sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Diário de uma mãe de primeira viagem #22 - Chegou ao fim a licença alargada do pai

E ao fim de praticamente um ano, acabou a licença alargada que eu e o pai do Gu tirámos (5 meses meus + 1 do pai iniciais, mais 3 meses de cada um de licença alargada).
Atendendo ao cenário de pandemia que se instalou no país em março e que nos deixou (a mim, ao pai e a meio mundo) em casa a trabalhar, posso dizer que a minha troca de papéis com o pai, em junho (em que eu voltei a trabalhar, e ele voltou a entrar de licença) acabou por não mudar muito a nossa rotina cá em casa: apenas passou a ser o pai que se ocupava mais do Gustavo quando ele estava acordado, enquanto eu trabalhava (ou tentava, que nem sempre é muito fácil).
Retirando as eternas cólicas que perturbaram as sestas do Gustavo até bem mais tarde do que aquilo que esperávamos, posso dizer que o pai acabou por ter uns três meses mais exigentes do que os meus, porque apanhou a fase em que o Gustavo começou a gatinhar, pelo que lá se foi o sossego de poder sentar-se tranquilo no sofá enquanto o Gu brincava quietinho. Sei que há bebés que pedem atenção o tempo todo e que não sabem brincar sozinhos: o Gustavo quando está mais cansado ou agitado pede muita atenção - como é normal em qualquer bebé, diria eu - mas também é um bebé que sabe entreter-se sozinho (como eu costumo dizer, com todo o terror que temos vivido em termos de sono desta criança, merecemos que ele seja um bebé relativamente fácil em tudo o resto :p).


Como já disse por aqui, a licença de um ano não foi propriamente uma opção nossa (ficam avisadas as pessoas que queiram planear bebés e que não queiram gozar licença alargada: numa visão muito pouco romântica mas realista da coisa, setembro é o pior mês do ano para os vossos bebés nascerem, porque o ano letivo - mesmo o dos bebés - começa em setembro, pelo que ou pagam meio ano sem meter os vossos filhos na creche para assegurar a vaga deles, ou têm alguém que vos fique com as crianças para vocês irem trabalhar, ou terão que fazer o mesmo que nós e esperar por setembro para mandar a cria para a creche).
Não vou mentir: é duro passar 24 horas sobre 24 horas fechados em casa (na maior parte do tempo) com um bebé. Mas a verdade é que o primeiro ano de vida deles deve ser provavelmente aquele em que a evolução é maior, e estar longe deles nesta fase implica arriscarmo-nos perder muitos marcos especiais, e isso também deve ser duro (como será se o meu rico filho decidir dar os primeiros passos na creche, e não à vista dos pais, mas adiante...).
Isto tudo para dizer que ao fim de um ano em casa com o nosso filhote e a poucos dias do primeiro aniversário dele, o balanço deste ano é mais do que positivo: foi o ano mais cansativo (esgotante, para ser mais precisa) da minha vida, mas sem sombra de dúvida também foi o mais rico e aquele em que mais cresci (não literalmente mas quase, porque sou bem capaz de ter perdido anos de vida nos últimos meses :p).

[Nos próximos dias conto-vos sobre a entrada do Gu para a creche e a adaptação dos primeiros dias - dele e da mãe dele :p].


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