quinta-feira, 18 de outubro de 2018

A nossa aventura pelo Nepal - parte 1 (Changu e Bhaktapur)

O mês de outubro é o melhor mês do ano para visitar o Nepal em termos de passeios na montanha porque é quando já passou a época de chuvas mas ainda não está muito frio (para ver animais na selva a primavera é melhor porque nesta época pós monções a vegetação está muito alta pelo que podemos ter animais a metros de nós e não conseguir vê-los).
Comprámos as viagens de avião em meados de julho, e fomos pela Emirates. Tinha grandes expetativas em relação a viajar nesta companhia mas honestamente não achei melhor que a Iberia, com a qual fomos ao Nepal (até gostei mais do entretenimento da Iberia, na verdade), nem mais espaçosa que um avião "comum" (estou a falar da classe económica, pois claro). Viajámos até ao Dubai (um voo de aproximadamente 8 horas) e depois de quatro horas no aeroporto fizemos mais 5 horas de voo (num avião com zero entretenimento) até Kathmandu.
Contratámos um taxi no aeroporto (a metade do preço que o hotel nos oferecia o mesmo serviço) e lá chegámos ao nosso hotel The Doors.
Pelas fotos parecia um hotel simpático e aceitável, e para os padrões nepaleses não era mau (e a localização era muito boa). Foi quando entrei na casa de banho que tive o primeiro choque de realidade: olhei para a sanita e a água estava amarela. Pensei "Que nojo, não puxaram a água!". Pois que carreguei no autoclismo e...a água que saiu era amarela. Digamos que aquela vontade enorme de tomar um duche depois de um dia inteiro entre aviões passou para um décimo (mas de boca bem fechada - como aliás nos tinha recomendado o médico na consulta do viajante - lá se tomou). E esta situação da água amarela não voltou a acontecer nos outros sítios onde estivemos, na verdade.
Fomos jantar a um restaurante perto da zona do hotel (pedi noodles com legumes, não me apetecia arriscar muito) e deitámo-nos para um sono muito pouco tranquilo. Dormir no Nepal (a não ser que estejamos a meio da montanha) não é tarefa propriamente fácil. Os quartos davam diretamente para a rua e ouvimos um pouco de tudo: música depois das 22h, animais a ganir durante a noite e a partir das 6h da manhã...muitas buzinas de carros (hei-de falar-vos do trânsito no Nepal...). Uma alegria!
No nosso primeiro dia inteiro em Kathmandu visitámos Changu e Bakthapur, ambas localizadas no vale de Kathmandu (mas fora do centro). Chandu fica a 20km de Kathmandu e a entrada no complexo custa à volta de 2€ por pessoa.



Uma das milhares de divindidades hindus: Shiva.


A maioria dos templos está quase sempre fechada. O templo hindu de Changu (acima) abre uma vez por ano. Como as pessoas deixam oferendas para os deuses quando lá entram (comida, basicamente) e, vá-se lá perceber porquê, os deuses não a comem, vimos alguns ratinhos à entrada do templo (que devem fazer banquetes com a comidinha dos deuses, os ladrões desavergonhados).


De Chandu seguimos para a cidade de Bakthapur, a 14km de Kathmandu, que é um museu a céu aberto, cheia de templos lindíssimos (apesar de haver muitos danificados e muitos em reconstrução, devido ao terramoto de 2015, que matou 10.000 pessoas e causou muita destruição no Nepal). A entrada no complexo custa à volta de 11€ por pessoa.


Não sei se conseguem perceber, mas a imagem acima é parte de um templo hindu e tem posições do Kama Sutra. Como os casamentos aconteciam em idades (mesmo) muito precoces, a ideia era as crianças (raparigas) que casavam aprenderem, através das imagens, como é que seria a vida sexual do casal (?!).


Muitas peças de barro, à venda por toda a parte.


As estacas de madeira são consequência do terramoto e visam dar algum suporte aos edifícios.





A bandeira do Nepal.

Fizemos este passeio com uma agência recomendada por uma conhecida minha, que esteve no Nepal este ano e fez amizade com o gerente. Mandei email ao senhor a saber de preços mas, tal como a demais oferta que encontrei por essa internet fora, a oferta que nos fizeram não cabia dentro do orçamento que tínhamos planeado: 100 dólares por pessoa para um passeio de um dia (eles têm o hábito de negociar em dólares com os turistas). Ora, eu achava que ia pagar uma pequena fortuna pela viagem de avião (que pagámos, foram 870€ por pessoa) mas que tudo o resto nos custaria o preço da chuva. Mas em relação a passeios organizados esqueçam lá isso, porque não vai acontecer.
Depois de ter perdido a vergonha e ter perguntado ao senhor se não tinha nada de preço mais modesto para nos oferecer porque aquilo excedia o nosso budget, lá passou a coisa para metade (com a justificação que o montante associado ao guia e ao motorista poderia ser dividida por nós dois) e lá fomos nós. O guia era um fofinho mas, tal como muita gente no Nepal, apesar de saber falar inglês, a pronúncia era tão mazinha que só percebíamos metade do que ele dizia. O que foi bastante frustrante quando estávamos a pagar por ele e estávamos mesmo interessados em aprender. 
Foi o nosso primeiro dia completo no Nepal, e foi mesmo bom. Recomendo imenso este passeio a quem vá a Kathmandu.

2 comentários:

  1. Quero ler mais sobre esta viagem!
    https://jusajublog.blogspot.com/

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  2. Brutal.
    Nem à palavras =)

    Fico à espera de mais =D

    Beijocas

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