade admirável de armazenar porcaria que não interessa, e lembra-se de se esquecer (passo a redundância) em três tempos de coisas verdadeiramente relevantes.
Músicas da Britney Spears, Spice Girls e Back Street Boys (e até dos Excesso, confesso) que ouvia no início da adolescência? Ainda as sei toooodas de cor (e não me refiro apenas aos grandes hits. nada disso, é mesmo os cds inteiros). Slogans publicitários das mais diversas empresas? É ouvir alguém a falar da empresa tal (acontece frequentemente  no trabalho) e o meu cérebro automaticamente começa a dizer o slogan delas (alguns dos quais ninguém se lembra, só mesmo eu).
Mas quando me quero lembrar dos pormenores dum processo que tratei há um mês atrás, ou dum livro que li há um ano...nicles, nada de nada, é todo um vazio mental que me deixa logo em pânico a pensar que é desta que vai ser diagnosticado o meu alzheimer precoce.
Querido cérebro, podias fazer uma seleção um pouco mais criteriosa...

terça-feira, 12 de abril de 2016

Como uma criança no primeiro dia de aulas


Eu sei que só passei uma semana no Porto (que me pareceu um mês ou mais), mas esta manhã no autocarro, enquanto me aproximava do meu edifício do trabalho em Lisboa para lá passar o dia, sentia-me uma criança no dia de regresso às aulas, em completo êxtase por ir rever os colegas e saber tudo o que se passou por cá nos últimos dias. 
Passei a semana passada sem derramar uma única lágrima, em paz comigo própria, mas quando me estava a aproximar do trabalho aqui em Lisboa fiquei tão emocionada que só me apetecia chorar. Foi preciso cá voltar para me aperceber da falta que isto me faz. É aqui que me sinto em casa. Mas isto com o tempo vai lá, prometo.


[mas se calhar ajudava não estar sempre a ir e vir, pelo menos no início. mas que eu gosto de cá vir...oh se gosto!]

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Fim-de-semana entre o Porto e Lisboa

Ainda não foi desta que passei o fim-de-semana inteiro pelo Porto (nem será ainda no próximo fim-de-semana, mas adiante). E, mais uma vez, foi um fim-de-semana que de monótono não teve nada. A manhã de sábado foi passada a comprar a nova mobília da nossa sala (que o senhor meu namorado já andou a montar depois de eu me ter vindo embora, e eu nem sei como vou aguentar com tanta curiosidade nos cinco dias que ainda me restam cá por Lisboa).
Quando soube que ia ter formação em Lisboa esta semana inteira, uma das primeiras coisas que me passou pela cabeça (triste mas verdade) foi "Já posso ir à corrida do Benfica!". Mal sabia eu no que me estava a meter. Mas lá apanhei o comboio no sábado, para fazer a corrida no domingo. Saí de casa no domingo debaixo de sol, cheguei à zona do Colombo e nem queria acreditar no que estava a ver: chuva e mais chuva, e vento para ajudar à festa. Propus aos 3 resistentes que foram comigo que desistíssemos ainda antes de começar (ainda por cima eu estava adoentada), mas a maioria preferiu ter fé no São Pedro e esperar. Não melhorou grande coisa até ao momento a partida, nem até mais de meia hora depois, mas nós fomos na mesma (só me dou com gente doida, é o que é).


Tenho que confessar que nem me apercebi do momento em que a chuva parou (o que quer dizer que não me estava a incomodar tanto quanto isso) e acabámos a corrida debaixo de sol, nem parecia o mesmo dia. Achei muito giro o ambiente da corrida e o facto de passarmos dentro do estádio da Luz, mas o percurso não é plano e tem estradas demasiado estreitas (em que era praticamente missão impossível ultrapassar alguém), e ainda por cima com o chão molhado tinha medo de escorregar, tudo isto conjugado valeu-me o meu pior tempo oficial de 10 km (pelo menos que eu me lembre): fiz praticamente 1 hora. Mas não, não me arrependi de ter ido (apesar de ter ficado pior da tosse que já tinha antes da corrida, mas adiante).
Acabei o dia na casa de uma amiga (uma das Marias) a lanchar e jantar, e foi tão bom.
Apesar dos percalços meteorológicos, foi um domingo mesmo bom.

sábado, 9 de abril de 2016

Mais uma semana, mais uma viagem


Estava eu ainda em Lisboa, num dos meus últimos dias de trabalho antes da mudança para o Porto, quando soube que naquela que seria a minha segunda semana de trabalho no Porto, teria uma formação a semana inteira em Lisboa. Foi uma coincidência, porque não tenho tantas formações quanto isso, mas na altura ajudou-me a encarar os últimos dias com mais serenidade. A minha colega da secretária do lado (a que mais falta me faz) até me disse "Vou fingir que vais uma semana de férias para o Porto e voltas" (entretanto esta semana "de férias" no Porto foi de tal forma cheia que sinto que já me mudei há uma eternidade).
Mas eis que passou a primeira semana no Porto e está na altura de voltar a Lisboa para matar saudades (e já que fico a semana toda, aproveitar e toca de ir a duas corridas, a do Benfica já no domingo e a de Santarém no próximo sábado).
Até já, minha querida Lisboa.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Desta minha nova rotina


Pudesse eu chegar ao trabalho, aqui no Porto, e ter à minha espera o edifício de Lisboa com as pessoas de Lisboa (mais uma vez quero frisar  que o problema não está nos colegas de cá, mas sim na ausência dos colegas de lá) e os meus colegas de sala e de corredor de Lisboa e estaria tudo perfeito. Adoro a minha nova casa (apesar de ainda ser um mero projeto daquilo que queremos que seja), adoro a zona onde ela está, adoro estar perto de confeitarias e todo o tipo de serviços e ainda ter um centro comercial por perto para poder ir ao cinema sem ter que atravessar metade da cidade, adoro poder escolher entre o mar ou o rio para companheiro das minhas corridas (ou até um mix dos dois), e adoro ter dois ginásios por perto (apesar de já ter visitado os dois, que não têm nada a ver um com o outro, e não me conseguir decidir por nenhum deles, damn it).
Mas depois vejo imagens de Lisboa nas redes sociais e apodera-se de mim uma sensação estranha (e egoísta). A de que já lá não estou para fazer parte de tudo aquilo. A de que estou a assistir, enquanto espetadora num lugar distante, ao dia-a-dia da minha cidade. A de que me fui embora mas a vida por lá continua estranhamente tal e qual ao que sempre foi (eu sei que isto não faz muito sentido, mas toda eu careço de algum sentido por regra, e nestes dias em particular ainda mais).
Como me dava especial jeito o dom da ubiquidade nestes dias...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Reconhecimento da zona - parte II

Ontem cheguei a casa ao final da tarde toda entusiasmada para fazer a minha segunda corrida. Aproveitei uma das dicas que me deram aqui no blogue e segui em direção às praias de Gaia (e voltei para trás quando tinha pouco mais de meia hora, apesar de a vontade ser de continuar, mas não queria perder a luz do dia antes de chegar a casa).





A sensação de correr à beira-mar, com o cheiro a maresia, é maravilhosa. O rio como companhia também é bom, mas o mar...o mar é o mar e não há nada que o substitua.  Eu não tinha o privilégio de viver perto do mar desde que saí da Madeira há quase 12 anos, e enquanto percorria a zona em frente às praias só pensava "Sim, poder fazer isto ao final do dia compensa todos os minutos no trânsito ao início da manhã". 
Ainda nem o caminho para o trabalho decorei, não conheço praticamente nada do centro do Porto (e não devo conhecer tão cedo porque já tenho planos longe daqui para próximos dois fins-de-semana) mas estou maravilhada com as paisagens que tenho ao pé de casa. Estou mesmo.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Fui fazer o reconhecimento da zona


Ontem tinha por objetivo calçar as sapatilhas e fazer a minha primeira corrida pelo Porto. Cheguei a casa ainda de dia e lá desci a rua até encontrar o rio. Eu sabia que estava perto do Cais de Gaia, mas não tinha noção que era tão perto, e mal me apercebi disso toda eu era sorrisos de felicidade.
Não me pude entusiasmar muito porque não queria fazer a estrada de regresso a casa já de noite, pelo que atravessei a Ponte D. Luís e não passei da Praça da Ribeira (onde eu não ia para aí há seis anos), mas hoje devo conseguir despachar-me mais cedo e já estou a planear nova corridinha, desta vez mais longa. 
O Tejo que me perdoe (continuo a gostar muito dele), mas correr com esta vista é qualquer coisa difícil de igualar. Foi, sem dúvida, o melhor momento que tive desde que cá cheguei (e mal posso esperar pelo final do dia para repetir a dose).

terça-feira, 5 de abril de 2016

Então e o primeiro dia de trabalho no Porto?

O dia não começou da melhor forma. Chovia a potes e apanhámos uma fila jeitosa para entrar na ponte da Arrábida. A festa foi tal que até nos bateram na traseira do carro, numa subida (!) entre o pára arranca, mas não foi nada de mais e seguimos a nossa vida. 
No trabalho éramos seis colegas vindos de Lisboa (sendo um deles o senhor meu namorado), o que também tornou as coisas mais fáceis do que se eu lá chegasse sozinha. O edifício de Lisboa onde eu trabalhava (usar este tempo verbal é doloroso mas adiante) tinha 200 pessoas, enquanto que este tem uns 30 e tal colegas. Quase a mesma coisa, portanto. O ambiente parece-me ser mais familiar (é normal), fomos muito bem recebidos por todos, e tivemos direito a bolinhos de boas vindas e tudo.
Vantagens da minha nova sala? Apesar de não ter os melhores colegas do mundo (os novos que me perdoem mas os melhores continuam em Lisboa), tem uma paz a que eu não estou habituada (passei de uma sala de 11 pessoas para uma de 5), e que, há que confessar, dá jeito quando uma pessoa precisa de se concentrar. 


Depois do trabalho regressámos a Gaia e fui com o senhor namorado e uma amiga experimentar o ginásio Virgin Active. O que dizer da experiência? Muito interessante a nível sociológico. Não sei se eu esperava outra coisa por ser um ginásio todo xpto (ou se me tornei demasiado "lisboeta" nos últimos 11 anos e o pessoal lá por baixo é que é demasiado sério), mas a verdade é que não estava à espera  daquilo a que assisti. Eu e a minha amiga experimentámos uma aula de Zumba, e foi completamente diferente daquilo a que eu estou habituada. Imenso barulho no início (tenho a sensação que toda a gente se conhece ali dentro), gente a entrar e a sair a meio da aula, pessoas a se meter umas com as outras também a meio da aula (palmadas no rabo umas das outras inclusive), uma rapariga a fazer a aula de soutien normal (não me refiro aos de desporto, refiro-me àquele que usamos no dia-a-dia, de algodão), uma senhora que até para o palco saltou a meio duma coreografia (ao que parece, o professor não achou muita piada a esta parte), enfim, vi um pouco de tudo. Mas retirando estes pormenores a aula foi interessante e era capaz de me habituar àquilo (vou visitar outro ginásio esta semana e logo me decido).
Balanço do primeiro dia? Positivo =)!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Crónicas de uma mudança concretizada #1


Chegámos ao Porto ao início da tarde de sábado. Entre arrumações (que ainda vão para aí a 50%), compras de supermercado e ida ao Ikea para comprar uma parte daquilo que precisamos para a casa nova, passou-se o resto do fim-de-semana.
Os assuntos para tratar e tralhas para arrumar são tantos, que desde que cheguei ainda não tive tempo para sequer refletir se estou triste ou contente (menos mal que ainda não tenho tempo para passear porque o senhor S. Pedro ainda não me mostrou muito mais que chuva). Estou cansada, isso estou, e muito. 
Assim que puder volto para vos contar do meu primeiro dia de trabalho na Invicta.

sábado, 2 de abril de 2016

O momento da verdade


Aqui que ninguém nos ouve, tenho que confessar que nesta última semana passaram-me pela cabeça todos os pensamentos e mais algum. Inclusive o de "Por que raio me deixei apaixonar por um nortenho há quatro anos atrás para agora ter que ir embora da minha Lisboa?". Mas isso são parvoíces que me passam pela cabeça nos cinco segundos de desespero que são seguidos de momentos de lucidez, em que até me volto a entusiasmar com esta mudança.
A hora chegou. Chegou o momento de te abandonar, minha querida Lisboa. Sem um adeus, como diz a música (que me foi enviada por uma pessoa muito especial que tenho a sorte de estar à minha espera no Porto). E sem esse adeus porque me recuso a fazê-lo. Hei-de voltar muitas e muitas vezes. Já como visitante (e é isso que me "mata", a ideia de ser tratada como alguém que deixará de pertencer a esta cidade), mas prometo continuar a amar-te da mesma forma. Minha querida Lisboa. 


E passo por ti
Condenada a sentir um vazio
Na hora de te abandonar
A lembrança de quem quer ficar
A cidade por descobrir
Um adeus, vou partir

Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu

Agarro-me a ti
Confrontando a saudade que sinto
A hora está-se a aproximar
As memórias de quem quer voltar
Um segredo que vou descobrir
O adeus, vou partir

Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu

E passo por ti
Condenada ao vazio
A ansia de querer voltar
O adeus que não te vou dizer

Lisboa, és só tu e eu
Lisboa, és só tu e eu

sexta-feira, 1 de abril de 2016

E quando achas que já acabou


Chegas à tua secretária esta manhã (o meu último dia de trabalho em Lisboa) e tens um calendário personalizado com fotos do teu pessoal, feito por (mais) uma pessoa muito especial. (ontem também tinha recebido uma moldura de três colegas/amigas do coração, no meio de tanta emoção esqueci-me de mencionar no post anterior).
Mais tarde, estava a contar a duas colegas que não estiveram presentes na minha festa surpresa o quão giro foi e o quão espetacular todos eles são por me terem feito uma despedida destas, e uma delas disse-me: "Sabe que as pessoas também têm o que merecem.". E, principalmente neste momento em que estou de coração cheio mas apertado, faz-me bem acreditar que sim :).

Vou-me embora de coração cheio

Ontem foi dia do meu almoço de despedida. Sou uma pessoa discreta (e tímida) que gosta pouco de ser o centro das atenções, pelo que fazer um almoço com toda a unidade onde trabalho, ou até com toda a divisão (uma parte mais restrita) não era uma ideia que me deixasse confortável. Decidi chamar a minha equipa, o meu grupo de corrida e o pessoal que partilha (partilhou, snif) sala comigo até hoje (alguns são coincidentes). Éramos 18 ao almoço e consegui portar-me como uma senhora, não chorei nem fiz nenhum tipo de cenas. Pagaram-me o almoço, uns fofos, e lá seguimos de volta para o trabalho.
A meio da tarde saí da sala para ter uma reunião. Voltei e o meu computador tinha sumido para parte incerta. Na minha secretária tinha um bilhete a dizer que um senhor da informática tinha ido buscá-lo, que eu não podia ficar com ele agora que vou para o Porto, que lá em cima me dariam outro. E mandavam-me ir a outra sala. 


Eu, que tenho um colega de sala que tem como principal hobbie fazer-me a vida negra (sempre na brincadeira) virei-me para ele e culpei-o da brincadeira. Fui para a sala onde me mandavam e tinha outro papel com um enigma que me levaria à próxima sala, e assim sucessivamente. Percebi logo que havia mais pessoas envolvidas, até porque as mensagens incluíam muita gente para ser coisa de uma pessoa só, e frases muito pessoais que só podiam ser da minha colega mais que tudo (que me vai fazer uma falta desgraçada).
Estava convencidíssima que a última pista me levaria só e apenas ao meu pc, juro, até ao momento em que entrei na sala de reuniões e tinha uma mesa posta com bolos e bebidas, e toda a minha Divisão à minha espera. Não é preciso dizer que perdi o pouco autocontrolo que me restava e desatei a chorar, pois não? Fui imediatamente "consolada" por uma série de abracinhos bons, e de muitas calorias doces.
Eu bem que estou sempre a dizer que tenho os melhores colegas do mundo. E tenho ou não tenho razão?