quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Então foi assim por Berlim

Chegámos a casa depois da passagem de ano completamente de rastos de tanto cansaço. Isso, aliado ao facto de em Berlim ser uma hora a mais que em Portugal, fez com que acordássemos quase à hora de almoço no dia 1. Fiquei mesmo chateada quando me apercebi que estávamos a quatro horas de ser noite e não tínhamos aproveitado nada (costumo confiar no senhor meu namorado, que é pessoa para acordar com as galinhas 360 dias por ano, mas desta vez correu mal). Aproveitámos que no dia seguinte as previsões meteorológicas não eram nada animadoras (estiveram -7ºC no sábado) para andar a passear pela rua.

Passagem obrigatória nas famosas portas de Brandemburgo.

Tínhamos intenção de almoçar neste mercado amoroso, na Gerdarmenmarkt Platz, mas quando lá chegámos descobrimos que já estava a ser desmontado. Com um fim-de-semana prolongado pela frente, e na 6a feira andavam a desmontar tudo o que é alusivo ao Natal (enfim...).


Em alternativa, voltámos ao mercado onde tínhamos estado na véspera à noite e lá fomos provar a bela da salsicha alemã (tudo servido com zero simpatia, sem luvas, e com as mesmas mãos que logo a seguir tocaram no dinheiro, pois claro). 

Vestígio do muro de Berlim, na Potsdamer Platz.

O muro passava aqui.
Memorial aos judeus mortos na Europa.

Reichstag (Parlamento alemão).

E o que é que eu captei nesta foto (para além do pinheiro)? Um pedido de casamento, ao vivo e a cores. Não sei até que ponto acharia romântico ser pedida em casamento em frente ao parlamento alemão, mas foi uma cena engraçada de assistir.

Vestígios do Natal.

O segundo (e último) dia de passeio, com um frio de rachar, temperaturas cada vez mais frias e um ventinho mega desagradável a ajudar a festa deu-nos o pretexto ideal para dedicarmos aos museus. Passámos a manhã no museu judeu, e a tarde no museu Neues (este último tem exposições sobre a pré-história e antigo Egito, fundamentalmente).


Passagem pela Catedral de Berlim (Berliner Dom), o edifício mais bonito de todos os que vi.

Museu judeu

Não posso dizer que não gostei da cidade. Mas também não houve nada em especial que me tenha deslumbrado. 
O facto de ter uma história recente tão pesada (o massacre aos judeus, as pessoas que foram mortas há poucas décadas por terem tentado atravessar o muro) aliado à pouca simpatia dos berlinenses (em quatro dias consegui assistir a três cenas de verdadeira falta de educação, uma delas inclusive com uma hospedeira, no aeroporto, que gritou, literalmente, para um casal de passageiros) e às temperaturas pouco simpáticas que apanhámos (no domingo, quando andámos entre transportes a caminho do aeroporto, apanhámos -11ºC) fazem com que não vá guardar as memórias desta viagem com um carinho especial. 
Para além disso, achei a cidade cinzenta, descaracterizada, austera. Há muito tempo que não fazia uma viagem onde tivesse tirado tão poucas fotos, e não foi só o frio o culpado disso. É mesmo o facto de nada me ter deixado de boca aberta.
E ainda outro aspeto, para o qual eu já ia preparada, mas a que dou muito valor, e onde Berlim (e a Alemanha em geral, ao que sei) falha: a gastronomia. Retirando as salsichas e a cerveja (duas coisas das quais eu nem sou particularmente fã), a gastronomia alemã é muito fraquinha.


Então e coisas boas de Berlim? 
Depois de curado o desgosto de a comida típica praticamente não existir e de nos conformarmos que vamos ter que nos contentar com comida chinesa, turca, italiana e afins, consegue-se comer bem e barato (fomos duas vezes a um restaurante italiano em que pagámos menos de 25€ para os dois, no turco e no chinês pagámos pouco mais de 10€ por uma refeição para os dois). 
Os museus não são tão baratos mas também não são especialmente caros (consegue-se um bilhete de 24€ para um combinado na ilha dos museus. o museu judeu custou 12€ a entrada. 
E o metro também é relativamente acessível (e vai até ao aeroporto, o que torna estas viagens bastante acessíveis): uma viagem custa 2,40€, e consegue-se comprar um bilhete válido por 24h a 7,50€.

9 comentários:

  1. É uma cidade que só gostava de visitar pela parte histórica. Não me parece que seja particularmente bonita ou "especial".

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  2. É uma cidade que não tenho particular interesse em conhecer e, depois de ler a tua opinião sobre a mesma, ainda fiquei com menos interesse. Acho que nem mesmo para a passagem de ano a escolheria... Mas há outras cidades alemãs que estão na minha lista de cidades a visitar, tais como Dusseldorf e Colônia.

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  3. Oh que pena não ter gostado! Estive em Berlim em Dezembro de 2014 e adorei! Não me lembro de nunca ter tido tanto frio, mas gostei imenso da vida da cidade, da história que aprendi e da forma como fizemos a viagem. Tínhamos um guia preparado por quem lá tinha vivido e deu para reparar em imensos pormenores como as diferentes construções de uma cidade que foi várias vezes destruída ao longo do século XX. Fizemos imensos passeios de bicicleta, apesar do frio, é uma óptima forma de conhecer uma cidade que é essencialmente plana!
    Os alemães não são simpáticos, e ir com quem fala a lingua deles deve ajudar a ser um bocadinho melhor tratada... E estive numa chocolataria deliciosa...
    Comemos em 2 restaurantes pequenos, no bairro onde ficava o hotel que eram de comida local e valiam pela sua decoração e pelo sabor "caseirinho", e como referiu bem em conta!
    O comentário serve apenas para que se alguém vier aqui à procura de indicações não desista de conhecer Berlim! Eu acho que vale muito a pena!

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  4. Realmente simpatia não é com os alemães (a não ser em Munique, aí não tive razões de queixa), mas por acaso até gosto de Berlim, não é uma cidade bonita mas achei-a interessante. Não desistas é do país, há coisas giras para ver na Alemanha! Beijinhos

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  5. A história da cidade deve ser de facto o melhor.
    Mas tens aí imagens fortes.

    Beijocas

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  6. eu estou ansiosa por ir em março, quero passear de bicicleta e ir à ilha dos museus. espero que nessa altura esteja um tempo mais agradável!

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  7. Gelatina, desculpa chatear mas estou a planear uma viagem a Berlim e ando à procura de um hotel: aconselhas algum sítio específico? Obrigada.

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    1. Olá Ana. Não peças desculpa, estás à vontade para perguntar o que quiseres =).
      Eu não fiquei num hotel, fiquei num apartamento pelo Airbnb na zona de Kreuzberg, que não sendo mega central (em termos de dar para ir a pé para qualquer lado) tem ótimos acessos de metro. Não nos arrependemos nada de lá ter ficado. Eu queria dar-te indicação específica do apartamento onde ficámos, mas não estou a conseguir encontrá-lo =(.
      beijinho

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