sexta-feira, 9 de abril de 2021

Confinamento na Madeira

 Estivemos 6 semanas na Madeira.

Na primeira semana ficámos os três num alojamento local a fazer quarentena, perto da casa dos meus pais. Todos os dias a minha mãe passava por lá para levar-nos comida (e matar saudades à distância...principalmente do neto).

Depois disso ficámos em casa dos meus pais. Durante a semana estávamos em teletrabalho, e pontualmente íamos tendo quem se ocupasse do Gustavo durante umas horas. Ao fim de semana estávamos muito mais livres não só para passear (apesar de também existirem restriçoões na Madeira) e para fazer algo que não conseguimos em Lisboa (mesmo sem pandemia): ter momentos a dois.

O Gustavo fartou-se de brincar com os avós (e também conheceu o primo, o único que tem do lado da mãe). Foram tão felizes juntos, os meus pais e o Gu. Eles e eu. Foram semanas maravilhosas.

A primeira foto a dois em...17 meses?






"Ajudar" a avó a fazer pão (e a prová-lo mesmo cru, pois claro).

Os monstrinhos comestíveis que a avó fez para um trabalho da escola (mas que para o Gu serviram apenas para brincar, que aqui a general da mãe dele não o deixa comer porcaria tão cedo).


O delírio ir à horta com o avô.

E fazer pinturas com leite condensado.



Alerta, criança feliz!

E o difícil momento do regresso.


quarta-feira, 7 de abril de 2021

I'm alive

Quem não me acompanha no Instagram pode já se ter perguntado nos últimos tempos se este blogue (e a respetiva dona) continuam vivos e de saúde. Pois eu venho dizer-vos (caso ainda haja alguém desse lado) que sim: continuo por cá e (pelo menos até hoje) ainda não tenciono dar um fim a este meu cantinho cada vez mais abandonado (mas ainda não completamente).

Vou fazer-vos um pequeno resumo dos últimos meses (sendo que tentarei vir abordar alguns assuntos em posts mais específicos, mas sem promessas, vale?).

Têm sido tempos complicados para a maioria de nós, e eu não sou exceção. 

Continuo em teletrabalho, com tudo o que isso tem de bom e mau. 

O bom: o tempo que não gasto em transportes, aproveito para pôr tarefas domésticas em dia (o que me/nos permite ter mais algum tempo disponível ao fim-de-semana). Consigo trabalhar sem barulho e gerir melhor o meu tempo (eu sou pessoa que precisa de silêncio para se concentrar: agora imaginem a dificuldade de trabalhar numa sala com mais pessoas que falam umas com as outras (como seres sociais que somos) ou até fazem telefonemas de trabalho). Gasto menos dinheiro em cafés e refeições fora de casa.

O mau? Tudo o que eu disse antes. Não gasto tempo em transportes e, como tal, leio menos. Não perco tempo em conversas com colegas: é solidão dia após dia. Não gasto dinheiro em cafés e refeições fora de casa: são momentos de socialização que não tenho. E tudo isto me faz falta.

Não sei como serão as coisas quando tudo isto acalmar (para o ano, talvez?), mas via-me a ser feliz num regime misto de ir alguns dias ao trabalho e ficar outros dias a trabalhar em casa. Veremos o que os próximos tempos nos reservam (mas acredito que só haja mudanças para o ano).

Estamos saturados de, fim de semana após fim de semana, não podermos ir passear a sítios diferentes (na verdade e sendo rigorosos nem podemos ir passear, quanto mais a sítios diferentes).

A gota de água cá em casa deu-se no final de janeiro, quando fecharam as creches sem data para reabrir. Ora, se teletrabalho em modo solidão nem sempre é bom, teletrabalho com um bebé em casa não é nada solitário, é um facto, mas é o T-E-R-R-O-R. Isso e termos a criança, cheia de energia, fechada num apartamento que nem varanda tem (a não ser em espaço comum). Ninguém merece.

Para tentar manter alguma da nossa sanidade mental, decidimos (no final de janeiro) que iríamos confinar para a Madeira até que as creches reabrissem, para termos algum apoio logístico da minha família. E assim fizemos: fomos no início de fevereiro, fizemos quarentena durante uma semana num alojamento local, e depois ficámos mais cinco semanas em casa dos meus pais. E foi TÃO bom. Mas vou ver se faço um post só sobre o nosso confinamento na ilha, e vos mostro umas fotografias desses tempos.

Para já fico-me por aqui, com a promessa de tentar (só tentar) voltar em breve para vos contar mais sobre a minha vidinha nos últimos tempos (que - spoiler alert! - não tem sido propriamente mega emocionante).

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020


















2020 foi, possivelmente, o ano mais estranho da vida de quase todos nós. Um ano cujo pano de fundo foi digno de um verdadeiro filme de ficção científica.
Sinto que foi um ano em que experienciei todo o tipo de emoção, boa e má, muitas vezes no mesmo dia.
Foi o ano em que me apaixonei perdidamente pelo meu filho (que nasceu em setembro de 2019 mas, agora em retrospetiva, tenho clara noção que precisei de uns tempos para deixar o modo piloto automático e "encarrilhar" neste comboio que é a parentalidade e, acima de tudo, começar a desfrutar da parte boa. Mas foi também um ano dominado por muitos momentos de desespero, entre muitas cólicas e um bebé que ainda hoje, com 15 meses, não dorme bem nem de dia nem de noite (e não é por falta de esforço nosso, acreditem).
Se os meses de licença de maternidade já são, por si só, tempos muito solitários para a maioria das mulheres (onde me incluo), juntem a isso uma pandemia e temos cocktail explosivo.
Foi o ano em que senti muita solidão (não só durante a licença como depois, em teletrabalho), mas ao mesmo tempo nunca tinha amado tanto na vida.
Foi um ano dominado pela saudade. Desde abril só estivemos duas vezes com a minha família (sendo que antes disso, e desde que o Gustavo nasceu, estávamos juntos uma vez por mês).
Foi o ano em que o Gustavo foi para a creche e, contrariamente ao que eu temia, foi uma lufada de ar fresco para nós três.
Foi o ano em que, pela primeira vez na vida, passei o Natal em Lisboa, a três.
Foi um ano estranho, muito, muito estranho, mas também muito iluminado pelo meu Gu. Foi um ano em que, aos poucos, fui renascendo e me redescobrindo para além da mãe que agora sou (e que às vezes, demasiadas vezes, parece que não há espaço para ser mais nada).
Foi um ano diferente a todos os níveis, mas seria ingrato da minha parte dizer que foi mau. Retirando a saudade (que foi muita), acompanhei o crescimento saudável e feliz do meu bebé, as pessoas mais importantes da minha vida tiveram saúde, cá em casa mantivemos o emprego e salário apesar da pandemia, e fui tia (de sangue) pela primeira vez. Não foi o melhor ano de sempre, mas foi, apesar de tudo, um ano muito feliz.
[Quanto às fotos, é verdade: praticamente não há fotos sozinha nem sem o Gu, o que é bastante representativo daquilo que foi o meu ano, assoberbado pelo meu Gucas querido.]

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Update e cenas várias




Podia dizer que é o tempo escasso que me impede de cá vir, mas a verdade não é bem essa. A verdade é que, graças à pandemia, a minha vida tem tido muito pouco de interessante (ou pelo menos com interesse digno de partilha por aqui).
Durante a semana continuo em teletrabalho e só saio de casa praticamente para ir ao supermercado, para almoçar fora em média uma vez por semana, e pouco mais. Durante o fim-de-semana, e mais uma vez graças à pandemia, os nossos passeios têm se limitado ao parque com Mr. Gu e pouco mais (porque passear de manhã não é a cena que nos dê mais jeito, por causa do horário da sesta do Gu, e passear de tarde há muito tempo que foi proibido em Lisboa...e uma pessoa escreve uma coisa destas e, mesmo passados tantos meses, ainda parece que é mentira).
Esta semana desmarquei a viagem que tinha comprado para ir à Madeira nos últimos dias do ano. Fi-lo com um nó imenso na garganta, mas em paz com a minha consciência. Temos um bebé que ia ser impossível "domar" no aeroporto, bem como perto dos meus avós e do meu sobrinho (bem, afinal há novidades dignas de partilha, fui tia (de sangue) pela primeira vez no dia em que o Gu fez 14 meses, e está a custar muito não ir conhecer o meu sobrinho tão cedo) e já que a minha família acaba por estar mais protegida do vírus por estar numa ilha pequena, prefiro não correr o risco de ser um de nós três a levar-lhes o "bicho" como "prenda" de natal.
Ainda não sabemos bem como será o nosso Natal, o segundo da minha vida longe da minha família (o primeiro e único até hoje foi maravilhoso, apesar da distância. há alguém aqui dos tempos em que vivi em Londres com as minhas Marias?), mas há de ser algures entre Lisboa e Braga.
E desse lado, ainda há alguém? Ou já só escrevo para mim mesma?

[A ver se me animo a vir fazer o "Gucas report", com as novidades dos últimos meses].


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #24 - Os primeiros dias de creche do Gu

No dia 7 de setembro, a uma semana de completar um ano de idade, o Gu estreou-se na creche.
A pandemia não nos deixou (aos pais) entrar na escola. Só pudemos lá estar na semana antes para uma reunião com a educadora do Gu, na sala deles (conversámos uma hora com a educadora e enquanto isso o Gu andou feliz da vida a explorar os cantos todos à sala, como se nós não estivéssemos ali).
O Gustavo é um menino que, até hoje, não estranha pessoas nem lugares a que não está acostumado e é super observador e curioso em relação a qualquer novidade. E tudo isto conjugado fez com que tivéssemos a grande (enorme) sorte de, até hoje, nunca o termos entregado à entrada da creche com ele a chorar. Nunca. 
Ele é recebido por várias pessoas diferentes (entre educadora e várias auxiliares lá da creche) e nunca rejeita o colo de ninguém. Aceita-o e ignora os pais como se fossemos invisíveis. O que para nós é espetacular (é mesmo, não estou a gozar. sempre que vejo meninos a chorar apetece-me chorar com eles, mesmo que não sejam meus filhos). Mas o nosso filho é uma pessoa muito coerente, e o entusiasmo que demonstra quando o deixamos na creche é o mesmo que demonstra quando o vamos buscar: nenhum, portanto. 
Até hoje, chorou apenas no primeiro dia, já muito depois de o termos deixado, e por regra está sempre em modo explorador e bem disposto. 


Quanto a um dos assuntos que eu mais temia: sonos. Fizemos uma adaptação gradual e Gustavo só ficou para a sesta ao final de 3 dias. Não conseguiram que ele ficasse deitado na caminha dele (acontece o mesmo cá em casa, mal é pousado acordado senta-se ou levanta-se) nem que adormecesse no colo. Puseram-no numa espreguiçadeira com um doudou e uma fraldinha e lá adormeceu e dormiu 50 minutos. Repetiu a proeza no dia seguinte. 
Entretanto, e porque ele continua a recusar deitar-se na cama, sugerimos à educadora que o deitassem depois de ele já ter adormecido (normalmente há ali uma meia hora de sono mega pesado em que se lhe pegarmos com jeitinho conseguimos mudá-lo de lugar sem que acorde) e assim têm feito: põe-no na cama quando já está adormecido, e já chegou a dormir 2 horas seguidas (praticamente nunca faz sestas de 2 horas em casa).
Quanto à alimentação, tem comido super bem (acontece o mesmo cá em casa).
Tenho muita pena que a pandemia nos tenha tirado a possibilidade de entrar na creche quando bem nos apetece para poder "apanhar" o Gu desprevenido e ver como é que ele é naquele ambiente, mas mesmo assim sinto-me bastante confortável em deixá-lo ali, porque sinto que são uma pequena família em que toda a gente (educadoras, auxiliares, diretora, funcionárias da cozinha) acarinha as crianças e isso tranquiliza-me imenso. Isso e o facto de o nosso bebé estar a dar-se lindamente por lá. 

terça-feira, 22 de setembro de 2020

A nossa escapadela para comemorar o 1º aniversário do Gustavo

No contexto de pandemia que estamos a viver, e com a nossa a família longe de nós, decidimos que este ano, em vez de uma festa de aniversário, faria mais sentido irmos os três dar uma escapadela para comemorar o 1.º aniversário do Gustavo.
Escolhemos o Vale d'Azenha Hotel Rural & Residences, nos arredores de Alcobaça. O hotel é lindo, o staff é muito simpático, o restaurante do hotel é ótimo e sentimo-nos super seguros em termos de medidas de segurança (desinfetaram-nos a mala e tudo! por mim podia ser assim para sempre!).




Os pratos que pedimos no restaurante do hotel (chama-se "Golden"), onde jantámos no domingo. Estavam ambos maravilhosos (peito de pato com um gratinado fabuloso de couve flor, e risotto de camarão).







Não chegámos a desfrutar da piscina (para dizer a verdade, a minha veia de nojentinha assumida não é fã de piscinas e muito menos de enfiar o meu bebé dentro de uma) mas deu para uma bela sessão de fotos de aniversário do nosso principezinho, que vestiu uma camisa pela primeira vez na vida para comemorar a preceito (mas continua um espírito livre do tornozelo para baixo, porque ainda não anda e a sua mãe não tem paciência de lhe calçar sapatos).



Seguimos uma das recomendações que nos deram no Instagram e almoçámos no restaurante António Padeiro. Pedimos bacalhau com broa e farinheira para dois (que na verdade deu para 4, porque a dose era gigante e trouxemos os restos para casa). A comida era ótima e o staff super simpático, gostámos muito.







E ao final da tarde, já em Lisboa, fizemos videochamada com os avós e cantámos os parabéns ao nosso ratinho mais querido. Foi um dia muito feliz.

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Fim-de-semana prolongado em Castelo Branco - Parte II

 [Podem ler sobre a primeira parte do fim-de-semana aqui.]

No sábado visitámos aquele que, para mim, foi o lugar mais bonito de todo o fim-de-semana: as Portas do Almourão. Que paisagem soberba! (As fotos não conseguem fazer jus ao quão imponente é esta vista)






E no domingo, antes de regressarmos a Lisboa, passámos por Vila Velha de Ródão.
Almoçámos no restaurante Vila Portuguesa (por sugestão do Instagram do blogue Let's Run Away, que sigo e gosto muito) e depois estivemos sentados na relva a apreciar a vista do rio: que paz que se sente naquele lugar.





Portas do Ródão

Como disse no primeiro post sobre o fim-de-semana, não gerimos o tempo da melhor forma para conseguir ver todos os lugares maravilhosos que merecem uma visita nesta zona, mas aproveitámos o melhor que pudemos e foi mesmo bom. Vimos paisagens soberbas e vivemos momentos muito felizes em família.