quarta-feira, 28 de março de 2018

Peru, diário de viagem - Dia 3 (Arequipa)

Na quinta-feira acordámos às 3 da matina para ir apanhar avião para Arequipa (que fica mais ou menos a 1000km de Lima). 
Esta cidade fica a 2300 metros de altitude...um "cheirinho" daquilo que estava para chegar nos dias seguintes. Os guias que nos levaram de e para o aeroporto recomendaram que não fizéssemos muito esforço físico neste dia, porque o nosso organismo poderia não reagir bem à falta de oxigénio. E este tipo de conversa, confesso, deixou-me algo nervosa. Mas o facto é que nesta cidade não senti nada de diferente (nem eu, nem o senhor namorado, nem os amigos que fizemos por lá - sobre os quais hei-de falar mais à frente).
Arequipa está rodeada pelos Andes e tem três vulcões (que estão inativos) que lhe dão um encantamento especial em termos paisagísticos, sendo que o maior deles é especialmente bonito porque tem neve no seu cume. O terraço do nosso hotel tinha uma vista simpática para esse vulcão. Cá está ela:



























Na parte da manhã fomos a um museu muito peculiar, chamado Museu de Santuários Andinos, conhecer melhor uma tradição inca bastante mórbida e...original, na falta de melhor adjetivo (os mais sensíveis que se preparem...ou passem esta parte à frente).
Na década de 90 do século passado foram descobertos, nas montanhas do sul do Peru, vários corpos mumificados, de crianças mortas há 500 anos, em ótimo estado de conservação por estarem congelados devido à neve existente na zona - entre eles os das posteriormente chamadas de Juanita e Sarita, duas adolescentes que estão expostas (alternativamente) naquele museu.
Ao que se veio a descobrir, estas e as outras crianças encontradas no mesmo estado (até à data encontraram à volta de 16) são fruto de um ritual sagrado da cultura inca que consistia em sacrificar filhos de nobres (era considerada uma honra para a família que os seus filhos fossem escolhidos), que eram levadas por sacerdotes até ao cume das montanhas, onde eram mortas com uma pancada na cabeça e por lá deixadas, como oferendas aos deuses (nada mórbido nem sinistro, portanto). Cá está a imagem da Juanita (a foto é do site oficial do museu):




Curado o choque da visita ao museu, fomos almoçar a um restaurante que o nosso guia da cidade nos tinha recomendado (chamado Zig Zag), naquela que se revelou a melhor experiência gastronómica que tivemos no Peru. Pedimos uma espécie de bife na pedra, sendo que o meu era de alpaca (diz que é a carne mais saudável que existe), acompanhado com risotto de quinoa, e o do senhor namorado era um misto de três carnes com várias batatas (o Peru, por ter altitudes e climas tão variados, tem uma diversidade e riqueza muito grande a nível de produtos agrícolas. têm n variedades de milho, quinoa e batata por exemplo - atentem na cor das batatas do prato do senhor namorado). A bebida que aparece na foto é super típica, chama-se chicha morada, e é feita com uma das milhentas variedades de milho que existe no Peru (chama-se milho morado e tem - surpreendentemente - a cor da bebida). Quanto à alpaca, para mim tem um gosto semelhante ao de um bife de vaca.























Ao início da tarde, fizemos um Free Walking Tour que incluiu, entre paragens por vários pontos turísticos interessantes, prova de chá de cacau (fiquei fã) e visita a alpacas e lamas fofinhas.






































Não está muito nítido, mas lá ao fundo conseguem ver o vulcão com neve.

Derreto-me com estes padrões tão característicos.


Placa mais amorosa.


Vista sobre a Plaza de Armas.


Idem.


Alpaca rastafari.

Gostei mesmo muito desta cidade.

2 comentários:

  1. Comida com bom aspecto, nada assim muito.... diferente =P
    Paisagens bem bonitas.
    Isso do ar é mesmo estranho. Estou curiosa com o resto.

    Beijocas

    ResponderEliminar