terça-feira, 5 de novembro de 2019

Diário de uma mãe de primeira viagem #7 - As primeiras semanas sozinha em casa com o Gustavo

Cinco semanas após o nascimento do Gustavo, o senhor namorado regressou ao trabalho. Com isso, acabou-se o meu sono solitário de grande parte das manhãs ou do início da noite (quando o Gustavo ficava na sala com o pai para eu descansar em condições) e as "trocas de turno" durante o dia quando o cansaço se intensificava.
Não sei se foi um pico de crescimento, se foram as cólicas a atingir o auge, mas o facto é que, contrariamente ao habitual em que, mesmo com cólicas, o Gustavo lá ia dormindo um ou dois sonos de 2 ou 3 horas durante o dia, na 3a e 4a feira dessa semana apoderou-se dele um "bicho" qualquer e não houve sonos de mais de 15 minutos para ninguém até ao pai chegar a casa, às 18h (a não ser alguns em cima de mim). E pior do que não haver sono foram os episódios de cólicas com choros dificilmente consoláveis, em que apliquei todas as estratégias e mais alguma (sendo muito honesta, disse muitos palavrões baixinho e enquanto embalava o meu filho nos braços e tentava acalmá-lo). E não dá para descrever a frustração que é adormecer uma criança, tê-la em sono profundo, e em menos de 1 ou 2 minutos ela encolhe-se toda e começa a gemer com dores (apesar de estar cheia de sono), arruinando todo o nosso esforço para fazê-los dormir.

[O meu amorzinho no colo da avó materna.]

Por aqui, vamos dando algumas massagens que ajudam a libertar gases, deitamo-lo de barriga para baixo no nosso colo (fica bastante mais confortável) e um som que costuma acalmá-lo é o secador do cabelo (consigo pensar em 100 sons menos irritantes  e mais económicos que este mas...fazer o quê?). Em termos de medicação, começámos por tentar o Biogaia, que é um probiótico, mas depois de duas semanas sem resultar mudámos (a muito, muito custo meu) para o Infancalm a ver se funcionava (digo a muito custo porque aquela porcaria leva sacarina e aroma de framboesa e tresanda a açúcar). Disclaimer: também não funcionou.
A segunda semana já correu melhor. Não em termos de cólicas - essas não foram a lado nenhum - mas acima de tudo para mim, que fui criando rotinas, agora a dois, com o Gustavo, e (o maior dos segredos) gerindo melhor as expetativas para evitar frustrações. O segredo, basicamente, é ter o frigorífico cheio de comida pronta (para garantir que mesmo nos dias maus comemos alguma coisa de jeito), e as expetativas de fazer seja o que for para além de cuidar do nosso filho bem baixas: tudo o que se conseguir fazer "extra bebé" é um bónus. Até porque na verdade, e como li no livro da  maravilhosa Constança Cordeiro Ferreira (acho que foi o "Os bebés também querem dormir") o meu "emprego" neste momento é cuidar do meu filho, é para isso que o Estado me está a pagar. E se não houver pausas para descanso das 8h às 18h (que é quando o pai está fora de casa), há nas restantes (tenho ido três vezes por semana ao ginásio sozinha  e tem me sabido pela vida).

2 comentários:

  1. Minha querida, Esta fase de adaptação é exigente a vários niveis mas logo passa e nem nos lembramos.
    Acredie que ainda vai ter saudades desses periodos, que agora lhe parecem atribulados.
    Afinal tudo é um processo de aprendizagem!
    Aproveite ao máximo porque o tempo voa e novas rotinas se avizinham.
    Força

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  2. Acredito que não seja fácil.
    Mas há-de passar =)

    Beijocas

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